Término

"Sério?" Anne zombou sarcasticamente, achando absurdo.

A expressão de Denis ficou tempestuosa quando ele viu seu olhar presunçoso. "É engraçado? Ontem à noite, estava chovendo muito, e a empregada disse que você não foi para casa. Claro que fiquei preocupado. Onde você estava?"

'Ah! Então, a empregada o informou,' ela pensou. Se não fosse por isso, ele não saberia que ela não tinha ido para casa. No entanto, ele estava fingindo se importar com ela.

Anne afastou a mão dele. "Não há necessidade de se preocupar comigo. Vamos terminar."

"O quê?" Ele a encarou com descrença. "Terminar? Você quer terminar comigo?"

Anne assentiu firmemente.

Ele riu, sua expressão suavizando. "Você está brava porque esqueci seu aniversário?" ele perguntou gentilmente. "Foi minha culpa. Eu estava ocupado ontem à noite, e isso me escapou da mente. Não se preocupe. Vamos comemorar no próximo ano."

Ele se inclinou para beijá-la.

Anne o empurrou. "Estou falando sério." Sua voz se elevou. "Não quero mais esse relacionamento."

"Anne Clair," seus olhos escureceram instantaneamente, "não vá longe demais. Foi apenas um aniversário. Por que você está fazendo tanto alarde sobre isso?"

Anne olhou fixamente para ele. "Você acha que é porque você esqueceu meu aniversário?"

Um lampejo de desconforto passou pelos olhos dele enquanto se perguntava se ela havia descoberto sobre a gravidez de Tania. Mas ele se recompôs no minuto seguinte, tornando seu rosto severo.

"Não brinque, ok?" ele disse casualmente, ajustando seu casaco. "Você me ama tanto que nunca pode me deixar. Além disso, seu pai está em coma. Quem vai te dar dinheiro para o tratamento dele? E sua mãe abusiva – quem vai te salvar dela?"

O sangue de Anne ferveu. Era parcialmente verdade que ela havia se tornado dependente dele por causa dos problemas familiares. Mas ela esteve com ele todos esses anos porque o amava, não por necessidade de dinheiro.

"Você não precisa mais se preocupar com tudo isso," ela disse desafiadoramente. "Sou capaz o suficiente para pagar as contas médicas do meu pai."

"Não seja ridícula, Anne. O tratamento do seu pai está acontecendo no melhor hospital da cidade, e a melhor equipe médica está cuidando dele. Como você acha que isso é possível? Um telefonema será suficiente para eu expulsá-lo do hospital."

Os olhos de Anne arderam com lágrimas recém-formadas. Este era o homem que ela havia amado por tanto tempo. Como ela pôde ser tão cega? Como ela não conseguiu ver esse lado cruel dele?

Ela engoliu as emoções crescentes. "Tudo bem, vou tirá-lo de lá e encontrar um hospital que eu possa pagar."

"O que há de errado com você?" Denis estava sem pistas sobre por que uma mulher submissa, que nunca ousou responder a ele, estava agindo de forma tão desafiadora. "Por que você está agindo tão estranha?"

Ele segurou o rosto dela, seu olhar suavizando. "Sei que você está brava comigo. Prometo que vou compensar você. Não mencione terminar novamente."

Antes que Anne pudesse retrucar, ele pressionou seus lábios contra os dela.

Anne congelou, seus músculos enrijecendo. Este homem havia dormido com outra mulher, e ainda assim a estava beijando. O mero pensamento dos lábios dele com os de Tania revirou seu estômago. Cada célula do seu corpo gritava em protesto.

Ela o empurrou e o esbofeteou, o som nítido ecoando dentro da sala. Seu peito subia e descia visivelmente enquanto ela o fixava com um olhar de advertência.

Denis, atônito, esfregou a bochecha ardente. "Você me bateu! Como ousa?"

"Não sou mais sua namorada," ela disparou. "Não tente se aproximar de mim."

Ela se virou para sair.

