Reencarnação

Pietro sente como se estivesse flutuando no vazio, no nada.

"O que aconteceu? onde estou?... a é verdade, eu morri, o que será que acontece agora? será que a garota ficou bem? "

Enquanto ponderava sobre sua morte, Pietro começa a sentir o vazio indo embora e sendo substituída por uma de calor , como a dos raios de sol da manhã, ele começa a escutar barulho de pássaros cantarolando e sente uma luz batendo em seu rosto.

Quando abre os olhos vê um cenário peculiar, varias árvores e arbustos, mas antes de poder entender a situação que se encontrava ele começa sentir sua coincidência diminuir e sua idade mental regredir, então sua mente retorna para a de um recém-nascido.

"UWWAAAA" Pietro começa a chorar

Um choro de bebê ecoa pela floresta, chamando atenção de um caçador que estava pelas redondezas, um homem alto de 1,90 de altura no início de seus 20 anos, cabelos encaracolados e olhos castanhos, uma barba mal feita, vestindo roupas feitas de pele de animais e uma camisa feita de tecido barato, segurando um facão em uma mão e com um arco e flechas em suas costas, ele se aproxima do choro.

Cortando os arbustos que estavam em seu caminho, deitado em um buraco do tronco de uma arvore, o caçador se depara com um bebê.

Cabelos prateados brilhando na luz do sol, pele branca que faz contraste com o tronco da arvore que repousa, enrolado em um pano sujo que parece ser de um tecido pior que a camisa do caçador.

O caçador se aproxima da arvore, guardando seu facão, ele pega o bebê que berra com toda a força de seus pulmões.

"O que um bebê esta fazendo no meio da floresta?" pensa o caçador.

"UWAAAA" o bebê continua a chorar.

"Calma, calma" o caçador fala para o bebê enquanto o balança, numa tentativa de acalmar o bebê em desespero.

"Por agora o levarei para casa e conversarei com Adella, ela deve saber o que fazer"

O caçador enrola o bebê em prantos em seu braço, e vai em direção a sua vila.

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Chegando na vila, alarmados pelos choros ecoantes de um bebê, os aldeões vem em direção a ele e se deparam com uma cena peculiar.

Heck, que havia saído para caçar de manhã como de costume, havia voltado mais cedo e com um bebê em seus braços.

Todos o encaram sem pronunciar uma palavra, quebrando o gelo da situação, uma mulher em seus 20 anos, cabelos morenos e encaracolados, olhos verdes cor de grama, com uma estatura de 1,68 m, vestindo um vestido do mesmo material da camisa do caçador e calçando botas de couro com salto, vem em direção do caçador.

"Heck, amor, porque voltou tão cedo?... e que bebê é esse?" Adella, a esposa do caçador Heck, pergunta com uma expressão de curiosidade e espanto pela peculiar cena.

"Adella, meu amor!" diz Heck com uma expressão séria e voz serena.

"Eu fui caçar hoje cedo como de costume, quando escutei o choro de um bebê vindo dos arbustos, foi quando encontrei esse bebe deitado dentro de um buraco do troco de uma arvore, como não o podia deixar a pobre da criança lá largada, a trouxe de volta pra vila" explica Heck, com a mesma expressão.

"Por Athelia, pobrezinho!" exclama Adella, com uma voz cheia de preocupação e com uma expressão de dó.

No meio daquela comoção, o Chefe da Vila chega para ver o que estava acontecendo, um homem experiente, por volta de seus 50 anos com uma estatura de 170 m, com cabelos grisalhos e olhos castanhos cansados pela idade, carregando um cajado que usava para ajuda-lo a se locomover.

"Que comoção é essa logo cedo!" exclama o Chefe da Vila,

Heck explica a situação, enquanto entrega o bebê para Adella.

O chefe da vila depois de entender melhor a situação, explica que a criança provavelmente foi abandonada na floresta pelo seus pais, pois eles não tinham condições de sustenta-lo, o que vem sendo uma pratica comum nos tempos atuais.

Graças a guerra que estava pra vir, e com o recrutamento obrigatório de homens, numa faixa etária de 15 até 50 anos, para o exercito, famílias que perderam os principais provedores de suas casas, vem ficando cada vez mais pobres e recorrendo a abandonar bebês e até mesmo vender sua prole por alguns trocados. 

"E então Heck, o que você pretende fazer com a criança?" pergunta o Chefe da vila, com um tom calmo e sereno e com olhos cheios de preocupação.

Antes que ele pudesse responder a pergunta, Adella exclama:

"Nós vamos criá-lo, é óbvio!" diz Adella com o bebê envolto em seus braços que havia se acalmado, uma expressão firme e séria e com olhos cheio de determinação.

"Ter certeza meu amor?" pergunta Heck, com um olhar preocupado para sua esposa, com receio que essa seja uma tarefa muito pesada para ela, já que a maioria do trabalho seria dela.

"Mas é lógico, quem não iria querer uma fofura dessas!" exclama Adella, enquanto brinca com o bebê.

"Num é, vc é uma fofura não e mesmo!" diz Adella fazendo uma voz fofinha e brincando com os dedinhos do bebê, que dá uma gargalhada com uma voz alta para um bebê, mas com uma voz fina.

Assim o casal recém-casado, que acabará de começar sua vida juntos, adotaram o abandonado bebê. Eles o batizaram de Kai, o que significa "Aquele que Sobrevive" em dialeto ancestral, segundo Adella que possuía mais estudo. E desta forma, passaram-se 5 anos.

"KAAAAAI!" grita Adella tentando acordar Kai.

"VAMOS! LEVANTA! temos que ir para igreja para sua cerimônia de despertar" diz Adella com uma voz alta, perfurante e séria.

"Só mais 5 minutinhos mamãe" fala Kai, com uma voz fraca e baixa, de quem ainda está meio dormindo.

5 anos se passaram desde que Adella e Heck adotaram o pequeno Kai, e hoje marca o dia mais importante de sua vida, o dia que definirá seu futuro, o dia de sua Cerimônia do Despertar, onde ele obterá sua janela de status.