Capítulo 66: A Visão de Kael

O ar na floresta estava denso com um pavor inominável, um calafrio que nada tinha a ver com o frio crescente da noite. Kael o sentia em seus ossos, um aviso cru e primitivo que arranhava seu peito, mais insistente que qualquer premonição do exército de Marcus se aproximando. Era uma serpente se enrolando em suas entranhas, sussurrando sobre traição e perda. Ele olhou para Ronan que, apesar de sua aparência externamente calma, afiando suas garras contra uma pedra irregular, irradiava uma tensão que espelhava a de Kael. O raspar rítmico da pedra contra o osso era o único som, um contraponto marcante para a tempestade que rugia dentro de Kael.

"Eu preciso correr," disse Kael, as palavras explodindo, uma exigência urgente de seu próprio âmago.