O tempo havia passado, silencioso, firme, como os ciclos da lua.
Naruto, Hinata e Kiba tinham crescido. Suas jornadas haviam deixado de ser sobre aceitação e desejo, e agora giravam em torno de vida, legado e futuro.
E como era tradição nos clãs mais antigos de Konoha, aos dezoito anos os jovens eram chamados a assumir seu lugar como adultos, e isso incluía formar família.
Para o Clã Hyuuga, a continuidade do sangue puro era sagrada.
Para os Inuzuka, deixar descendentes fortes era honra de guerreiro.
E para Naruto... bem, agora ela também era uma matriarca. Da sua própria espécie.
Ninguém esperava que a solução viesse tão naturalmente.
—
Hinata foi a primeira a tocar no assunto, durante uma tarde calma de verão.
— Naruto... estamos chegando na idade. O Conselho vai esperar que eu... tenha filhos. E, sinceramente, eu não quero ninguém além de você e... dele.
Naruto riu, deitada sobre o colo dela.
— Você quer mesmo dividir uma gravidez comigo? Vai ser caótico.
Hinata sorriu, serena como sempre, os dedos acariciando os fios dourados da amada.
— Caótico com você... sempre vale a pena.
E como se o universo escutasse a conversa, Kiba entrou na sala sem camisa, suando após o treino com Akamaru, e dizendo:
— Tô sentindo cheiro de conversa importante. Algum problema?
Naruto e Hinata se entreolharam. E então Naruto, sem rodeios, disse:
— Kiba. Quer ser pai?
Ele parou por dois segundos. A mente de guerreiro bruto processando a frase como se fosse uma armadilha.
— Pai... tipo... pai mesmo? De verdade?
— É. De verdade. De mim e da Hinata. Ao mesmo tempo.
Kiba abriu um sorriso tão largo que parecia uma criança ganhando um osso gigante.
— Pelos pelos do Akamaru, isso é tipo o prêmio máximo! Eu vou ter DUAS ESPOSAS prenhas? AO MESMO TEMPO?
Hinata olhou para Naruto, como quem dizia: “Você quer dizer isso de novo pra mim lembrar por que estou fazendo isso?”
Naruto segurou o riso.
— É, Kiba. Duas fêmeas. Uma só matilha.
Kiba se ajoelhou no meio da sala, levantou os punhos para o céu e gritou:
— EU VENCI NA VIDA!!!
—
Não demorou muito.
Ambas eram surpreendentemente férteis — Naruto, graças à sua herança chakra-viva e bestial; Hinata, pela linhagem pura Hyuuga e sua saúde preservada com o melhor da medicina de clã.
Com menos de dois meses, os sintomas surgiram.
Com três meses, os chakras estavam alterados.
E no quarto mês, veio a confirmação dupla.
— Você está... grávida — disse Shizune, pasma, para Naruto.
— E Hinata também...? Ao mesmo tempo?
Tsunade leu os relatórios com olhos semicerrados, e então riu alto, como se estivesse vendo uma ironia do destino.
— A futura geração de Konoha vai ser um inferno de chakra misturado.
—
Kiba, por sua vez, não tinha o menor tato emocional. Mas estava sempre presente.
Acordava mais cedo para caçar o que as duas queriam comer. Dormia no chão como cão de guarda. Cuidava das dores físicas com banhos quentes, massagens toscas e ronronos caninos enquanto se aninhava nos pés delas.
— Eu não sou bom com palavras, mas se alguém encostar em vocês duas... eu arranco a garganta com os dentes — dizia, orgulhoso, com um sorriso idiota.
Hinata só revirava os olhos.
Naruto ria alto, mais feliz do que jamais havia sido.
—
Em uma noite calma, todas as emoções se alinharam. Naruto, deitada entre Hinata e Kiba, sentia os dois batimentos sincronizados ao seu lado. Um quente e terno. Outro firme e animal.
Ela sussurrou, olhando para o céu:
— Eu comecei essa vida sem saber quem eu era. E agora... sou mãe, companheira, líder... e eu tenho vocês dois.
Kurama, em sua mente, falou com orgulho:
— Você não se encaixou no mundo. Você o moldou à sua existência. Isso é o que fazem as rainhas de verdade.
—
Continua...