"Meu senhor, por favor! Apenas um momento do seu tempo. Minha filha ficaria extremamente encantada—"
"Saia da frente." A voz do Duque Alaric Thorne cortou as súplicas do barão como uma lâmina na manteiga. O imenso saguão de entrada da Mansão Beaumont caiu em silêncio enquanto sua presença imponente preenchia o espaço.
O Barão Reginald Beaumont empalideceu, mas persistiu, esforçando-se para acompanhar as longas passadas do duque. "Vossa Graça, se me permite—"
"Não permito." Alaric não diminuiu o passo. Seu maxilar se contraiu enquanto observava o salão cheio de mães esperançosas e suas filhas meticulosamente vestidas, todos os olhos fixos nele como predadores observando uma presa.
Maldito Theron e sua intromissão. O rei, seu suposto amigo, havia espalhado rumores de que o Duque de Thornewood finalmente procurava uma esposa. Agora Alaric não podia comparecer a um único evento social sem ser emboscado.
O desespero do barão era particularmente patético. Alaric havia recebido informações de que Beaumont estava à beira da ruína financeira — sem dúvida o motivo pelo qual convidara metade das mulheres solteiras do condado para esta reunião improvisada ao saber da visita planejada de Alaric.
"Não vim aqui em busca de uma esposa," declarou Alaric friamente, removendo suas luvas de couro com deliberada lentidão. "Vim por informações sobre os desaparecimentos. Informações que você alegou ter."
O rosto do barão contraiu-se. "Sim, claro, Vossa Graça. Mas talvez primeiro, um refresco? Minha filha mais nova, Clara, está muito ansiosa—"
Alaric moveu-se tão rapidamente que os espectadores ofegaram. Em um movimento fluido, pressionou o barão contra a parede mais próxima, seu antebraço contra a garganta do homem.
"Não me importo com sua filha," rosnou, com voz baixa o suficiente para que apenas Beaumont pudesse ouvir. "Jovens mulheres estão desaparecendo. O rei exige respostas. Pare de desperdiçar meu tempo."
Os olhos do barão saltaram. "No andar de cima," ele ofegou. "Meu escritório. Documentos."
Alaric o soltou, observando com indiferença enquanto o homem desabava e agarrava sua garganta. "Mostre o caminho."
Enquanto subiam a grande escadaria, sussurros irromperam atrás deles. Alaric os ignorou. Sua reputação de monstro o servia bem — mantinha as massas bajuladoras à distância e tornava seu trabalho para a coroa mais eficaz. Poucos ousavam desafiar o Duque de Thornewood.
O escritório do barão era uma tentativa desesperada de opulência. Móveis outrora refinados mostravam sinais de desgaste, e menos livros alinhavam as prateleiras do que se esperaria. O olhar treinado de Alaric notou vários espaços vazios onde pinturas provavelmente haviam sido vendidas.
"As informações?" Alaric exigiu.
O barão mexeu desajeitadamente em uma gaveta, produzindo uma pasta fina. "Estes são registros de carruagens incomuns avistadas perto da vila nas noites dos desaparecimentos."
Alaric folheou as páginas, sua irritação aumentando a cada uma. "Isto é inútil. Rotas comuns de mercadores, nada mais." Ele bateu com a pasta na mesa. "Você desperdiçou meu tempo."
"Talvez não totalmente desperdiçado, Vossa Graça," disse o barão, recuperando alguma compostura. "Já que está aqui, minha filha Clara é bastante prendada. Bela, educada na melhor escola de etiqueta. Antes de partir, talvez apenas uma breve apresentação?"
Os olhos escuros de Alaric se estreitaram. "Seu desespero fede, Beaumont. Ouvi rumores sobre seus problemas financeiros. É por isso que reuniu todas as mulheres solteiras num raio de trinta quilômetros? Esperando vender uma delas para garantir seu futuro?"
O barão empalideceu. "Eu lhe asseguro—"
"Poupe-me." Alaric moveu-se em direção à porta. "Preciso de ar."
Ele caminhou pelo corredor, ignorando os criados que se pressionavam contra as paredes para evitar seu caminho. As portas do jardim da mansão ofereciam uma fuga da atmosfera sufocante lá dentro.
O ar de inverno mordiscava seu rosto enquanto ele saía, um alívio bem-vindo dos perfumes enjoativos e olhares desesperados que haviam seguido cada um de seus movimentos. Ele alcançou seu casaco, retirando uma cigarreira de prata — um hábito que sua mãe detestava, o que só aumentava seu prazer.
