A Queda do Rei dos Ratos

O caos reinava na caverna.

Com o Rei dos Ratos desorientado pela bomba de luz e morto por uma flecha certeira, os selos de escravidão se desfizeram de imediato. A libertação foi como um choque elétrico correndo pelo corpo dos ex-escravos. Aqueles que ainda podiam lutar se levantaram, pegando armas dos capangas mortos e se unindo aos Lobos do Deserto.

Katiel sentia o calor da batalha vibrando em sua pele. Sua espada, firme nas mãos, cortava o ar como se tivesse vontade própria. Cada golpe, cada desvio, era guiado pela precisão de quem conhecia aquele mundo melhor do que ninguém.

— Não pensem que somos presas fáceis! — gritou Katiel, cravando a lâmina no peito de um capanga com armadura de couro, antes de girar para desviar de uma lança e contra-atacar com um corte limpo no flanco do inimigo.

Os mercenários dos Lobos do Deserto combatiam com eficiência brutal, abrindo caminho por entre os túneis. Isis, a batedora, era um borrão escarlate entre os inimigos, derrubando adversários com golpes rápidos. Abe, o arqueiro, acertava alvos entre os olhos mesmo em meio ao tumulto.

Sofitia lutava ao lado de Katiel, o rosto determinado. Apesar do cansaço, seus movimentos mostravam que ela não era mais a mesma garota indefesa de antes.

Mas então, quando um capanga avançou com um machado visando Sofitia, Katiel agiu por instinto.

— Cuidado! — ele se jogou na frente, recebendo o golpe no peito.

A dor foi imediata. O mundo girou. Ele mal sentiu sua espada cair da mão.

Sofitia gritou enquanto Katiel caía de joelhos, sangue escorrendo da ferida profunda. A luta ao redor parecia distante.

Os últimos capangas foram derrotados. A caverna, finalmente, ficou em silêncio.

Katiel acordou sentindo o mundo pesado.

Estava deitado em uma tenda, enfaixado dos ombros até a cintura. Seu corpo inteiro doía como se tivesse sido atropelado por um dragão. Ele piscou e viu um teto de lona.

— Então você acordou — disse uma voz suave.

Virando a cabeça com esforço, viu Thoth, o mago do grupo, ao lado da curandeira Heka. O mago ajeitava as vestes e observava o garoto com olhos curiosos.

— Você teve sorte — disse Heka. — Aquele golpe poderia ter atravessado seu coração. Se não fossem os primeiros socorros rápidos e… esse corpo incomum…

— Incomum? — perguntou Katiel, com a voz rouca.

— Sua regeneração é acelerada. Para alguém tão jovem, você tem uma constituição de fera — explicou Thoth, pensativo.

Antes que Katiel pudesse dizer mais, ouviu passos correndo.

Sofitia entrou na tenda e, ao ver o garoto acordado, arregalou os olhos, correu até ele e o abraçou com força.

— Você é um idiota! Um grande idiota! — disse, chorando. — Nunca mais faz isso! Você quase morreu!

— Agh! Sofitia… eu ainda tô todo machucado…! — gemeu Katiel, sufocado pelo abraço.

— Ah! Desculpa! — ela o soltou num pulo, o rosto vermelho.

— Quanto tempo eu fiquei desacordado?

— Dois dias… — ela respondeu baixinho. — Eu fiquei aqui o tempo todo…

Katiel sorriu, mesmo com a dor no peito.

Ainda bem que eu tenho corpo de ferro e regeneração leve. Se não, estaria morto a essa hora.

Então uma janela do sistema surgiu diante de seus olhos:

Missão Secreta: Salve Sofitia – Concluída com ÊxitoRecompensas:

Fragmento do Mapa da Espada Amaldiçoada Velnova (2/5)

Chave Branca (Dungeon de Rank Branco)

15 moedas extras pela conclusão rápida da ameaça principal

Ele fechou os olhos por um momento.

Estava dando certo.

O futuro de Sofitia agora estava mudando — e, com isso, o curso de Arkitia.