Prólogo – O Último Guerreiro da Humanidade

O céu de Eldoria estava em chamas.

Hiro Tanaka, o último ser humano vivo, arrastava-se sobre um campo de batalha coberto de ossos e sangue seco. Seu corpo estava dilacerado, suas roupas reduzidas a trapos ensanguentados, sua espada—uma lâmina quebrada, inútil.

Três minutos.

Era quanto tempo ele havia lutado contra o Rei Demônio Pavanar.

E no fim, não fez diferença nenhuma.

O confronto começou no topo das ruínas da

Capital Real, onde os corpos de reis e heróis apodreciam sob um sol negro.

No primeiro minuto, Hiro lutou com tudo o que tinha. Sua espada cortou o ar como um raio, sua magia incinerou o chão ao seu redor. Ele atacou com a fúria de mil homens, com o desespero de quem já perdeu tudo.

Pavanar riu.

E então, quebrou o braço direito de Hiro com um aperto de mão.

No segundo minuto, Hiro lutou com a mão esquerda, os dentes, os pés— qualquer coisa que pudesse ser usada como arma. Ele cuspiu sangue no rosto do Rei Demônio, Pavanar riu mais alto.

E então, arrancou a perna esquerda de Hiro com um chute.

No terceiro minuto, Hiro já não era um guerreiro. Era um animal ferido, rastejando no chão, arrastando-se para frente enquanto seu sangue pintava a terra. Ele não tinha mais lâminas. Não tinha mais magia.

Apenas ódio.

Pavanar parou de rir.

E então, pisou na cabeça de Hiro.

Hiro não morreu.

O Rei Demônio não permitiu.

Ele ergueu o corpo destroçado do último humano, segurando-o pelo que restava de seu cabelo, e obrigou-o a assistir.

— Olhe.

Pavanar apontou para o horizonte.

Para as cidades em chamas.

Para os cadáveres empilhados.

Para o fim de tudo.

— Você lutou por Anos… e não salvou ninguém.

Hiro não tinha lágrimas para chorar.

Ele só tinha um último suspiro de desafio.

— Eu… vou matar você…

Pavanar sorriu.

— Tente.

E então, o Rei Demônio arrancou o coração de Hiro com as próprias mãos.

O Retorno.

Quando Hiro acordou, ele tinha doze anos novamente.

Seu corpo estava inteiro.

Sua mente, nunca.

Porque ele se lembrava.

Da dor.

Da humilhação.

Do gosto do próprio sangue na boca.

E agora, três anos depois, ele não era mais um menino.

Era um monstro treinado para matar deuses.

E quando a Academia Arcadia o visse, eles não saberiam que estavam diante de um aluno.

Estavam diante do fim do mundo em forma de homem.

E desta vez…

Ele não perderia.