Cap 29

Laila Fernandes 

Os dias foram se passando e em um piscar de olhos lá se foi nosso primeiro mês, juntos, dá para acreditar! Hoje faz um mês que Collin e eu estamos namorando.

Tudo está tão perfeito que às vezes tenho até medo.

Ele praticante se mudou para a casa dos pais para podermos ficar mais perto, sempre que faço os gêmeos dormir vou para o quarto dele e a gente fica lá até tarde namorando, não fazemos nada de mais apenas conversamos, damos uns amassos e vemos algum filme, como as crianças tinham fama de dormir tarde antes de eu começar a trabalhar aqui ninguém desconfia de nada e acha que estou no quarto com eles e que os problemas para dormir cedo voltaram.

Nos meus dias de folga ele sempre me leva a algum lugar, cinema, jantar, galerias de arte e até em um circo a gente foi, ele nunca força a barra e está respeitando a minha escolha em permanecer virgem.

Sinto que ele sente prazer apenas em estar comigo, eu também me sinto assim e é incrível.

A verdade é que estou cada dia mais apaixonada por ele, meu Loirão, estou sorrindo feito uma boba e os meus pensamentos estão sempre nele, quando não estamos juntos não paro de olhar para o relógio ansiando que o tempo passe mais rápido, o que obviamente não acontece, as horas se arrastam como uma tartaruga bem lenta me torturando, só o que me resta é tentar me concentrar em minhas atividades.

O Jason e o James continuam uma gracinha, cada dia eles estão mais educados e carinhosos comigo, eu me apaguei tanto a eles que espero nunca ter que deixá-los.

A Bru se recuperou muito bem, mas ainda está traumatizada com tudo que aconteceu e mesmo o Collin garantindo que o Heidhen foi mandado para longe de Nova York para nunca mais voltar, ela parece ter desenvolvido uma espécie de paranoia e tem medo de encontrá-lo em qualquer lugar que ela vá e isso tem dificuldade ela seguir a vida, como arrumar um emprego, por exemplo, ou até mesmo sair na rua para colocar o lixo para fora, estou preocupada com ela.

O Collin sugeriu uma terapia e estou pensando seriamente nisso, é terrível as sequelas que um relacionamento abusivo pode deixar em uma pessoa.

Após colocar os gêmeos para dormir, cubro os dois e saio do quarto na ponta dos pés, quase morro do coração quando um par de grandes mãos me puxam pela cintura, mas relaxo ao ver que é o meu Loirão.

Laila _ Que susto! 

Collin_ Porque não me esperava?

Ele pergunta beijando o meu pescoço causando arrepios gostosos.

Laila _, Na verdade, não, você disse que tinha aquela reunião hoje e que não teria hora para acabar.

Collin_ É, mas aqueles canadenses não foram páreo para a minha astúcia e consegui acabar com embate mais cedo do que esperava.

Laila _ Humm, que homem vivaz e inteligente, gosto disso.

Collin_ A é? Então vem aqui no meu quarto que vou te mostrar o quanto sou vivaz.

Laila _ Collinnn!

Collin_ O quê? Só quero passar um tempo de qualidade com a minha namorada.

Ele diz me puxando pela mão e me levando até o seu quarto.

Quando entramos no cômodo ele não perde tempo e ataca a minha boca, como sempre me derreto nos braços dele e meu coração dispara, esse é o efeito que ele tem em mim, parece algo mágico ou predestinado, como se fôssemos feitos um para o outro e olha que nunca acreditei nessas maluquices, mas quem diria que um dia iria ter essa sensação.

Ele me aperta contra a parede e intensifica o nosso beijo, suas mãos viajão para dentro na minha blusa, mas não passam do limite além de segurar firmemente a minha cintura, o toque dos dedos dele sob a minha pele causam um arrepio que percorre todo o meu corpo até a minha parte mais íntima e proibida.

Tenho que dizer que minha calcinha está encharcada e meu clitóris está pulsando desejoso, um desejo que não pretendo satisfazer, não tão cedo, afinal não sei qual será o meu futuro com o Collin e mesmo que me doa no coração dizer isso, sei que somos de mundos diferentes e um casamento entre nós está muito distante de acontecer.

Esse pensamento me causa uma dor que chega a ser física e decidida a aproveitar o momento eu a empurro para o fundo da minha mente junto com as minhas outras inseguranças.

É melhor não pensar nisso agora, até porque só me fara sofrer por antecipação e o nosso futuro só Deus sabe.

Collin passa a beijar o meu pescoço e suas mãos se tornam um pouco mais atrevidas, me fazendo perceber que precisamos de uma pausa.

Me afasto dele em um roupante e sento no sofá mais próximo.

