pensamentos pecaminosos

O sol brilhava intensamente no céu de Seul, refletindo sobre a água cristalina da piscina na casa de Yuna. Zaria estava sentada sob a sombra do gazebo, com um copo de suco na mão e os olhos distraídos na tela do celular. A tranquilidade da manhã era agradável, mas nada poderia prepará-la para o que aconteceu a seguir.

Yuna saiu da casa com passos despreocupados, trajando um biquíni verde que abraçava seu corpo de maneira quase pecaminosa. Seu físico tonificado reluzia sob o sol, cada curva e linha esculpida perfeitamente. Zaria sentiu o ar desaparecer de seus pulmões por um momento.

— O que foi? — Yuna perguntou, um sorriso travesso nos lábios ao notar o olhar fixo de Zaria.

A cantora piscou algumas vezes, tentando parecer natural, mas era impossível ignorar o calor subindo por seu rosto.

— Você... Você vai nadar? — Zaria perguntou, desviando o olhar para o copo em suas mãos, como se aquilo fosse a coisa mais interessante do mundo no momento.

Yuna riu e passou as mãos pelos cabelos, se alongando levemente antes de se sentar na beira da piscina e molhar os pés.

— Na verdade, estava testando esse biquíni. Me chamaram para fazer uma campanha de moda praia, e eu queria ver como ele ficava no corpo antes de dar uma resposta.

Zaria arregalou os olhos e se endireitou imediatamente.

— Campanha de moda praia? Tipo... um ensaio fotográfico? — perguntou, a expressão levemente alterada.

— Sim, algo bem sensual. Você sabe, sol, areia, água salgada... — Yuna brincou, lançando um olhar provocador para Zaria, que imediatamente franziu o cenho.

— Nem pensar! — Zaria rebateu, cruzando os braços. — Eu não vou deixar milhares de pessoas babando em cima de você!

Yuna gargalhou, genuinamente surpresa com a reação da cantora.

— Ah, é? Você não vai deixar? — repetiu, arqueando uma sobrancelha.

— Exatamente! — Zaria resmungou, ainda emburrada. — Já basta o quanto você chama atenção naturalmente, imagina posando de biquíni por aí!

Yuna se levantou e caminhou até Zaria, inclinando-se sobre ela, as gotas de água escorrendo por sua pele dourada.

— Então você está com ciúmes? — murmurou, os lábios perigosamente próximos dos de Zaria.

Zaria sentiu o rosto esquentar ainda mais e desviou o olhar, tentando manter sua dignidade.

— Não é ciúmes... é só... proteção. Eu não quero dividir você com ninguém.

Yuna sorriu, adorando a sinceridade desajeitada da namorada. Ela segurou o rosto de Zaria entre as mãos e plantou um beijo suave em sua testa.

— Bom saber que eu causo esse efeito em você. Mas não se preocupe, eu só faço questão de impressionar uma única pessoa. — Seus olhos brilhavam de diversão e carinho.

Zaria bufou, mas não conseguiu esconder o sorriso.

— Então cancela esse ensaio. Ou eu vou lá garantir que suas fotos não saiam tão boas.

Yuna riu e puxou Zaria pela mão.

— Que tal você mesma tirar umas fotos minhas? Assim só você vai ver.

Zaria franziu o rosto, mas então um sorriso brincou em seus lábios.

— Só se for um ensaio privado.

— Fechado. — Yuna piscou para ela antes de mergulhar na piscina, deixando Zaria ali, completamente encantada e apaixonada.

Elas passaram a manhã juntas, aproveitando a companhia uma da outra. Zaria teria que sair pela tarde, pois passaria no apartamento para pegar mais roupas e iria para uma reunião. (...)

Yuna estava jogada no sofá, vestindo um moletom velho e segurando um pacote de salgadinhos quando a campainha tocou.

Ela franziu a testa. Não estava esperando ninguém, Zaria não disse se ainda voltaria aquele dia. Levantou-se preguiçosamente e foi até a porta, ainda mastigando. Quando abriu, encontrou Zaria e Luna sorrindo para ela – Zaria segurava uma caixa de pizza, e Luna uma sacola de refrigerantes.

— Surpresa! — Zaria anunciou animada.

Yuna piscou algumas vezes.

— Vocês estão tentando me comprar com comida?

— Sim — Luna respondeu, entrando como se fosse dona da casa. — E funcionou, porque você já está abrindo espaço pra gente.

— Não convidei você pra entrar... — Yuna resmungou, mas já estava pegando pratos no armário.

