Bipes. Constantes e rítmicos. É a primeira coisa que percebo quando a consciência retorna. Minhas pálpebras parecem impossivelmente pesadas, como se estivessem carregadas de areia. O cheiro de antisséptico me atinge em seguida – aquele inconfundível aroma de hospital que sempre faz meu estômago revirar.
Tento juntar as peças do que aconteceu. Kaelen e eu estávamos conversando. Brigando. Sobre Selene. Sobre o que aconteceria se ela estivesse grávida. Depois... nada.
Com um esforço monumental, forço meus olhos a se abrirem. O quarto do hospital está fracamente iluminado, mas mesmo essa pequena quantidade de luz faz minha cabeça latejar. Pisco várias vezes, tentando me ajustar.
"Seraphina?"