Orden De Érebo

Após a ataque causado na propriedade de Dante Vasquez ele acorda amarrado por correntes em uma sala escura e fria, com os olhos vendados, respirando de forma agitada, tentando se orientar. Ele sente uma presença ao seu redor, mas não sabe quem são as figuras sombrias que o cercam. Ainda tentando entender oque estava acontecendo ele questiona para as presenças quem estava sentindo. "Quem... quem são vocês?"

De repente, uma luz fraca revela as figuras diante dele. Elysian, com um olhar impassível, é o primeiro a dar um passo à frente. Ao seu lado, Hana e Nikolai permanecem em silêncio, observando. Dante sente o peso de suas presenças. Elysian corta o silêncio com uma voz calma e direta. "Você sabe exatamente quem somos, Dante. E eu não tenho paciência para joguinhos. Fale, ou seus últimos momentos serão mais dolorosos do que você imagina."

Dante engole em seco, tentando se manter firme, mas sua respiração começa a falhar enquanto a pressão psicológica aumenta. Hana começa a manipular sua percepção com uma onda de ilusões, distorcendo o espaço ao redor de Dante, fazendo-o sentir como se o espaço estivesse se comprimindo. "Você está em nossas mãos agora. Não vai escapar. O que você sabe sobre nós os Remanescentes Das Ruínas? Fale, Dante. Agora."

Dante sente uma onda de pânico, mas tenta resistir, sabendo que ele não tem mais como escapar. Então, ele começa a falar, sem saber se será sua última chance de viver. "Os... Remanescentes... eles são... uma organização desconhecida para muitos... Estão se infiltrando no governo, nos heróis, no sistema. Mas há... há mais. Há algo maior que eles acontecendo por trás disso..."

Elysian, ouvindo atentamente, dá um passo à frente e toca o rosto de Dante com uma frieza perturbadora. "Estamos ouvindo, Dante. Fale sobre esse 'algo maior'."

Dante hesita, mas com a pressão, começa a falar mais rápido, entregando informações cruciais. "Há uma organização... muito antiga. Eles se chamam... a Ordem de Érebo. Eles controlam tudo nas sombras... Até os heróis não estão livres de sua influência... Eles estão observando os Cavaleiros. Observando vocês."

Nikolai, que estava manipulando as redes ao redor, abre os olhos e se aproxima de Elysian. "Eu encontrei algo. Ele está dizendo a verdade. Essa tal Ordem de Érebo parece estar por trás de muitos eventos, manipulando todas as partes do jogo."

Elysian olha para os outros com um olhar calculista, absorvendo as informações com calma. "Isso muda varias coisas. Não podemos confiar que estamos ne frente no quesito de informações mais. Se essa Ordem estiver envolvida... é um inimigo diferente, do tipo cauteloso e problemático. Precisamos de mais respostas."

Dante começa a suar frio, percebendo que a morte está próxima. Hana usa sua habilidade para distorcer ainda mais sua percepção, fazendo-o ver os arredores se tornando cada vez mais apertados sorrindo de forma fria enquanto fala com ele. "E se você nos contar mais, Dante, quem sabe a morte não seja tão dolorosa."

Dante olha para ela, seus olhos agora sem esperança. Ele já havia falado demais e sabia que nada poderia mudar seu destino. "A Ordem... eles... Eles têm agentes infiltrados nos heróis... na política... em todos os lugares. Eles sabem de vocês... Mas eu não posso mais..."

Antes que ele possa terminar, Elysian coloca a mão sobre seu pescoço, interrompendo-o. "Eu não gosto de mentiras, Dante. E não temos mais tempo para isso."

Ele aperta levemente, deixando Dante sem ar. O homem começa a se contorcer, tentando lutar contra a morte iminente. Então, Elysian o solta e dá um último olhar frio pra ele. "Descanse. Você já fez sua parte como informante pra nós." Dante cai, morto.

Logo após a morte de Dante, um som estranho preenche a sala, um zumbido que parece vir de todos os lugares ao mesmo tempo. Nikolai, com seu olhar aguçado, nota algo incomum nos sistemas de rastreamento e avisa Elysian. "Algo está errado Sr: Elysian. Estamos sendo rastreados."

Antes que possam reagir, uma sombra se move rapidamente, uma figura encapuzada aparece no canto da sala. Ele é tão silencioso que apenas Elysian percebe sua chegada. A figura asente calmo, quase desinteressado para os 3. "Vocês estão em um caminho perigoso, Remanescentes Das Ruínas."

