Marcus
Hailey Jameson me intriga.
Não da maneira que a maioria das mulheres intriga, é claro. Já tive muitas dessas. O tipo que olha para mim com olhos arregalados, esperando chamar minha atenção, sonhando com capas e páginas centrais.
Ambições descartáveis, todas elas.
Mas Hailey é diferente. Há uma crueza em seu trabalho que não pode ser ensinada. Uma perspectiva que corta através do artifício brilhante que a maioria dos fotógrafos usa como escudo. Ela vê as coisas—realmente as vê.
Recosto-me na cadeira, revisando as filmagens de segurança da noite passada. A câmera varre o estúdio vazio, sombras se estendendo como dedos pelo chão de concreto. Nada parece incomum. No entanto, alguém esteve aqui, tirando aquelas fotos, observando todos nós.
Pauso a gravação, focando em um movimento rápido perto da sala de equipamentos. Ali, uma sombra se movendo onde não deveria estar. Rebobino, diminuo a velocidade. A figura é cuidadosa, mantendo-se fora do campo de visão completo da câmera.