— Obrigado — eu disse, as palavras soando estranhas na minha língua. Quando foi a última vez que agradeci a Seraphina por alguma coisa?
Seus olhos encontraram os meus, frios como gelo. — Eu teria feito o mesmo por qualquer pessoa.
Aquelas simples palavras cortaram mais fundo que qualquer insulto. Claro que ela teria feito — era assim que Seraphina era. Ela sempre fazia a coisa certa, mesmo quando significava salvar alguém que a atormentou por anos. Alguém como eu.
— Eu sei — consegui responder. — Mesmo assim... obrigado.
Ela apenas assentiu, seu rosto inexpressivo. — Se é só isso, estou cansada. Boa noite, Alpha Kaelen.
A porta se fechou suavemente na minha cara. Não batida com raiva, mas firmemente fechada com fria indiferença. Isso doía mais do que rejeição. Pelo menos o ódio mostraria que ela ainda sentia algo por mim. Este vazio — este nada — era insuportável.