Zaria riu e colocou a pizza na mesa.

— Na verdade, Luna insistiu para vir. Ela disse que precisava ter uma conversa séria com você.

Yuna estreitou os olhos para Luna.

— Conversa séria?

Luna cruzou os braços e fingiu um olhar avaliador.

— Sim. Agora que você oficialmente faz parte da nossa bolha secreta de amor proibido, preciso garantir que não vai ser um problema.

Yuna revirou os olhos, pegando seu próprio pedaço de pizza.

— Problema? Eu sou a pessoa mais confiável que você poderia ter. Zaria é quem governa a minha vida.

— Eu sei — Luna disse, pegando seu próprio pedaço. — Mas eu precisava te olhar nos olhos e dizer que se você partir o coração da Z, eu pessoalmente vou te infernizar pro resto da vida.

Zaria engasgou com a bebida e começou a tossir.

— LUNA!

Yuna levantou uma sobrancelha, divertida.

— Interessante... e se for ela que partir o meu coração?

Luna deu de ombros.

— Aí é um problema seu.

Zaria bateu no braço dela, indignada.

— Como assim?!

— Brincadeira, brincadeira! — Luna riu. — Mas falando sério, é só um aviso. Eu gosto de vocês juntas. É fofo. E meio inesperado. Tipo quando você pede um café e vem com chantilly de graça.

— Ei! — Zaria protestou.

Yuna gargalhou.

— Eu aceito o café com chantilly. Acho que pode ser interessante.

Zaria revirou os olhos e roubou um pedaço da pizza de Yuna.

O resto da noite foi cheio de risadas, provocações e histórias do passado. Em algum momento, Luna pegou o celular e tirou uma foto das duas juntas no sofá.

— Para a posteridade — disse ela, piscando.

Yuna percebeu que gostava da ideia de estar naquele círculo secreto de amor proibido.

— Você tem uma adega particular? — Luna perguntou, boquiaberta, enquanto Yuna abria a porta de um pequeno espaço escondido na sala.

— Tenho — Yuna respondeu com um sorriso satisfeito. — O que acham de experimentar algumas garrafas?

Zaria arregalou os olhos.

— "Algumas"?

Luna já estava pegando uma garrafa antes que Zaria pudesse protestar.

— Você acha que eu vou recusar vinho grátis?

E assim, a noite tomou um rumo ainda mais caótico.

As taças foram se esvaziando, as risadas aumentando, e a conversa passou de assuntos triviais para reflexões profundas sobre a vida.

— Vocês já perceberam como as estrelas parecem mais brilhantes quando a gente tá bêbado? — Luna murmurou, olhando para o teto.

— Não tem estrelas aqui dentro, Luna. — Zaria riu, já levemente corada pelo álcool.

— Mas se tivesse, elas estariam brilhando muito — Luna retrucou, balançando a taça com elegância exagerada.

Yuna, que já estava um pouco além da sobriedade, apoiou o cotovelo na mesa e olhou para Zaria com um sorriso bobo.

— Sabe, Luna... eu sempre tive um crush na Zaria.

Zaria quase derrubou sua taça.

— O quê?!

Luna bateu as mãos na mesa, animada.

— Eu sabia! Isso tá ficando cada vez mais fofo.

— Yuna, não precisa contar tudo! — Zaria exclamou, envergonhada, escondendo o rosto nas mãos.

Mas Yuna já estava entregue ao momento.

— É sério! Desde que éramos trainees. Ela era tão dedicada, tão talentosa... e tão fofa. Eu achava o sotaque dela a coisa mais adorável do mundo.

Luna estava rindo sem parar.

— Meu Deus, isso é melhor do que eu imaginava. Você ficava olhando pra ela nos ensaios e suspirando?

— Talvez... — Yuna admitiu, com um sorriso travesso.

Zaria gemeu, completamente vermelha.

— Eu vou morrer.

Luna enxugou uma lágrima de tanto rir.

— E você ficou todos esses anos pensando nela?

— Claro — Yuna disse, como se fosse óbvio. — Eu via os shows, acompanhava os lançamentos... e pensava: "Nossa, minha pequena Yejin cresceu".

Zaria cobriu o rosto com as mãos novamente.

— Eu estou oficialmente arrependida de ter trazido essa pizza.

— Eu estou oficialmente apaixonada por essa história — Luna rebateu.

Zaria jogou uma almofada na amiga, mas Luna desviou, gargalhando.

— Isso é tão fofo que eu acho que vou chorar.

