A porta se abriu com força e os trigêmeos entraram dançando.
"Acho que precisamos deixar os outros caras pegarem algumas das garotas de vez em quando," disse Lucas, rindo enquanto entravam na casa.
Eles estiveram no clube a noite toda, se divertindo com seus amigos, e quase acabou em discussão—de novo.
"Não é nossa culpa que as garotas só querem a gente, não importa onde vamos," disse Levi, com um sorriso malicioso.
A casa escura parecia brilhar com a presença dourada deles assim que chegaram.
"Baixem a voz," Liam mandou seus irmãos calarem a boca, atirando uma lata de refrigerante na cabeça de Levi com uma velocidade impressionante.
Levi pegou a lata arremessada sem piscar, sorrindo maliciosamente para o irmão. "Você está ficando lento, irmão," ele brincou.
Liam revirou os olhos. Eles se dirigiram para a sua ala.
Lucas chegou primeiro à porta preta com o emblema das três coroas douradas. Ele pegou a maçaneta e então congelou.
"O que foi?" perguntou Liam, olhando por cima do ombro do irmão.
"Alguém esteve aqui," rosnou Lucas.
Eles imediatamente entraram em modo de ataque. Uma coisa sobre eles, odiavam quando alguém tocava em suas coisas. Seus quartos eram proibidos, até mesmo para a maioria dos funcionários da casa.
"Você acha que eles ainda estão lá dentro?" perguntou Levi, rosnando.
"Vamos descobrir!" Lucas abriu a porta com força e entrou no corredor. Seus irmãos correram atrás dele.
Mas o corredor estava vazio. A única presença que restava nos quartos era um cheiro fraco, distinto, mas familiar.
Os trigêmeos congelaram ao mesmo tempo. Seus olhos se voltaram uns para os outros.
"Esse cheiro..." Levi ofegou.
"É definitivamente..." acrescentou Liam, de olhos arregalados.
Lucas finalmente acertou na mosca. "Hazel!"
Não havia como confundir o cheiro dela. Ela morava com eles há anos. Eles conheciam o cheiro dela como a palma de suas mãos.
Mas hoje, algo estava diferente. Muito, muito diferente. Hoje, o cheiro dela era como um vinho inebriante. Atingiu-os como um golpe no estômago. Quase os enviou a um frenesi.
"Ela é nossa companheira," cuspiu Lucas, com descrença na voz.
Seus lobos os arranhavam, lutando para assumir o controle. Eles tiveram que cerrar os punhos com força para impedir que seus lobos saltassem e corressem para reivindicar Hazel onde quer que ela estivesse.
Eles encontraram o quarto um por um, mas todos ficaram em silêncio. Cada um dos trigêmeos perdido em seus próprios pensamentos.
Como eram trigêmeos idênticos, eles sempre anteciparam a possibilidade de compartilhar uma companheira. Mas nunca imaginaram que seria Hazel.
"Isso muda tudo," murmurou Levi, esfregando a nuca. "Você acha que ela sabe?"
Lucas revirou os olhos para o irmão mais novo. "Claro que ela sabe. Por que mais ela teria entrado em nossa ala?"
"Como você acha que ela vai receber a notícia?" perguntou Liam baixinho. "Considerando..."
Ele não precisou terminar a frase. Todos sabiam o que ele ia dizer: 'Considerando como a tratamos no passado.'
Eles passaram anos tornando a vida dela miserável. Era tudo apenas uma brincadeira, mas vendo como ela reagiu no local mais cedo, ela não parecia ter achado as piadas deles engraçadas.
O destino havia pregado a pior peça neles ao torná-la sua companheira.
"O que vamos fazer agora? Ela é nossa companheira. Não podemos viver sem ela," exclamou Liam.
"E se ela nos rejeitar?" acrescentou Levi, de olhos arregalados.
"Vamos fazê-la nos aceitar," disse Lucas com firmeza. "Ela é nossa. Ela é nossa companheira agora. Nunca podemos deixá-la ir."
O rosto de Liam também endureceu. "Você está certo. Ela pertencia a nós no passado, mesmo antes desse negócio de companheira. E agora, ela pertence a nós de uma maneira ainda melhor."
"E nós nunca entregamos o que nos pertence para outros!" acrescentou Levi.
Eles compartilharam um sorriso malicioso, um acordo tácito passando entre eles: Hazel seria deles, não importa o quê.
******
~ POV da Hazel ~
No dia seguinte, eu ainda estava andando como se estivesse em transe.
'Não pode ser verdade! Não há como os trigêmeos serem meus companheiros! Certamente, a deusa da lua não pode ser tão cruel.'
