A figura, vestida em um manto negro e encapuzada para esconder suas feições, movia-se com uma graça perturbadora. Esguia e inflexível, caminhava pelo caminho em chamas intocada. O poder irradiava dela em ondas nauseantes, uma força opressiva que pressionava tudo; minha cabeça quase se curvava em submissão.
Mas o choque dos corpos marcados no chão pela explosão e as marcas de queimadura já subindo pelas paredes dos prédios próximos em chamas me impediram de sucumbir à vontade desta figura misteriosa.
Os guardas se transformaram em suas formas de lobo, avançando contra a nova ameaça. Não conseguiram dar três passos antes que fogo disparasse dos dedos da figura como um chicote os derrubando. Rugidos e gemidos os seguiram enquanto as chamas persistiam e começavam a consumi-los.
"O que..." Um tremor em minha voz me impediu de continuar falando. Eu não podia me esconder como uma covarde, nem podia mostrar meu medo.