『 Um novo Talento foi despertado! 』
『 Nome: Olhos do Rei
Categoria: Passiva
Rank : Comum
Descrição: O usuário consegue ver parte das
informações e habilidades do alvo escolhido 』
『Você obteve 100 moedas como recompensa 』
Talentos podem ser desenvolvidos e aprendidos? Essa é uma ótima informação — Pensou Orion enquanto lia a descrição de sua mais nova conquista.
Falando em moedas, acredito que seja melhor eu dar uma olhada na loja.
— Loja.
Uma nova interface ainda não explorada apareceu em frente aos seus olhos , e junto a ela, uma voz conhecida e temida surgiu.
『 Você realmente não perde tempo , não é? Não sei como não o vi antes 』
O tempo parou assim que ouviu a voz que tinha controle sobre tudo.
Sem demonstrar surpresa, Orion respondeu:
— O que quer comigo dessa vez? — Perguntou Orion buscando entender as intenções do Arhat.
『 Não precisa se manter em guarda comigo. Se eu quisesse arrancar sua cabeça não existe nada que você possa fazer para impedir 』
『 De qualquer maneira, eu só vim aqui porque sabia que você seria o primeiro a utilizar a loja, mesmo eu não tendo ensinado como 』
— E o que isso tem a ver com você? — Questionou o jovem de olhos dourados, ainda em guarda.
『 Eu vim te fazer uma proposta, está disposto a ouvir? 』
— Pode falar.
『 Um contrato. Você faz todos as outras pessoas falharem nesse cenário e eu te dou acesso ilimitado e grátis a toda a loja 』
— E por que você mesmo não faz isso? Não tem poder para fazer o que quiser sem ninguém impedir? — Respondeu imediatamente.
O sorisso do Arhat se abriu mais ainda, como se tivesse escutado uma piada mortal. Então, ele começou a rir incansavelmente.
Depois do pequeno momento de insanidade do pequeno espírito, sua feição voltou ao normal.
『 Fazia tempo que eu não me divertia tanto, eu te agradeço por isso. Estou te dando essa sugestão porque eu posso e porque gostei de você , apenas isso 』
— E eu vou negar porque eu também posso, e se me der licença, eu tenho compras a fazer.
『 Como quiser. Nos veremos novamente em breve, olhos dourados 』
Assim que o tempo voltou ao normal, Orion voltou sua atenção à loja.
Quando ele ia começar a explorar os itens disponíveis, um erro no sistema interrompeu.
『 O sistema de Loja está passando por uma breve manutenção, voltaremos em breve 』
Ao terminar de ler a mensagem, uma risada ecoou por todo o quarto.
Fantasma idiota , pensou Orion.
Orion se recostou na cama após a última mensagem do sistema desaparecer. O silêncio no quarto só era interrompido pelos passos apressados de Quill, que retornava já limpo e com roupas novas, um manto curto e túnica azul simples, mas bem ajustada ao corpo magro.
— Voltei! Espero que não tenha demorado muito... — disse ele, ofegante, passando a mão pelos cabelos ainda úmidos.
Orion riu levemente.
— Está tudo bem. Agora vá descansar. Amanhã o dia deve ser cheio.
Quill assentiu e se sentou em sua cama.
— Acha mesmo que... vamos lutar em breve? — Perguntou Quill.
— O requisito de conclusão do cenário é proteger o castelo, provavelmente haverá pelo menos uma luta.
— Já que estamos em Troia, eu não ficaria surpreso que acontecesse uma guerra que ocorreu aqui.
O jovem pensou por um momento e respondeu com um leve sorriso.
— Ainda bem que estou no mesmo grupo que você.
— Por que está falando isso? — Questionou Orion, enquanto se preparava para sair do quarto.
— Você é forte, pelo menos foi o que um grupo de pessoas me falou antes.
— Não acredite em tudo que escutar por aí, garoto. — Advertiu Orion.
— Então está dizendo que eles mentiram pra mim? — Perguntou o jovem de maneira tristonha.
Orion não respondeu de imediato, pensou com sinceridade e então respondeu:
— Eu também não disse isso. Boa noite, Quill. — Enquanto saia do quarto.
O garoto abriu um sorriso de orelha a orelha antes de responder animado.
— Boa noite , Senhor!
As tochas nas paredes foram apagando aos poucos, uma a uma, até que a penumbra do quarto se completou. Do lado de fora, a noite engolia Troia em um manto silencioso e frio.
O amanhecer veio rápido, anunciado por passos ritmados e o som metálico das lanças sendo erguidas.
