Eu estava correndo por um corredor escuro que se estendia infinitamente à minha frente. Meus pulmões queimavam a cada respiração desesperada enquanto eu fugia das sombras que se fechavam atrás de mim. As paredes do orfanato pareciam pulsar ao meu redor como uma coisa viva, faminta e à espera.
"Pirralha inútil!" a voz da Irmã Agnes ecoava pelas paredes. "Ninguém nunca vai querer você!"
Eu tropecei, meus pés descalços prendendo-se no chão áspero de madeira. Naquele momento de hesitação, dedos frios agarraram meu tornozelo. Eu gritei enquanto era arrastada para trás, para a escuridão.
"Você não merece felicidade," uma nova voz sussurrou—Sra. Henderson, da minha terceira casa adotiva. "Meninas más são castigadas."
Eu chutei e me debati, minha garganta rouca de tanto gritar. De repente, eu estava em um pequeno armário, a porta batendo com força, mergulhando-me na escuridão completa. As paredes começaram a se fechar. Sem ar. Sem luz. Sem escapatória.