"Anne Clair," Denis rosnou. "Como ousa terminar comigo? Eu sou o CEO desta empresa, e você é apenas uma secretária. Que direito você tem de acabar com este relacionamento."

Anne zombou e olhou para ele. "Sim, sou uma mulher normal de origem humilde. Que direito tenho de ser sua namorada? Você está agora com Tania, seu primeiro amor. Você não precisa mais de mim. Pare de me incomodar."

Ela caminhou em direção à porta.

"Tudo bem," ele sibilou. "Você disse isso. Não se arrependa."

'Nunca vou me arrepender de terminar com você,' murmurando em sua mente, ela saiu correndo pela porta. Mas lágrimas rolavam pelo seu rosto.

"Por que ainda estou chorando?" ela murmurou baixinho, enxugando suas lágrimas impiedosamente. Enquanto caminhava pelo saguão, quase esbarrou em uma figura alta.

"Desculpe," ela se desculpou instantaneamente e deu um passo para trás. Quando levantou os olhos, sua respiração parou.

Era ele novamente.

"Você?" ela exclamou, surpresa.

Augustine sorriu maliciosamente. "Nos encontramos de novo."

Anne riu, seus músculos tensos relaxando. "Sim. É aqui que eu costumava trabalhar."

"Ah é? Agora você não trabalha mais aqui." Ele arqueou uma sobrancelha.

"Estou me demitindo," ela respondeu.

"Ah, entendo. Posso saber por quê?" ele pressionou cautelosamente.

Com um movimento do dedo, ela fez sinal para que ele se aproximasse. Ele se inclinou ligeiramente para ela.

Ela ficou na ponta dos pés e sussurrou: "Porque não gosto do chefe daqui."

Ele sorriu divertido. "Ele é ruim?"

"Muito. Acabei de dar um tapa na cara dele."

O sorriso de Augustine se alargou enquanto imaginava a cena de Anne esbofeteando Denis. Ele não sabia o que havia acontecido entre eles, mas tinha certeza de que havia uma desavença entre ela e Denis. Finalmente, ele teria uma chance de se aproximar dela.

"A propósito, por que você está aqui?" ela perguntou.

"Para algum trabalho."

"Procurando emprego aqui?" Ela o olhou com desconfiança. "Aceite meu conselho – não trabalhe aqui. Por que não tenta na Sphere Group of Industries? É um gigantesco conglomerado de negócios do exterior e abriu uma filial aqui recentemente. Você deveria considerar."

Augustine olhou para a ponta de seus sapatos, com um sorriso orgulhoso no rosto. Ele era o presidente da Sphere Group of Industries, mas Anne desconhecia isso completamente.

"Hmm, vou pensar nisso." Seu olhar caiu sobre a mão dela, e ele viu a mancha de sangue na bandagem. Sua expressão mudou instantaneamente. "Sua mão." Ele imediatamente estendeu a mão e segurou a dela. "Está sangrando."

Só então Anne percebeu que sua mão estava sangrando. Sua ferida deve ter se aberto quando ela empurrou Denis. "É... vou ficar bem. Não se preocupe." Ela retirou sua mão.

"Deixe-me levá-la ao hospital."

"Não, não é necessário."

"Você não deveria evitar isso," ele a interrompeu. "Se você deixar sem tratamento, pode infeccionar. Venha comigo."

"Eu..." Anne hesitou.

"Você vai vir comigo." Ele agarrou seu pulso e a puxou junto com ele.

"Espere um minuto. Deixe-me pegar minha bolsa primeiro."

Augustine soltou a mão dela.

Anne correu de volta à sua mesa. Pegando sua bolsa, ela voltou para ele. "Vamos."

Eles saíram juntos.

Não demorou muito para chegarem ao hospital. "Você entra primeiro," disse Augustine. "Vou estacionar o carro e me juntar a você."

"Tudo bem." Anne saiu do carro e entrou no hospital. Ela foi procurar um médico no ER.

Tania, que estava lidando com o procedimento de alta, a viu. "O que ela está fazendo aqui?" ela se perguntou. "Deixe-me ver o que ela está tramando."