— Acordem! Todos de pé, guerreiros! Temos um dia cheio! — gritou uma voz conhecida do lado de fora da porta.
Era Hector.
Orion já estava pronto e de pé, como se já tivesse acordado a algumas horas. Quill, por outro lado, caiu da cama enrolado no lençol.
— Eita! O quê? Já? — disse o garoto, tentando se equilibrar.
Orion ajudou-o a se levantar, e em minutos o pequeno curioso já estava pronto, ao saírem do quarto, foram encontrando os demais no pátio central.
Ali estavam cerca de quarenta pessoas, quase todos os sobreviventes que haviam sido lançados naquele cenário. Alguns poucos ainda pareciam confusos, mas a maioria já formava pequenos grupos.
Hector os observava com um olhar atento e mãos atrás das costas.
— Hoje, vocês irão conhecer Troia. Isso não é turismo. Vocês precisam saber onde estão lutando, por onde podem fugir... e quem são os rostos que vão proteger.
Ele virou-se e começou a andar, enquanto os guardas formavam dois grupos de proteção nas laterais.
— Sigam-me.
A comitiva atravessou muralhas internas, praças, pequenas vilas anexas e até áreas de treinamento militar.
Durante o trajeto, os sobreviventes começaram a interagir, como se o peso da nova realidade e a gravidade da situação estivesse diminuindo.
Um rapaz de cabelos trançados e pele escura andava com passos largos e expressão séria. Carregava uma lança improvisada presa nas costas.
— Se for pra morrer, que seja lutando. Não fui jogado aqui pra esperar o fim — disse ele, aproximando-se de Orion e Quill.
— Eu te conheço? — perguntou Orion.
— Vai conhecer agora, meu nome é Toby. Era cadete antes disso..tudo. E vocês?
— Eu sou Quill. É bom ter alguém experiente conosco — respondeu ele, apertando a mão do rapaz.
— E você? — Perguntou o ex cadete.
— Orion.
Perto dali, uma garota de cabelo loiro preso em um coque e expressão amigável observava tudo em silêncio. Quando notou o olhar de Quill, respondeu com um aceno animado.
— Ela parece legal. — sussurrou ele para Orion.
Orion só olhou pra ele enquanto subia a sobrancelha.
Outro grupo era formado por três pessoas aparentemente próximas: Kim, um asiático de olhar vivo e tático; Haru, uma garota tagarela de cabelos cacheados e energia contagiante e Daryl, um homem de idade um pouco mais avançada , que parecia calmo e observador, sempre anotando algo em um pequeno caderno que conseguiu manter.
— Estão se adaptando bem? — perguntou Hector, parando ao lado de Orion e observando os grupos se formarem.
— Estão tentando. Parece que cada um aqui está tentando do seu jeito conseguir companhia.
Hector assentiu, sem tirar os olhos do horizonte.
— Espero que fiquem bem. Essa cidade... já viu coisas demais.
Eles pararam em frente a uma estrutura imponente de pedra clara, onde o símbolo do sol ardia acima da entrada.
— Este é o Templo de Apolo — anunciou Hector, com voz respeitosa. — E será o ponto final da patrulha de hoje. Entrem em silêncio. A prece da manhã será feita agora.
O grupo entrou em fila. A luz do amanhecer entrava pelas janelas superiores e pintava o chão com reflexos dourados.
Orion sentiu um calor leve no peito. Até mesmo um sentimento quase… familiar. Como se aquela luz estivesse viva. Como se o próprio deus estivesse ali.
Mas antes que pudesse entender o que era, a voz do sacerdote iniciou a prece.
Todos fecharam os olhos e pareciam oferecer agradecimentos e pedidos durante a prece, com esperança para sobreviver mais um cenário.
Alguns minutos depois, Hector se aproximou de Orion e falou em voz baixa, para que ninguém mais pudesse escutar.
— Eles estão se aproximando, nossos vigias conseguiram ver um grupo de mais ou menos 60 pessoas se aproximando no horizonte algumas horas atrás. Algumas pessoas que nunca vimos antes.
De repente, um guarda chegou no templo correndo e falou algo para o general do exército.
Assim que obteve a informação, Hector gritou à todos.
— Atenção, nossos inimigos estão se aproximando! Organizem-se depressa para se apresentar ao rei e se preparar para o combate!
Todos obedeceram e foram se apresentar junto com o exército de Troia imediatamente.
Ao chegarem no quartel general, onde o rei estava, todos os sobreviventes saudaram o rei de maneira apreensiva e aguardavam novas ordens.
O rei Prism falou com o general e em seguida declarou:
— Vamos nos preparar para o combate que se aproxima de nós.