Escorregou

A mão de Sumaya instintivamente subiu até sua bochecha, seus dedos roçando a pele sensível onde a mão de seu padrasto havia batido mais cedo naquele dia. A dor ainda persistia, uma dor surda sob seu toque, mas ela forçou um sorriso mesmo assim—um que não chegava aos seus olhos.

"Não é nada, Mãe. Só um pequeno acidente na escola," ela mentiu, mantendo sua voz leve enquanto lançava um olhar rápido para seu pai.

Ele continuou comendo, completamente alheio à tensão que se adensava na sala. Era como se ele existisse em um mundo diferente, um onde ele não era o motivo por trás dos hematomas que ela agora tentava esconder.

Sumaya sabia que era melhor não contar a verdade. A discussão com sua mãe naquela manhã havia deixado as coisas dolorosamente claras—sua mãe havia feito sua escolha. Ela não iria deixar seu pai. Para Sumaya, isso significava uma coisa: ela tinha que ser cautelosa, sobreviver e suportar tudo em silêncio.