Ele olha para mim respira fundo, mas não diz nada, apenas começa a soltar a gravata do pescoço, olha se tem um homem que fica gostoso de terno e gravata, esse homem é o meu Loirão, aliás, ele fica bem de qualquer jeito, o cara é o homem mais bonito que eu já vi.

Laila_ Então é... Os seus pais viajaram.

Collin_ De novo? Mas já é a terceira vez esse mês e dessa vez eles nem me avisaram nada.

Laila_ Eles pediram para mim te avisar.

Collin_, Mas não me ligaram, e eu sei porque eles fizeram isso.

Laila _ Para não ter que se explicar é óbvio.

Falo dando um sorriso sem graça diante da irritação dele.

Laila _ Achei que você tivesse conversado com eles para saber o que está acontecendo.

Collin_ E eu conversei.

Laila_ Sei que não é da minha conta e se não quiser não precisa falar nada, mas o que eles disseram?

Pergunto deixando a minha curiosidade falar mais alto.

Collin_ É claro que é da sua conta, você é a minha namorada, e é quem cuida dos meninos sozinha na ausência deles, até porque eu não paro em casa.

Laila _ Sabe que além desse ser o meu trabalho faço com muito prazer, pois gosto muito daqueles dois.

Collin_ Eu sei, e eles também te adoram.

Ele diz se sentando ao meu lado me puxando para o colo dele.

Collin_ Eles vieram com uma história de que estão procurando uma fazenda para comprar porque querem se mudar para o campo.

Olho para ele com uma cara de “Você não acreditou nisso né.” 

Collin_ Não me olhe assim coelhinha é óbvio que essa é a pior desculpa que eles poderiam me dar, meu país e fazenda são duas palavras que não combinam.

Laila _ Com certeza não, a sua mãe não gosta de ficar nem no jardim.

Ele solta uma risada e balança a cabeça.

Collin_ A dona Rachel definitivamente é uma mulher da cidade. 

Laila _, Mas e então o que fará?

Collin_ Eu realmente não queria invadir a privacidade deles colocando alguém para segui-los, mas acho que será essa a solução, estou preocupado, depois do que aconteceu com a minha irmã eles nunca mais foram os mesmos.

Laila _ Desculpe perguntar e mais uma vez se não quiser não precisa dizer, mas o que aconteceu com a sua irmã? Ninguém fala muito sobre isso aqui nessa casa.

Seus olhos cor de mel, normalmente cheio de vida, se entristecem de repente e eu me arrependo de ter tocado no assunto.

Laila_ Esquece não precisa falar nada, vamos conversar sobre outra coisa.

Collin_ Ela tirou a própria vida, quando o marido dela morreu em um acidente de carro ela entrou em uma depressão profunda e um dia simplicidade decidiu que não queria mais viver.

Laila _ Sinto muito.

Collin_ Sabe o que mais me dói, não ter podido me despedir dela, quando tudo aconteceu eu estava viajando a trabalho e não conseguir chegar a tempo, meus pais não queriam a mídia em cima da nossa tragédia e fizeram o enterro sem nem mesmo realizar um velório, foi tudo muito rápido fiquei mal com isso por meses e chateado com os meus pais também, quer dizer ele a cremaram e nem um túmulo para visitar ou levar flores eles me deixaram.

A dor encrustada nas palavras dele é palpável, da para sentir a mágoa que ele guardou dos pais por não permitir que ele se despedisse da irmã.

Laila _ Nossa, mas porque eles fizerem isso?

Collin_ Quem sabe, eles nunca me deram nenhuma explicação, tudo que disseram foi que não queriam que a morte da minha irmã se transformasse em um circo midiático.

Laila_ Tenso isso, eu até entendo a necessidade de privacidade em um momento desses, mas eles não podiam ter feito isso sem você.

Collin_ Você me entende.

Laila _ Sim, deve ser muito difícil para você, mesmo assim seguiu em frente, está sempre presente na vida dos seus sobrinhos e cuidando dos seus pais ainda que tenha essa mágoa em seu coração.

Collin_ Essa é uma mágoa que não sei se conseguirei me livrar algum dia, mas entendo eles na dor a gente acaba fazendo as coisas sem pensar muito e acho que foi movido por essa dor que eles tomaram essa decisão extrema.

Laila _ É, de qualquer forma passado é passado e não dá para viver a vida preso a ele.

Collin _ Adoro a sua sensatez.

Ele fala sorrindo não aquele raro sorriso que eu gosto, mas ainda assim um sorriso, eu o abraço apertado tentando passar para ele todo o meu apoio e carinho nesse ato e ele me retribui com um beijo suave, tranquilo e amoroso…