No dia seguinte, Juliana foi acordada pelo som de conversas do lado de fora.
"Já são dez horas e a Senhorita Lewis ainda não saiu. Será que ela foi morta pelo jovem mestre?"
"Não sei. Houve tanto barulho e depois silêncio no quarto ontem à noite. Foi assustadoramente quieto. Isso nunca aconteceu antes."
"O jovem mestre costumava bater nos outros violentamente quando estava bravo. A Senhorita Lewis provavelmente não conseguiu escapar e morreu."
Felipe ouviu o barulho, aproximou-se e repreendeu-as: "O que vocês estão falando aqui? Não querem mais trabalhar aqui?"
As empregadas se dispersaram.
Felipe olhou para a porta fechada do quarto, cheio de ansiedade, mas não ousou bater na porta.
Ele desceu até o velho Sr. Leach e perguntou: "Mestre, devo bater na porta?"
O velho Sr. Leach parecia solene: "Não, eu confio na Juliana."
Claro, ele tinha ouvido o barulho de batidas no quarto na noite passada e queria ir lá impedir antes que Juliana se machucasse.
Mas no final, ele desistiu.
Era a última esperança de Benson.
Juliana acordou no quarto, ainda presa nos braços de Benson e sem se mover um centímetro de sua posição.
Mas ele não a segurava tão apertado quanto na noite anterior.
Juliana se mexeu e sentiu seus membros formigando como se inúmeras formigas estivessem roendo-os. Era tão desconfortável que ela ofegou.
Ficando em uma posição sem se mover a noite toda, seus membros ficaram dormentes.
Juliana cutucou Benson nas costelas com o dedo: "Benson, me solta. Estou dormente."
Benson, que não dormia há três dias, ainda não tinha dormido o suficiente, mas foi acordado por ela. Ele abriu os olhos de repente com vermelhidão neles, como uma fera que tinha sido acordada, olhando para Juliana como uma presa.
Juliana, presa em seus braços, não podia ver seu rosto, mas sentiu o perigo.
Benson era um homem perigoso.
Ele não soltou Juliana, mas a segurou um pouco mais apertado, sentindo o cheiro fresco medicinal de seu corpo, e disse com voz rouca: "Durma."
Ele não tinha nenhuma intenção de soltá-la. Ele teve uma rara noite de sono bom sem sonhos.
Após um breve silêncio, Juliana disse: "Eu... preciso ir ao banheiro."
Ela não podia esperar mais.
Se Benson tivesse visto seu rosto, teria notado que ela estava corada.
A posição deles era constrangedora e ela podia sentir claramente a ereção dele pela manhã já que seus corpos estavam pressionados juntos.
Benson franziu a testa mas a soltou.
Assim que Juliana se viu livre, ela saiu da cama e foi ao banheiro, independentemente da paralisia de seus membros.
Benson olhou para a porta fechada com um olhar severo que depois relaxou.
Quando Juliana terminou de se lavar e saiu, Benson já estava levantado e vestido.
Comparado ao frio e sedento por sangue da noite anterior, aquele usando terno hoje parecia distante e nobre.
Juliana também tinha organizado seus pensamentos e perguntou a ele: "Sr. Leach, dormiu bem ontem à noite?"
Benson caminhou até Juliana, olhou para baixo em sua direção e chamou em voz baixa e fria: "Juliana."
Juliana levantou os olhos para encontrar os dele.
Benson abaixou a cabeça com seus olhos cheios de agressão e dominância: "Juliana, você não pode voltar atrás depois de se meter comigo."
Juliana ficou um pouco confusa. O que ela fez para se meter com ele?
"Sr. Leach, eu só perguntei se você dormiu bem. Como eu me meti..."
Antes que Juliana pudesse terminar suas palavras, Benson se inclinou, colocou seus lábios perto dos dela e disse suavemente: "Minha desintoxicação estará em suas mãos a partir de agora, Sra. Leach."
Juliana ficou surpresa!
Ela olhou para ele: "Você acredita nas minhas habilidades médicas agora?"
Benson sorriu levemente: "Não, não acredito."
Juliana ficou sem palavras.
Benson deu meio passo para trás, endireitou-se e olhou para ela: "Você é meu antídoto."
Ele gostava do cheiro dela.
Ela era dele.