Ecos do Orfanato

"Não sei por onde começar," confessei, com a voz fraca.

Kaelen e eu permanecemos aninhados no elaborado forte de almofadas que eu havia construído. O ninho parecia seguro, mas a perspectiva de mergulhar no meu passado fazia meu estômago revirar. Eu havia passado tantos anos tentando esquecer.

"Comece de qualquer lugar," Kaelen sugeriu gentilmente. "Qualquer lembrança que vier à mente primeiro."

Respirei fundo, fechando os olhos. "Lembro-me do cheiro mais vividamente. Desinfetante de pinho e repolho. O orfanato sempre cheirava a repolho cozido demais."

"Quantos anos você tinha quando chegou lá?"

"Quatro, talvez cinco. Minhas memórias antes disso são apenas... fragmentos. Gritos. Correndo pela floresta. Sangue." Estremeci. "Nada coerente."

A mão de Kaelen fazia círculos reconfortantes nas minhas costas. "Você não precisa forçar essas memórias anteriores agora. Me conte sobre o orfanato."