Esmague-o

Antes que Xavier pudesse dizer mais uma palavra, o Rei Killian envolveu sua mão em volta do pescoço dele e o jogou contra a parede. "Você não vai tocar na minha companheira!" Ele gritou, seus dentes se alongando e seus olhos ficando vermelhos enquanto seu lobo ameaçava aparecer.

Xavier ainda permaneceu impassível, o sorriso em seu rosto se alargando. "Sua companheira?" Ele zombou. "Você diz isso como se realmente a amasse." O aperto de Killian apertou-se em volta do pescoço dele, mas ele conseguiu manter uma expressão calma.

Os olhos de Xavier de repente brilharam com raiva. "Eu não vou matar sua companheira como você matou a minha," ele rosnou. "Mas farei a vida de Elena tão miserável que ela vai se arrepender de ter te conhecido. Dessa forma, você nunca vai conseguir—"

Antes que Xavier pudesse terminar sua frase, o Rei Killian desferiu um golpe forte em seu rosto, suas mãos ainda envolvendo a garganta de Xavier.

"Se você ousar tocar em Elena, farei você se arrepender de ter nascido como meu irmão nesta vida." O Rei Killian rosnou, sua voz carregada de veneno.

Xavier riu sombriamente mesmo enquanto o ar em seus pulmões diminuía. "Então me mate." Ele disse com voz rouca.

Seus lábios se curvaram zombeteiramente antes de continuar. "Ah. Espere... você não pode me matar."

O aperto do Rei Killian vacilou, mas seus olhos permaneceram escuros.

"Se você me matar, você também morre," Xavier sussurrou, inclinando-se mais perto apesar da dor em seu pescoço. "Esse é o lado ruim da sua maldição, irmão."

"Então me diga, se eu decidir matar sua preciosa companheira, o que você vai fazer para me impedir?"

O maxilar do Rei Killian se apertou, seus olhos verdes ardendo de raiva.

O sorriso ainda permanecia no rosto de Xavier enquanto ele se libertava do aperto de seu irmão. "Eu falo sério, no entanto—não vou matá-la. Só farei de tudo para garantir que ela se arrependa de ter te conhecido." Ele disse em tom zombeteiro.

O Rei Killian deu um passo à frente, sua presença sufocante como se uma nuvem escura pairasse sobre sua cabeça. "Vou te mostrar algo pior que a morte se você ousar machucar minha companheira de qualquer forma."

Xavier revirou os olhos enquanto limpava poeira imaginária de sua camisa e então saiu do escritório de seu irmão.

"Bem-vindo de volta, Príncipe Xavier." O beta do Rei Killian, Garrett, cumprimentou enquanto se curvava em respeito.

"Garrett, pela centésima vez, pare de adicionar esse título bobo ao meu nome. Se você fizer isso novamente, vou garantir que corte essa sua língua." Xavier advertiu.

O Beta Garrett engoliu em seco, seu olhar fixo no chão enquanto Xavier caminhava despreocupadamente, com as mãos casualmente nos bolsos, assobiando sua melodia característica que fazia Garrett estremecer.

Quando Xavier desapareceu pelo corredor, Garrett soltou um suspiro trêmulo. "Eu nem sei quem é mais assustador. O Rei... ou o irmão dele." Ele murmurou baixinho.

Endireitando as costas, Garrett afastou o pensamento e entrou no escritório do Rei, preparando-se para a tempestade que o aguardava. Ele sabia que sempre que o rei chamava em horas tão tardias, algo ruim havia acontecido ou alguém estava prestes a morrer.

"Onde está a nova loba?" Xavier perguntou à primeira Ômega que viu no corredor, seu tom calmo, mas autoritário.

A Ômega, Zoe, começou a tremer enquanto baixava o olhar para o chão. Caramba. Ela já estava tendo dificuldades trabalhando para o Rei. Por que o príncipe tinha que voltar?

A voz de Zoe tremeu ao responder. "D-desculpe senhor, mas não posso revelar essa informação para você. O R-Rei vai me matar."

