Capítulo 39: O Vale dos Ecos

Capítulo 39: O Vale dos Ecos

Algum tempo se passou desde a batalha contra o Golem de Ferro. Gabriel, agora acostumado à sua rotina de caçadas e vitórias sem esforço, decidira explorar uma nova região ao norte da cidade: o Vale dos Ecos, um local envolto em neblina e mistério, onde os sons pareciam se repetir por horas, e monstros de comportamento estranho vagavam entre as rochas antigas.

Era um terreno irregular, repleto de colinas e pedras que formavam labirintos naturais. O céu era sempre encoberto por nuvens espessas, e o vento carregava vozes distorcidas — não era difícil entender de onde vinha o nome do lugar.

Gabriel andava calmamente pelo vale, atento ao ambiente. Ele não precisava se preocupar com o perigo. Estava confiante, tranquilo. Sabia que seu nível e suas magias estavam muito acima da maioria dos monstros daquela região. Ainda assim, procurava por algo interessante, um novo desafio... ou pelo menos um monstro que rendesse um bom núcleo mágico.

E logo encontrou.

Entre duas colinas de pedra acinzentada, surgiu um ser esguio e estranho. Seu corpo parecia feito de névoa condensada com partes metálicas flutuando ao redor, como cacos de espelho. Olhos prateados brilhavam dentro do rosto sem boca, e seus braços se alongavam como lâminas de névoa sólida.

Era um Espectro de Cristal, um monstro de nível 9 conhecido por seus movimentos imprevisíveis e sua habilidade de duplicar ataques com ecos de magia.

— Interessante... — murmurou Gabriel, observando o inimigo.

O Espectro avançou num piscar de olhos, deixando um rastro de partículas brilhantes. Gabriel se moveu suavemente para o lado e ergueu a mão, conjurando magia de gelo nível 10. Uma onda de estacas congeladas disparou do chão, perfurando o espectro diretamente. No entanto, o monstro se desfez em névoa antes do impacto final.

Uma cópia ilusória?

O verdadeiro espectro surgiu atrás de Gabriel, mas antes que pudesse atacar, ele já havia previsto o movimento. Usando psicocinese nível 10, Gabriel criou uma barreira invisível que empurrou o monstro para longe. Em seguida, lançou uma esfera de magia de raio, que percorreu o ar como uma serpente elétrica, atingindo o Espectro em cheio.

O monstro gritou, seu corpo cintilando, mas não foi destruído. Como esperado de um monstro nível 9, ele tinha uma resistência elevada. Ainda assim, Gabriel estava completamente no controle.

Sem perder tempo, ele ativou magia de fogo, concentrando uma explosão circular ao redor do Espectro, prendendo-o numa tempestade de chamas douradas. As partes metálicas do monstro começaram a se derreter, suas ilusões falhavam, e seu brilho ia se apagando.

Por fim, Gabriel ergueu o braço, reuniu uma esfera pulsante de energia roxa com magia de terra e raio combinadas, e lançou contra o centro do corpo do Espectro. O impacto foi fulminante. O monstro explodiu em faíscas e fragmentos de cristal.

No chão, entre os estilhaços, um núcleo mágico translúcido pulsava suavemente. Gabriel o pegou e o guardou, satisfeito.

— Nem foi tão complicado... mas esse núcleo é especial.

Com mais uma missão cumprida, ele continuou andando pelo vale. Os ecos de sua magia ainda ressoavam nas rochas, como se o próprio mundo estivesse repetindo a força que testemunhara. Gabriel respirou fundo e sorriu, seguindo adiante sem pressa. O vale parecia infinito, e ele ainda não tinha terminado de explorá-lo.

Sabia que outros monstros o aguardavam… mas para ele, eram apenas passos naturais na estrada da vitória.