Elysian olha para ele, os olhos se estreitando em desconfiança. "Quem é você?"

O homem não responde de imediato. Ele apenas observa, avaliando a situação antes de falar. "Eu sou apenas um emissário. Mais podem me chamar de Heródoto. A Ordem de Érebo está observando cada movimento de vocês. E não se enganem, não são os únicos a jogarem esse jogo."

Hana se aproxima, preparando um ataque usando energia etérea, mas o homem já desaparece sem deixar rastro, deixando apenas uma sensação de desconforto no ar. Nikolai desconcertado tenta entender a situação. "Impossível... Ele desapareceu sem qualquer vestígio."

Elysian calmo, mas com uma voz alerta assente. "Isso não foi um aviso. Foi uma ameaça."

Apos isso eles se dirigem a base, os Arautos estão reunidos para discutir os próximos passos. Elysian, Hana e Nikolai chegam, trazendo as informações do interrogatório e o aviso da Ordem de Érebo. Avelar que escutava tudo em silêncio acrescentou "A Ordem de Érebo... não é apenas mais um grupo de corruptos. Eles têm a capacidade de se infiltrar em uma das nossas bases, mesmo que não fisicamente ainda é um problema. Precisamos entender o que eles realmente querem."

Nyx, sempre desconfiada, cruza os braços, seus olhos brilhando de interesse. "Será que eles estão apenas nos observando, ou será que têm algo em mente para os Remanescentes?"

Vespera, com um olhar sarcástico, fala de forma descontraída. "Quem sabe, talvez Seraphina consiga seduzir algum membro deles e arranjar mais informações. Nunca se sabe o que a charmosa ali pode conseguir, não é?"

Seraphina cora profundamente, os olhos arregalados enquanto tenta se recompor. "Vespera!... não sei do que vocês estão falando... mais se fosse você iria parar com essa piada"

Elysian olha para ela, um sorriso congelado nos lábios. "Não tem lógica. A Ordem de Érebo não vai cair em artifícios baratos. Precisamos ser mais estratégicos."

Vespera dá uma risadinha, mas sabe que Elysian está certo. "Bem, podemos ao menos torcer para que você encontre algum membro da Ordem. Acho que a interação será... interessante."

Elysian se levanta, olhando para o grupo com uma expressão calculista. "Agora que sabemos da Ordem de Érebo, devemos agir com cautela. Não podemos ser previsíveis. Precisamos primeiro entender o tamanho da ameaça antes de avançar. Vamos atrás dessas informações. O jogo acabou de ficar mais complexo." Os Arautos concordam com um aceno, prontos para enfrentar os desafios à frente.

A base subterrânea dos Remanescentes Das Ruínas estava em um momento de relativa tranquilidade. Após as descobertas sobre a Ordem de Érebo, os Arautos do Fim discutiam os próximos passos. Elysian, sentado à mesa, analisava dados no holograma à sua frente. A atmosfera era séria até ele levantar o olhar e falar calmamente. "Preciso da ajuda de Seraphina para a próxima missão."

O silêncio foi imediato. Os olhos dos outros Arautos se voltaram para ele, Elysian sem entender perguntase falou algo estranho. Entre todos, Echo foi a primeira a reagir, arqueando uma sobrancelha em surpresa. "Espere, espere... você esta pedindo ajuda para alguém além dos seus inseparáveis braços? O que tá acontecendo aqui?"

Nyx, sempre observadora, cruzou os braços e lançou um olhar curioso. "Isso é realmente incomum. Você nunca aceitou trabalhar com mais ninguém além de Hana e Nikolai."

Seraphina, que estava tomando um gole de chá calmamente, quase engasgou ao ouvir seu nome sendo mencionado. Seus olhos se arregalaram ligeiramente antes de recuperar a compostura. Seu coração, no entanto, acelerou com a surpresa. Ela olhou para Elysian, buscando alguma pista no rosto dele, mas ele permanecia impassível. "Você quer que eu te ajude?"

Elysian assentiu sem hesitação. "Sim. Você é a melhor em rastreamento entre os Arautos. Não sabemos se a Ordem de Érebo tem uma base, muito menos onde ela pode estar. Precisamos de alguém com sua experiência para encontrar rastros escondidos."

Os outros Arautos trocaram olhares. Era uma justificativa lógica, mas mesmo assim, ainda era estranho. E Echo decidiu tentar se aprofundar mais. "Hmm... e é só por isso mesmo? Nenhuma outra razão? Nenhum interesse especial, talvez?"