"E você acha que eu vou deixar você viver se não me der a informação que preciso?" Xavier perguntou, seu tom frio e mortal.

Tremendo como uma folha pega em uma tempestade, Zoe engoliu em seco, seus joelhos ameaçando ceder sob o olhar penetrante de Xavier. Lentamente, ela se afastou, revelando a porta de carvalho branco atrás dela. "E-ela está dormindo lá dentro," gaguejou.

"Boa menina," Xavier murmurou com um sorriso enquanto bagunçava o cabelo da criada. "Agora, suma." Ele ordenou, e a Ômega fez exatamente isso, correndo como se o chão estivesse pegando fogo.

Empurrando a porta, Xavier entrou no quarto preparado para Elena. Ele parou, seus olhos atentos examinando o espaço pouco iluminado até pousarem na figura dela. Ela estava encolhida na cama, seu cabelo vermelho espalhado sobre o travesseiro como uma cascata de seda. Ele se aproximou, seus passos deliberados e silenciosos, parando ao lado da cama.

A testa de Xavier franziu em confusão quando ele de repente sentiu seu lobo se agitando dentro dele. Seu coração pulou uma batida, e ele deu um passo para trás. O que estava acontecendo com seu coração? A pequena figura diante dele era uma bruxa? Por que seu coração estava acelerado?

Ele pressionou a mão contra o peito numa tentativa de acalmar seu coração acelerado. Cruzando os braços, ele inclinou a cabeça, um leve sorriso puxando seus lábios. "Nada mal," Xavier murmurou baixinho enquanto estudava a garota.

Ela era bonita, com cabelos vermelhos marcantes e pele pálida que brilhava suavemente sob o luar que entrava pela janela. Ela parecia serena, como uma criança finalmente tendo a chance de dormir em um castelo. Apesar das cicatrizes em seu rosto e pele, ela ainda parecia muito bonita.

O lobo de Xavier se agitou novamente, mais insistente desta vez, um rosnado baixo ecoando em sua mente. Não era raiva—era algo muito mais confuso. Seu lobo, Zuko, parecia atraído por ela como se estivesse ligado por um fio invisível.

Xavier franziu a testa quando percebeu que estava admirando a garota que planejava destruir e balançou a cabeça, tentando afastar a sensação.

Inclinando-se mais perto, ele deixou seu olhar demorar-se na expressão pacífica dela, seu sorriso desaparecendo em algo mais ilegível.

O coração de Xavier pulou novamente quando os olhos da garota se abriram, revelando os olhos vermelhos mais bonitos que ele já tinha visto.

"Companheira! Companheira! Nossa companheira!" Zuko, o lobo de Xavier, que havia se retirado anos atrás, de repente emergiu completamente enquanto pulava de excitação.

O rosto de Xavier instantaneamente ficou pálido. "Não. Não. Não," ele murmurou para si mesmo, recuando em choque.

ALCATEIA MOONSHINE.

"Não. Ela não foi embora. Ela não pode ter ido embora. Ela não deveria ter ido embora. Eu nunca machucaria ninguém. Eu nunca poderia machucar uma garota inocente, especialmente não minha companheira!" A voz do Alpha Enzo falhou enquanto ele passava a mão pelo cabelo desgrenhado, seus olhos selvagens de horror. Seu peito apertou enquanto o peso de seus pensamentos ameaçava esmagá-lo.

Ele parou de andar de um lado para o outro em seu quarto, punhos cerrados ao lado do corpo, e respirou fundo, tremendo. "O que eu fiz?" ele sussurrou para o quarto vazio, sua voz rouca de angústia.

As memórias daquela noite—do que ele havia feito—passavam em sua mente como uma melodia assombrosa. Ele não conseguia entender se algo daquilo era real, pois os flashes de memória vinham e iam quase imediatamente.

"Argh!" Alpha Enzo gemeu de dor enquanto caía no chão, sua cabeça enterrada entre os joelhos. Ele viu outra visão de sua companheira, seus olhos implorando para que ele não a rejeitasse, mas ele tinha. Ele tinha rejeitado sua maldita companheira!