Eu olhava pela janela, observando as nuvens flutuarem pelo céu da tarde. Já fazia um dia inteiro desde que eu me trancara neste quarto, continuando minha farsa de amnésia. Os trigêmeos haviam feito várias tentativas de falar comigo, mas eu me recusara a vê-los, alegando que precisava de tempo para processar minha "confusão".
Na verdade, eu precisava que eles aceitassem meu suposto desejo de rejeição para que eu pudesse finalmente escapar desta prisão dourada. Mas os irmãos Asa da Noite eram, se não outra coisa, teimosos.
Uma batida na porta interrompeu meu devaneio.
"Entre," chamei, esperando mais uma tentativa de um dos trigêmeos.
Em vez disso, Lyra e Elina entraram, com os braços carregados de pacotes, caixas e buquês.
"O que é tudo isso?" perguntei, levantando-me do assento da janela.
"Presentes, Luna," Lyra explicou, colocando o que carregava sobre a cama. "Dos seus companheiros."
Elina colocou seus pacotes ao lado dos de Lyra. "Eles estão chegando desde a manhã."