O tempo passou segundo a segundo. Para sua decepção, ela não obteve resposta dele. Tudo que ela viu foi ele em pé, rígido, apertando a testa.
Yasmin abriu a porta com um rangido.
"Merda..." Declan murmurou baixinho, seus dedos ainda pressionando sua testa.
Ele se arrependeu de ter gritado com ela. Queria se desculpar, mas a palavra 'desculpa' se recusava a sair de sua boca. Ele também não sabia como persuadi-la.
"Não vá embora." Foi o que ele conseguiu dizer.
Ele se virou para ela, seu olhar suplicante.
Yasmin ficou ainda mais furiosa. Ele a repreendeu primeiro, depois pediu para ela não ir embora.
'Por que ele não pode dizer algo gentil?'
Seus lábios formaram um beicinho tenso enquanto ela fechava a porta novamente. "Por quê?" ela exclamou, virando-se para ele. "Você ainda não terminou com suas broncas?"
"Yasmin..." Ele se aproximou dela.
"Não, não... Eu não quero ficar aqui e ser repreendida de novo," Yasmin continuou sem ouvi-lo. "Não sou criança, então não espere que eu fique aqui sentada aceitando tudo."
"Me escute..."
"Por que está me impedindo agora? Está arrependido? Vai se desculpar? Então por que não diz desculpa? Você... Mm... um."
Declan pressionou seu dedo indicador contra os lábios dela, silenciando-a.
Yasmin olhou para o dedo dele, seus olhos se arregalando. Ela não conseguia controlar o frio na barriga, as batidas violentas do coração. Ela engoliu em seco enquanto olhava nos olhos dele.
Seus olhos estavam semicerrados quando ele deslizou suavemente o dedo sobre seus lábios. Seu cérebro estava prestes a desligar. Arrepios percorreram seu corpo.
Adrenalina correu em suas veias, tanto que ela quase se esqueceu de respirar. Seu coração era uma bomba-relógio.
Ela entreabriu os lábios.
Naquele exato momento, os lábios dele se encontraram com os dela.
Mm... O calor dos lábios dele e seu hálito fresco de menta conquistaram sua mente e corpo.
Ela estava em chamas novamente. O beijo dele era intenso, faminto, atraindo-a para seu calor.
Seus joelhos fraquejaram.
Ele a envolveu com seus braços e a ergueu, permitindo que ela envolvesse suas pernas ao redor de sua cintura.
"Uh..." ela ofegou, olhando para ele com seus olhos arregalados.
Oh, os olhos dele estavam semicerrados, nublados de desejo, buscando permissão.
Yasmin estremeceu, seu rosto vermelho. Ela o encarou atordoada, agarrando seus ombros.
Declan também a encarava, esperando que ela fizesse um movimento. Um sutil indício era tudo que ele precisava para prosseguir. Mas tudo que ele via era sua expressão perplexa.
Ele percebeu que estava se apressando.
Ele a colocou no chão gentilmente. "Você... Não é justo."
"Hã?" Ela arqueou as sobrancelhas, ainda mais perplexa.
"Como alguém pode ser tão tentadora?"
"Tentadora?"
Ele curvou os lábios em um sorriso malicioso. "Mal posso esperar para mostrar o quão tentadora você é."
Então ele pressionou seus lábios macios e suaves delicadamente em sua testa.
Os olhos de Yasmin se fecharam automaticamente. Ela teve a impressão de que desmaiaria. Sua barriga flutuou novamente, e seus batimentos cardíacos aceleraram. Suas mãos estavam moles contra o peito dele. O cheiro de patchouli dele tornava impossível pensar em algo racionalmente.
Ela ansiava por mais e mais.
"Fique aqui," ele murmurou, sua respiração fazendo cócegas em sua pele. "Tenho alguns trabalhos inacabados. Deixe-me terminá-los. Depois iremos juntos para a mansão."
"Tudo bem," ela sussurrou de volta atordoada.
Yasmin de repente sentiu frio e vazio ao seu redor. Ela abriu os olhos rapidamente e o encontrou caminhando para sua cadeira. Ela o fitou, com a cabeça inclinada para a esquerda.
Ele permaneceu calmo, como se nada tivesse acontecido, enquanto ela lutava para controlar seus batimentos cardíacos. Ela se perguntou como ele conseguia se comportar tão tranquilamente.
"Está planejando ficar em pé aí o tempo todo?" Sua voz profunda a tirou de seu devaneio.
Ela piscou e disse, "Não... E-eu..." Ela olhou ao redor, mas não para ele, envergonhada por ter sido pega olhando fixamente para ele.
"Sente-se." Ele acenou para o sofá preto de três lugares com um tapete de pele sobre o encosto, em frente à sua mesa de trabalho de mogno.
"Ah, sim... claro." Ela sentou. "Pode continuar," ela disse, fingindo estar calma. Mas seu rosto corado e mãos trêmulas a traíam. "Eu também vou terminar minha lição de casa."
Ela desajeitadamente tirou seus cadernos da bolsa. Suas mãos tremiam tanto que ela derrubou seus livros. Ela se apressou para pegá-los, dando a ele um sorriso sem jeito. Sua testa colidiu com a mesa central com tampa de vidro.
"Ai..." Ela esfregou a testa, torcendo a boca. Seu rosto ficou carmesim enquanto ela espiava Declan. Quando viu que ele estava focado em seu laptop, ela soltou um suspiro em segredo.
Ela teria morrido de vergonha se ele tivesse visto sua falta de jeito. Ela juntou seus livros rapidamente e sentou no sofá.
Declan colocou os dedos no queixo, lutando contra a vontade de sorrir enquanto observava sua falta de jeito. Ele manteve seu olhar no laptop, fingindo não notar nada.
Yasmin tentou muito manter seu olhar no livro, mas não conseguia se impedir de espiar ele de vez em quando e o encontrava focado em seu trabalho todas as vezes.
Acabou que ela era a única que não conseguia se concentrar na lição de casa. Declan não parecia ter palpitações ou frio na barriga.
Ela baixou os olhos para seu livro. As letras pretas pareciam flutuar na página, embaralhando as palavras e tornando difícil para ela ler. Ela olhou fixamente para as letras, como se não soubesse ler e escrever.
Logo ela ficou entediada, olhando fixamente para o livro. Seu olhar errante pousou no relógio antigo pendurado na parede atrás de sua cadeira de couro de encosto alto. Era cinco e meia.
Uma estante na parede esquerda da mesa de trabalho continha pilhas de pastas e vários livros sobre gestão empresarial. Ao lado da estante havia uma mesa marrom da IKEA com uma máquina de fax em cima. No lado direito do sofá estava o banheiro, enquanto à esquerda havia uma pintura a óleo retratando o oceano.
Yasmin verificou tudo no escritório menos seu livro. Ela havia perdido a conta de quantas vezes olhou para a máquina de fax e a pintura. Ela olhava para eles como se fossem algo que nunca tinha visto antes.
"Terminou?" Sua voz profunda ecoou dentro da sala, trazendo-a de volta à realidade.
"Não..." Ela balançou a cabeça. "Farei depois." Ela sorriu sem jeito, fechando seus livros e enfiando-os de volta na bolsa. Como ela havia desperdiçado uma boa hora apenas olhando ao redor, teria que fazer a lição de casa mais tarde.
"Legal." Declan desligou o laptop. "Vamos." Ele se levantou de sua cadeira e se dirigiu à porta.