Morte misteriosa (2)

Penelope encontrou um canto tranquilo na propriedade para passar seu tempo enquanto aguardava o retorno de seu pai. Ela não conseguia tirar da cabeça o que havia acontecido e tentava pensar em quem estaria perseguindo sua família.

Considerando que os dois eventos aconteceram tão próximos um do outro, isso não era algo que eles pudessem simplesmente ignorar.

Apesar da montanha de atenção que Penelope tinha sobre si desde que se lembrava, ela nunca havia enfrentado algo assim antes.

"Você precisa parar de ficar remoendo isso," disse Lily enquanto se sentava diante de Penelope. "Espero que você não esteja sentindo pena de alguém que tentou incriminá-la. É terrível que ela tenha caído, mas ainda assim, não sentirei pena de ninguém que tente colocar esta família em uma posição ruim."

"Não é nisso que estou pensando. Estou pensando nesta família. Mãe realmente não parece saber o que está acontecendo. Se é assim que será nosso tempo aqui, não deveríamos simplesmente voltar para casa?" Penelope questionou.

"Não podemos continuar fugindo. Uma grande parte de nossas vidas está aqui," respondeu Lily.

"Eu sei. Simplesmente prefiro ir para onde é pacífico. Se possível, não quero estar vivendo em Lockwood daqui a alguns anos. Não sei para onde iria, mas qualquer lugar é melhor do que aqui. Há drama demais em cada esquina," disse Penelope.

Lockwood era um lugar maravilhoso quando Penelope era mais jovem, mas agora que estava mais velha, ela percebia o quão terrível poderia ser.

"Eu também acho que faria como nossa mãe fez por nós. Não criaria meus filhos aqui. É bom apenas para uma visita. Se você for para longe, então podemos começar a viver como um par," disse Lily, um pouco animada.

"Não pareça tão feliz ainda. Não sei se iria para muito longe de todos. É uma decisão difícil de tomar," disse Penelope.

Lily assentiu com a cabeça, concordando com Penelope. "Você sentiria minha falta, de Isabelle, da mãe, de Tyrion-"

"Por que você tem que mencionar o nome dele?" Penelope perguntou, usando o pé para afastar Lily. "Estou cansada das perguntas e menções a Tyrion. Já dei minha resposta."

"Mas sua expressão não me convence. Tudo bem ter dúvidas. Acho que há uma parte de você que gosta dele, mas você teme a vida no palácio. Você seria uma boa rainha, mas a vida lá não combina com você. Você estaria sempre lá," disse Lily.

Lily sabia que alguém tão aventureira quanto Penelope perderia a cabeça no palácio.

Era lamentável que o homem mais adequado para Penelope fosse o príncipe herdeiro.

Penelope olhou para sua mão. "Você acha que ele seria tão louco a ponto de abrir mão do título de príncipe herdeiro e deixar o palácio? Ele nunca seria tão louco, certo?"

"Não sei. É isso que você quer dele, ou o que ele disse que faria por você?" Lily perguntou, sentindo ainda mais pena do casal.

"Estou apenas perguntando o que você acha. Você concordaria comigo que seria loucura se ele não se tornasse rei por minha causa. Desejo que ele encontre outra pessoa para dedicar seu tempo. Tyrion será um rei maravilhoso," disse Penelope, confiante de que ele deixaria seus pais orgulhosos.

"Chega de falar sobre mim," disse Penelope, percebendo que havia esquecido de perguntar a Lily sobre sua vida. "Está indo muito melhor para você?"

"Não dancei com ninguém nem aceitei nenhuma das flores enviadas, mas acho que estou em uma posição muito melhor que a sua. Sou sortuda," disse Lily, dramaticamente enxugando a testa e soltando um suspiro de alívio.

Penelope riu. "Estou cansada de você. Isabelle!" Ela chamou sua irmã mais nova. "Como foi sua visita à avó?"

"Foi maravilhosa. Ela deseja que vocês duas estivessem lá e que a mãe visite. Avó quer que a família esteja unida. Ela pediu que eu falasse com a mãe sobre isso," disse Isabelle, sentando-se entre suas irmãs.

Penelope e Lily trocaram olhares.

"Você deveria ficar fora disso," sugeriu Lily. "Não é seu papel consertar isso."

"Por que não?" respondeu Isabelle, confusa. "Avó disse que está pronta para seguir em frente, mas é a mãe quem se apega ao passado. Estranhamente, a mãe não falará com a avó. Não consigo imaginar odiar minha mãe."

"Isabelle, não importa o que aconteça, você deve ficar do lado da mãe. Há muitas coisas do lado da mãe que você não sabe, e acho que não deveria saber por mais um tempo. Mãe não é quem está impedindo esse relacionamento de se formar," disse Penelope.

Isabelle desejava que suas irmãs simplesmente lhe contassem a história completa. Ela não era mais criança.

"Conte-nos sobre seu tempo com a avó. Estamos esperando o pai retornar," disse Lily.

"Pai já está em casa. Ele está na porta conversando com os guardas da cidade. O que é isso?" Isabelle perguntou, seguindo suas irmãs que se levantaram e saíram correndo sem dizer uma palavra. "Vocês não devem guardar segredos de mim."

Penelope só conseguia pensar em um motivo para os guardas da cidade estarem em suas portas agora. Em qualquer outro dia, Penelope pensaria que eles estariam ali por seu pai ou irmão.

"Você só precisa dizer a eles o que ouviu, como a mãe lhe disse. Nada mais," disse Lily para Penelope.

Lily duvidava que Penelope tivesse ouvido qualquer coisa que lhe foi dita enquanto ela corria para a porta da frente.

Quando Penelope chegou às escadas, olhou para baixo em direção à porta da frente e viu que seu pai não estava sozinho com os guardas. Sua mãe e irmão estavam presentes.

Alessandra deixou o grupo para falar com Penelope. A notícia precisava ser contada de uma forma melhor do que a maneira como os guardas estavam compartilhando.

"Penelope," disse Alessandra, subindo as escadas para segurar a mão de sua filha. "Você precisa me ouvir primeiro."

"Você precisa que eu conte a eles o que aconteceu, certo?" respondeu Penelope. "Posso falar agora."

Alessandra desejava que o dia terminasse melhor do que isso. "Não é tão simples. Pensei que ela estivesse bem, mas nos informaram que a jovem morreu. Não entendo isso, mas você deve se preparar para as perguntas deles."