— Também sei que você não quer colocar seus pais em uma posição onde eles tenham que explicar sua ausência ao tribunal. Então seu irmão será encarregado de tomar seu lugar. É muito mais do que você largar tudo por mim — disse Penelope.
Penelope continuou: — Vou admitir que parte de mim se sente bem que você goste tanto de mim a ponto de deixar o trono para trás, mas não vejo um futuro onde você deixe o palácio ou eu entre nele. Você deveria cortejar outra pessoa.
— Não — Tyrion objetou.
Penelope franziu a testa. — Por que não? Eu já lhe dei minha resposta.
— Não quero desistir. Vou cortejá-la como todo homem da cidade fará e conquistá-la. Além disso, existe alguém melhor do que eu para se casar com você? — Tyrion perguntou, sabendo que não havia.
— Você está sendo muito convencido agora — Penelope murmurou.
— Prefiro que a palavra confiante seja usada, e você sabe que é verdade. Você viu hoje à noite que muitos dos solteiros da cidade estão atrás da fortuna do seu pai. Por que se incomodar com eles quando pode ter a mim? — Tyrion perguntou.
— Eu preferiria não ter nenhum de vocês, e isso é bem possível. Meu pai diz que não precisamos nos casar se não quisermos. Ele preparou uma grande soma de dinheiro para cada um de nós e tem muitas casas pela cidade para escolhermos — Penelope compartilhou.
Penelope adorava que seu pai estivesse tão bem preparado para dar-lhes a liberdade de escolher seu futuro. Essa liberdade era o que ela queria manter.
Tyrion não esperava menos de Edgar. Enquanto muitos pais estavam ouvindo ofertas pelas mãos de suas filhas, Edgar estava encontrando maneiras de impedir que seus filhos se casassem.
— Seu pai parece ser um dos obstáculos no caminho para eu cortejá-la. A fronteira poderia usar a ajuda dele...
— Tyrion! — Penelope ofegou.
Tyrion riu. — Estou apenas brincando. Se eu mandar seu pai para longe, sei que você me odiaria para sempre. Além disso, o Duque Edgar recusou todas as sugestões de ir para a fronteira. Quando o nome do seu irmão surgiu, ouvi dizer que seu pai quase massacrou o tribunal.
— Como deveria — Penelope concordou com a reação do pai. — Seu pai também é próximo dos líderes da fronteira, então por que incomodar o meu? Muitos tentam dizer que meu pai é sempre mau ou rude, mas são os outros que o incomodam. Ele é maravilhoso quando deixado em paz.
— Ele é. É por isso que tenho cuidado com o que digo perto dele. Agora me pergunto se eu deixá-lo saber que salvei você, isso me colocaria bem acima dos outros pretendentes? — Tyrion perguntou, considerando seriamente.
— Isso colocaria você no fundo da lista para mim. Vá em frente e perca seu tempo me cortejando. Não me incomode no futuro dizendo que eu desperdicei seu tempo — Penelope respondeu, mais uma vez olhando para fora da carruagem.
— Vou me lembrar bem deste momento no futuro, Penelope. Vai ser divertido para nós olharmos para trás um dia. Fiquei quieto desde o início da temporada, mas agora serei bem barulhento pela sua mão. Prepare-se — Tyrion aconselhou Penelope.
Penelope não tinha uma resposta desta vez. Em vez disso, ela observou as terras por onde passavam até chegarem à Estância dos Collins.
— Aqui está bom o suficiente. Além deste ponto é a terra do meu pai, mesmo que os portões estejam lá na frente. Obrigada por esta noite. Tenho certeza de que você não me deixará esquecer, mas ainda estou grata por você ter escapado do palácio por um momento. Eu lhe devo — disse Penelope.
Tyrion abriu a porta da carruagem antes que o guarda do palácio chegasse e saiu para oferecer sua mão a Penelope. — Você não me deve nada — ele respondeu.
— Que estranho. Pensei que você aproveitaria a chance para me fazer encontrá-lo — disse Penelope, aceitando sua mão para sair da carruagem.
— Eu sou o príncipe herdeiro. Se eu quiser que você se encontre comigo, posso emitir uma ordem real. Não quero você ao meu lado porque sentiu que me devia algo. Boa noite, Penelope — disse Tyrion, levantando a mão dela para deixar um beijo.
Tyrion soltou a mão dela e voltou para a carruagem antes que pudesse ser atacado pelos guardas dos Collins.
Penelope ficou parada, observando enquanto a carruagem a deixava. Novamente, ela sabia que haveria problemas vindos do cortejo de Tyrion.
Ela olhou para sua mão.
— Penelope?
Os olhos de Penelope se arregalaram. Ela se virou lentamente para olhar o guarda que chamou seu nome. — Tio Caleb.
— O quê? Por que você está aqui fora tão tarde? — Caleb Chambers, um guarda pessoal da Duquesa, questionou, saindo dos portões a tempo de ver a carruagem. — Essa é uma carruagem real. Com quem você estava andando? O príncipe? O rei?
Caleb tocou o rosto de Penelope, virando-o para a direita e depois para a esquerda.
— Por favor, pare — Penelope implorou. — Estou bem. Recebi uma carona para casa, e agora estou aqui.
— Você está tentando fazer seu pai me matar, não é? — Caleb perguntou.
Penelope balançou a cabeça. — Não. Você vem dizendo isso há anos, mas ele nunca tentou matá-lo. Além disso, você é o guarda da minha mãe, então por que você se meteria em problemas por isso? Pode fingir que não viu a carruagem?
— Não — Caleb respondeu firmemente. Edgar tinha que saber de tudo. — Não sou o único guarda aqui.
— Que estranho. Pensei que você fosse o gêmeo divertido, mas parece que Reed é o divertido. Está frio, então eu gostaria de voltar para dentro — disse Penelope, deslizando ao redor de Caleb.
— Sou mais divertido que aquele tolo. Ouvi o que aconteceu no baile, então agora não é hora de você escapar da propriedade. Você pode se encontrar em perigo. Pelo menos mantenha seus guardas ao seu lado — Caleb aconselhou Penelope.
— Não vou mais escapar. Perdeu a graça. Diga olá para Tia Sally e os outros se você estiver indo para casa — disse Penelope, acenando adeus.
Caleb balançou a cabeça. Ele pensava que Elijah seria o problemático, mas estava se revelando ser Penelope.
Caleb permaneceu nos portões para observar Penelope entrar antes de partir para ficar com sua família.
Penelope caminhou até as portas da frente, apreciando a vista do céu noturno. Quando abriu as portas da frente, ela colocou a cabeça para dentro para ver que o caminho estava livre.
Não havia ninguém por perto. Nem mesmo o mordomo, Gerald.
— Consegui — Penelope sorriu.
— Penelope?
— Mãe — Penelope endireitou-se, virando-se para a direita para olhar sua mãe. — Você está acordada até tarde.
— E você estava fora até tarde — disse Alessandra, caminhando em direção à porta. — Todos vocês escaparam de novo?
Alessandra estava calma até abrir mais a porta e perceber que seus outros filhos não estavam presentes. — Por favor, não me diga que você escapou sozinha.
Penelope manteve a boca fechada para seguir os desejos de sua mãe.
Alessandra apertou a ponte do nariz.
— Sinto muito — Penelope se desculpou. — Você precisa contar ao pai?
— Se eu não contar, ele vai ouvir dos guardas que viram você, e não quero manter segredo dele. Falaremos sobre isso pela manhã. Vá para a cama — disse Alessandra, mandando Penelope embora.