Escuridão. Foi a primeira coisa que notei quando a consciência voltou a mim com força. A segunda foi a dor—meus pulsos e tornozelos amarrados tão apertados que cada solavanco enviava punhaladas de dor pelos meus membros. Minha boca estava seca, uma mordaça áspera cortando os cantos dos meus lábios.
Eu estava em um porta-malas. A constatação me atingiu com um terror paralisante enquanto o veículo sacudia sobre outro buraco, me jogando contra algo macio—outro corpo.
Não apenas um. Havia outros aqui comigo. Eu podia distinguir três formas sombrias no espaço apertado, todas amarradas e amordaçadas como eu. Os olhos de uma garota encontraram os meus, arregalados de terror, lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
Tentei usar o vínculo mental, alcançar alguém, mas bati em um muro de silêncio. Meu pescoço estava pesado, constrangido por algo frio e metálico. Quando tentei me transformar, nada aconteceu. Meu lobo permaneceu adormecido, inalcançável.