— Você já tá chorando — Zaria apontou.

— É porque eu sou emotiva quando bebo! — Luna retrucou, abraçando Zaria de lado.

Yuna apenas riu e, sem pensar muito, puxou Zaria para um abraço apertado.

— Eu não tô brincando, Yejin. Você sempre foi especial pra mim.

Zaria ficou quieta antes de abraçá-la de volta, um sorriso tímido nos lábios.

E assim, entre risadas, confissões e mais vinho, as três acabaram adormecendo na sala.

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Manhã seguinte

Luna acordou com a pior dor de cabeça do mundo.

— Eu nunca mais bebo vinho... — resmungou, cobrindo os olhos com as mãos.

Demorou alguns segundos para se situar, mas quando abriu os olhos, viu algo que fez valer a pena a ressaca.

Zaria e Yuna estavam dormindo abraçadas no sofá, completamente enroscadas uma na outra.

O braço de Zaria estava pousado sobre o peito de Yuna, e o rosto dela estava enterrado no pescoço da atriz. Yuna, por sua vez, tinha uma expressão de pura paz.

Luna sorriu maliciosamente.

— Isso merece uma sessão de fotos.

Com todo o cuidado do mundo, pegou o celular e tirou várias fotos.

Depois, mordeu o lábio, segurando uma risada.

— Isso vai render.

Luna já imaginava a cara de desespero de Zaria quando visse as fotos.

Yuna piscou algumas vezes, sentindo o rosto quente por causa do sol que atravessava a janela. Ela gemeu, incomodada, e se espreguiçou.

— Maldito sol... — murmurou, tentando enterrar o rosto no sofá novamente.

Foi quando percebeu um movimento estranho ao seu lado.

Abrindo os olhos com mais esforço, viu Luna segurando o celular bem na frente delas, tirando fotos com um sorrisinho travesso.

Yuna franziu a testa, ainda meio grogue.

— ... O que você tá fazendo?

— Capturando a fofura do momento — Luna respondeu sem nenhuma vergonha, focando em tirar mais algumas fotos.

Yuna soltou um grunhido e passou a mão no rosto.

— Você já acorda assim? Não quer um café primeiro?

Luna riu.

— Café depois. Prefiro continuar zoando vocês.

Yuna balançou a cabeça, achando graça, mas antes que pudesse dizer qualquer coisa, sentiu um movimento ao seu lado.

Zaria se mexeu devagar, ainda perdida no sono, até abrir os olhos e piscar algumas vezes. Seu olhar encontrou o de Yuna, e então ela percebeu Luna segurando o celular.

— Luna... — Zaria murmurou com a voz rouca de sono.

— Bom dia, minha estrela! — Luna respondeu com um tom doce, segurando o riso.

Zaria estreitou os olhos, ainda tentando entender o que estava acontecendo, até notar que Luna estava filmando ou tirando fotos delas.

— Espera... você tá tirando fotos nossas?!

Luna sorriu largamente.

— Sim! E ficaram adoráveis.

Num segundo, Zaria estava piscando devagar, processando a informação. No outro, ela pulou do sofá.

— ME DÁ ISSO AQUI!

Luna arregalou os olhos e saiu correndo.

— Ah, ah, ah! Não tão rápido!

Zaria foi atrás dela, descalça e de pijama, o cabelo todo bagunçado, mas determinada.

— Você não vai guardar isso no seu celular! Deixa eu ver!

— Não vou! — Luna retrucou, rindo enquanto corria pela sala.

Yuna, ainda sentada no sofá, observava tudo com um sorriso.

Zaria quase alcançou Luna, mas a amiga era rápida e desviou, segurando o celular no alto como se fosse um troféu inalcançável.

— Você é pequena demais pra pegar!

— EU VOU TE MATAR, LUNA!

Yuna gargalhou, abraçando uma almofada enquanto via Zaria girar pela sala atrás de Luna, que driblava como uma profissional.

E então, Yuna percebeu algo que aqueceu seu coração.

Ela não se sentia mais sozinha.

Por muito tempo, sua casa parecia apenas um lugar grande e vazio. Mas agora, com as risadas de Zaria e Luna ecoando pelos cômodos, sentia-se preenchida de uma alegria que há tempos não experimentava.

Olhando para Zaria, que ainda tentava pegar o celular de Luna, Yuna sorriu de um jeito que não sorria há muito tempo.

Ter aquelas duas ali era, sem dúvida, uma das melhores coisas que lhe aconteceram.