Não acredito que consegui. Eu ficava olhando por cima do ombro cada vez que parava num semáforo, meu coração disparado e o medo ameaçando me sufocar, mas a angústia era mais que aceitável, considerando a alternativa. Eu me sentia como um alvo fácil lá em L.A., esperando que alguém arrombasse a porta daquele quartinho de motel vagabundo e me matasse a qualquer momento.
Entre esse medo e a imagem daquela foto passando em loop na minha cabeça, mal consegui pregar os olhos. Toda vez que os fechava, via os dois juntos e sofria uma dor pior que a morte.
Era uma dor familiar; uma que eu conhecia muito bem da época em que eles eram um casal, e eu tinha que assistir eles juntos na tela. Era debilitante ser jogada de volta àquele tempo depois de todo o trabalho que eu tinha feito para mudar as coisas.