7-Dois chamados um coração

O tempo havia passado, silencioso, firme, como os ciclos da lua.

Naruto, Hinata e Kiba tinham crescido. Suas jornadas haviam deixado de ser sobre aceitação e desejo, e agora giravam em torno de vida, legado e futuro.

E como era tradição nos clãs mais antigos de Konoha, aos dezoito anos os jovens eram chamados a assumir seu lugar como adultos, e isso incluía formar família.

Para o Clã Hyuuga, a continuidade do sangue puro era sagrada.

Para os Inuzuka, deixar descendentes fortes era honra de guerreiro.

E para Naruto... bem, agora ela também era uma matriarca. Da sua própria espécie.

Ninguém esperava que a solução viesse tão naturalmente.

Hinata foi a primeira a tocar no assunto, durante uma tarde calma de verão.

— Naruto... estamos chegando na idade. O Conselho vai esperar que eu... tenha filhos. E, sinceramente, eu não quero ninguém além de você e... dele.

Naruto riu, deitada sobre o colo dela.

— Você quer mesmo dividir uma gravidez comigo? Vai ser caótico.

Hinata sorriu, serena como sempre, os dedos acariciando os fios dourados da amada.

— Caótico com você... sempre vale a pena.

E como se o universo escutasse a conversa, Kiba entrou na sala sem camisa, suando após o treino com Akamaru, e dizendo:

— Tô sentindo cheiro de conversa importante. Algum problema?

Naruto e Hinata se entreolharam. E então Naruto, sem rodeios, disse:

— Kiba. Quer ser pai?

Ele parou por dois segundos. A mente de guerreiro bruto processando a frase como se fosse uma armadilha.

— Pai... tipo... pai mesmo? De verdade?

— É. De verdade. De mim e da Hinata. Ao mesmo tempo.

Kiba abriu um sorriso tão largo que parecia uma criança ganhando um osso gigante.

— Pelos pelos do Akamaru, isso é tipo o prêmio máximo! Eu vou ter DUAS ESPOSAS prenhas? AO MESMO TEMPO?

Hinata olhou para Naruto, como quem dizia: “Você quer dizer isso de novo pra mim lembrar por que estou fazendo isso?”

Naruto segurou o riso.

— É, Kiba. Duas fêmeas. Uma só matilha.

Kiba se ajoelhou no meio da sala, levantou os punhos para o céu e gritou:

— EU VENCI NA VIDA!!!

Não demorou muito.

Ambas eram surpreendentemente férteis — Naruto, graças à sua herança chakra-viva e bestial; Hinata, pela linhagem pura Hyuuga e sua saúde preservada com o melhor da medicina de clã.

Com menos de dois meses, os sintomas surgiram.

Com três meses, os chakras estavam alterados.

E no quarto mês, veio a confirmação dupla.

— Você está... grávida — disse Shizune, pasma, para Naruto.

— E Hinata também...? Ao mesmo tempo?

Tsunade leu os relatórios com olhos semicerrados, e então riu alto, como se estivesse vendo uma ironia do destino.

— A futura geração de Konoha vai ser um inferno de chakra misturado.

Kiba, por sua vez, não tinha o menor tato emocional. Mas estava sempre presente.

Acordava mais cedo para caçar o que as duas queriam comer. Dormia no chão como cão de guarda. Cuidava das dores físicas com banhos quentes, massagens toscas e ronronos caninos enquanto se aninhava nos pés delas.

— Eu não sou bom com palavras, mas se alguém encostar em vocês duas... eu arranco a garganta com os dentes — dizia, orgulhoso, com um sorriso idiota.

Hinata só revirava os olhos.

Naruto ria alto, mais feliz do que jamais havia sido.

Em uma noite calma, todas as emoções se alinharam. Naruto, deitada entre Hinata e Kiba, sentia os dois batimentos sincronizados ao seu lado. Um quente e terno. Outro firme e animal.

Ela sussurrou, olhando para o céu:

— Eu comecei essa vida sem saber quem eu era. E agora... sou mãe, companheira, líder... e eu tenho vocês dois.

Kurama, em sua mente, falou com orgulho:

— Você não se encaixou no mundo. Você o moldou à sua existência. Isso é o que fazem as rainhas de verdade.

Continua...