Seraphina corou levemente e lançou um olhar afiado para Echo, que apenas riu em resposta. Já Elysian sequer piscou. "Se houvesse outro motivo, não teria problema em dizer. Mas não há."

Avelar, que estava em silêncio observando a cena, riu baixo e balançou a cabeça enquanto falava. "Parece que essa missão vai ser mais interessante do que o normal."

Seraphina respirou fundo e, mesmo sem entender completamente por que ele a escolheu, assentiu. "Entendido. Vou me preparar."

Dias depois, Elysian já havia assumido sua identidade pública como Seo Min-kyu, o cientista gênio e reservado. Ele seguiu sua rotina meticulosa no laboratório, garantindo que ninguém suspeitasse de sua verdadeira identidade. Agora, tudo estava pronto para o encontro com sua parceira na missão.

Mas havia um detalhe: para o disfarce funcionar, eles precisavam de um motivo plausível para se encontrarem em público. Por isso, ele organizou um “encontro casual” em um parque conhecido, onde poderia ser visto com Choi Eun-kyung a identidade secreta de Seraphina.

Seo Min-kyu estava sentado em um banco de madeira, vestido de forma simples, óculos retangulares ajustados ao rosto. Ao seu lado, um livro sobre engenharia genética que folheava casualmente, esperando o momento certo.

Então, ela apareceu. Choi Eun-kyung caminhava em sua direção com passos firmes e confiantes. Seu cabelo, normalmente solto, estava amarrado em um rabo de cavalo disciplinado. Usava um sobretudo militar negro sobre uma camisa cinza e calças escuras, mantendo a postura ereta e imponente que se esperaria de uma ex-marechal do exército.

Ela parou diante dele e olhou de relance para o livro que ele segurava. "Ciência até em um parque? Você realmente não tira folga, Dr. Seo."

Seo Min-kyu ergueu os olhos, mantendo a expressão neutra. A forma como ela se mantinha no papel impecavelmente, como uma ex-militar vivendo sua vida pacífica depois da guerra. "É um hábito. E você, Ex-Marechal Choi? Ainda se acostumando com a vida civil?"

Seraphina, ou melhor, Choi Eun-kyung soltou um pequeno riso. Se alguém estivesse observando, pareceria uma conversa natural entre velhos conhecidos. "Ainda me adaptando. Depois de passar dois anos na linha de frente da guerra na Ucrânia, a paz parece... estranha."

Era um fato verdadeiro. Seraphina realmente lutou na guerra, e a forma como ela dizia isso fazia parecer que era apenas mais uma experiência marcante, quando na realidade, havia sido um inferno. Seo Min-kyu naturalmente assentiu com Choi Eun-kyung. "É natural. Quando se vive na guerra por tanto tempo, a ausência dela se torna o verdadeiro desafio."

Ela o observou por um momento, percebendo que sua frase carregava mais peso do que aparentava. Ele sabia exatamente o que estava dizendo.

Para qualquer um que estivesse observando, era apenas uma conversa inofensiva entre um cientista renomado e uma ex-militar condecorada. Mas, na verdade, era o início de algo muito maior.

A conversa continuou com naturalidade. Sem pressa, sem pressões. Assim como Elysian planejou. Eles precisavam agir como duas pessoas comuns, interagindo de forma completamente casual. Sem levantar suspeitas.

No entanto, enquanto conversavam, os olhos de Choi Eun-kyung discretamente analisavam o ambiente. Pessoas normais passavam pelo parque, alguns correndo, outros andando com seus cachorros. Mas então, seu olhar pousou em um grupo específico.

Três homens vestidos de forma discreta, mas que não combinavam com o ambiente. Suas posturas eram rígidas, e a forma como seus olhos analisavam as pessoas indicava que não estavam ali apenas para um passeio.

Ela retornou seu olhar para Seo Min-kyu e falou de forma casual, mas seu tom carregava um aviso oculto. "Interessante como algumas pessoas parecem fora de lugar, não acha?"

Seo Min-kyu compreendeu imediatamente. Seu olhar não se desviou do livro, mas um pequeno interrese surgiu em seus olhos. "Parece que encontramos nosso primeiro rastro."

Seraphina sentiu um pequeno arrepio na espinha. A missão havia começado para valer. E, a partir daquele momento, nada mais seria casual.