Enquanto acendia o cigarro, um movimento chamou sua atenção. Uma figura solitária estava parada perto da fonte coberta de geada, imóvel como uma estátua. Uma mulher, vestida com um traje totalmente inadequado para o frio do inverno, seu rosto obscurecido por uma máscara ornamentada que cobria o lado esquerdo de suas feições.
Curiosidade — uma emoção rara para Alaric — despertou dentro dele. Diferente das outras, esta mulher não corria em sua direção ou batia os cílios. Na verdade, ela parecia completamente alheia à sua presença.
Ele se aproximou, suas botas estalando no caminho congelado. "Você vai congelar até a morte aqui fora," observou, notando como seu vestido fino oferecia pouca proteção contra o frio cortante.
Ela se assustou, virando-se para ele. A metade visível de seu rosto era impressionante — pele pálida, olhos escuros que se arregalaram com reconhecimento.
"Vossa Graça," ela reconheceu, sua voz surpreendentemente firme. Sem afetação, sem charme forçado. Apenas um simples reconhecimento de sua presença.
"Você tem vantagem sobre mim," ele disse, dando outra tragada em seu cigarro.
"Isabella Beaumont."
Alaric ergueu uma sobrancelha. "Outra filha Beaumont? Não faz parte do desfile lá dentro?"
Um breve sorriso amargo cruzou seus lábios expostos. "Eu não sou exibida. Sou escondida."
A declaração foi feita sem autopiedade, apenas honestidade crua. Alaric se viu intrigado apesar de seu bom senso.
"Sorte sua," ele respondeu secamente. "Passei a tarde desviando de mães obcecadas com casamento e suas filhas melosas."
"Por causa dos rumores," ela afirmou. "De que você está procurando uma esposa."
"Rumores iniciados pelo próprio rei, como uma brincadeira." Alaric franziu a testa, sacudindo as cinzas no chão congelado. "Agora não posso comparecer a um único evento sem ser caçado como um prêmio valioso."
"As alegrias de ser um duque rico," Isabella observou, puxando seu fino xale mais apertado ao redor dos ombros.
"De fato." Ele a estudou. A máscara, o isolamento no jardim, a falta de vestimenta adequada para o inverno — tudo sugeria uma pessoa relegada às sombras de sua própria casa. "Por que você está aqui fora congelando em vez de dentro perto da lareira?"
"Prefiro o frio a certas companhias," ela respondeu simplesmente.
"Nisso, concordamos." Ele ofereceu sua cigarreira por hábito, embora poucas damas aceitassem.
Para sua surpresa, ela pegou um. Ele o acendeu para ela, notando suas mãos firmes apesar do frio.
"Você parece notavelmente desinteressada em garantir um duque como marido," ele comentou enquanto ela exalava a fumaça.
"Você acreditaria se eu afirmasse estar empregando uma estratégia diferente das outras?" Havia um toque de humor em sua voz.
"Não," ele respondeu francamente. "Você me parece alguém que valoriza a honestidade acima da estratégia."
Ela o considerou por um momento. "Então honestamente, Vossa Graça, não tenho ilusões sobre minhas perspectivas. A filha com o rosto mascarado não é exibida diante de homens elegíveis."
"E ainda assim aqui estou eu, conversando com você em vez das dezenas de damas cuidadosamente preparadas lá dentro."
"Porque você também está se escondendo," ela observou astutamente.
Alaric se viu sorrindo apesar de seu mau humor. "Touché, Senhorita Beaumont."
Eles fumaram em silêncio confortável por um momento antes que ela falasse novamente.
"É verdade o que dizem? Que você não tem interesse no amor, apenas em um casamento de conveniência?"
"O amor é um conto de fadas vendido para jovens garotas," ele respondeu com desdém. "O casamento é um acordo comercial, nada mais."
"Então por que não simplesmente escolher? Selecione a mais rica, a união politicamente mais vantajosa e pronto?"
Alaric franziu a testa. "Porque me recuso a ser manipulado. Quando — se — eu me casar, será nos meus termos, não porque fui encurralado em um evento social ridículo."
Isabella assentiu lentamente, parecendo contemplar suas palavras. Seu olhar desviou-se para a mansão, onde luzes brilhavam de cada janela. Algo em sua expressão — uma mistura de pavor e determinação — chamou sua atenção.
"E quanto a um contrato?" ela perguntou subitamente, virando-se para encará-lo completamente.
"Um contrato?" Alaric repetiu, sem entender o que ela queria dizer.
O olho visível de Isabella manteve seu olhar, determinação substituindo sua reserva anterior. "E quanto a um casamento por contrato? Entre nós."