Aqueles três tinham sido meus atormentadores por anos! Tudo o que eu estava esperando era a minha oportunidade de escapar deles para sempre.
Mas agora o destino estava tentando me ligar a eles pela eternidade!? Um nó cresceu em minha garganta, meu coração batendo forte.
Eu fiz minhas tarefas como um zumbi, um milhão de pensamentos correndo pela minha mente. Meu pensamento número um era:
'Devo evitar os trigêmeos a todo custo!'
Eu não podia me dar ao luxo de encontrá-los hoje. Eu não estava pronta para enfrentá-los. Quando descobrissem que eu era sua companheira, ficariam furiosos.
Como uma simples empregada como eu poderia ser a companheira deles? Eles definitivamente me rejeitariam. O pensamento enviou uma onda de devastação pelo meu coração.
Suspirei profundamente, agarrando o balde de esfregão com mais força enquanto me dirigia para o próximo local que precisava limpar na casa da matilha.
Ao virar o corredor, quase esbarrei em alguém. Com um pequeno grito, recuei bruscamente, com medo de ter sujado a pessoa com água suja.
Como empregada, quase todas as pessoas na matilha estavam acima de mim. Um erro como esse poderia me render uma séria bronca ou até mesmo uma surra.
"Sinto muito!" Eu ofeguei rapidamente, olhando para baixo para ter certeza de que não derramei água. "Foi tudo culpa minha. Eu não estava olhando por onde estava—"
Meus olhos se ergueram, apenas para se chocar com a última pessoa que eu queria ver agora. Jessie.
"Você está certa! É tudo culpa sua, sua vadia estúpida. Por que você não estava olhando por onde andava!?" Ela gritou.
Suspirei cansada. "Eu já pedi desculpas," apontei.
"Um pedido de desculpas consertaria meus sapatos que você respingou com água suja? Você tem ideia de quanto custam esses sapatos, sua empregada imunda? Custam mais do que sua vida vale!"
"A água nem chegou em você!" Eu gritei. "Eu verifiquei para ter certeza."
"Você não é quem vai me dizer se caiu água nos meus sapatos ou não! Ajoelhe-se e limpe meus sapatos com sua língua!" Ela exigiu.
Meu queixo caiu. "Você não pode estar falando sério!"
"Duvide," ela cuspiu. "Ajoelhe-se, vadia!"
"Eu não vou fazer isso!" Eu gritei. "A água nem caiu em você. E eu posso ser uma empregada, mas também mereço decência humana básica!"
"Você está respondendo para mim, sua ninguém? Parece que você esqueceu seu lugar nesta matilha! Vou lembrá-la," ela exclamou.
Nunca cheguei a saber o que ela planejava fazer porque de repente ouvimos o som de passos correndo em nossa direção.
O cheiro me atingiu antes mesmo que eles chegassem—companheiro. Nosso barulho deve ter acordado um dos trigêmeos! O pânico cresceu em meu peito. Deixei cair o balde no chão e fugi como um animal assustado.
"Onde diabos você está indo? Não terminei com você," Jessie gritou atrás de mim, confusa com minha súbita partida.
Antes que ela pudesse me seguir, viu Levi descendo as escadas correndo. Seu comportamento mudou imediatamente. O olhar frio e furioso em seu rosto desapareceu, substituído por um sorriso doce.
"Ah, oi, Levi!" Ela disse suavemente, colocando a mão no peito dele. "Não esperava te ver aqui."
Levi mal lhe deu um olhar. Ele empurrou a mão dela para longe de seu corpo. Um olhar chocado cruzou o rosto dela, mas ela se recuperou rapidamente.
Ela sorriu maliciosamente, aproximando-se dele novamente. "Eu estava apenas ensinando uma lição àquela tola da Hazel antes de você chegar. Se você tivesse chegado alguns segundos antes, poderia ter assistido," ela disse rindo.
Ela lhe deu um olhar expectante, esperando que ele risse com ela como de costume. Mas ela foi silenciada por um olhar frio e furioso.
"Nunca mais—" ele rosnou, dando um passo ameaçador para frente.
Jessie tropeçou para trás. O medo passou por seu rosto.
"—nunca mais, em sua vida, abra essa boca imunda para falar sobre Hazel novamente!"
Um grito saiu dos lábios dela. Ela girou e saiu correndo dali.
Levi pegou o telefone do bolso e discou um número. Assim que a pessoa atendeu, ele não se preocupou com formalidades.
"Precisamos conversar," ele declarou.