Os dias seguintes ao renascimento de Hinata e Kiba foram de alegria silenciosa.
Ambos cresciam com velocidade moderada, como os filhos do clã.
Em dois anos, já estavam com corpos de adultos jovens. Suas memórias retornavam gradualmente, como sonhos que se tornavam nítidos a cada novo amanhecer.
Hinata voltou a falar com doçura.
Kiba voltou a rir como um lobo satisfeito.
Naruto… voltou a sorrir como há muito não fazia.
Mas o mundo não os perdoaria por isso.
—
O ataque aconteceu numa manhã tranquila.
Ninjas mascarados atravessaram os limites da floresta sagrada do Clã Kyūbi.
Eles sabiam onde mirar: o templo de nascimento, o coração da imortalidade.
Talvez tenham sido enviados por medo.
Talvez por ciúmes.
Talvez por pura ignorância.
Mas foram rapidamente detidos. Não mortos.
Porque os filhos da raposa não matavam.
Eles apenas os desarmaram, imobilizaram… e levaram até Naruto.
A Matriarca, grávida novamente — gêmeos como sempre —, os observou com olhos de fogo silencioso. Ela não gritava. Não se exaltava.
Ela apenas perguntou:
— Por quê?
O mais velho dos atacantes respondeu, com voz firme, como se tentasse justificar o ódio:
— Porque vocês não são mais como nós.
— Porque vivem eternamente.
— Porque sua existência… nega o sentido da nossa.
Naruto permaneceu em silêncio por longos segundos.
Depois, com serenidade cruel, apenas disse:
— Então que o laço se rompa.
—
Naquela noite, o Clã Kyūbi selou seus portões para sempre.
A última árvore que ligava o território sagrado à vila foi cortada.
Os rios desviados. As trilhas camufladas.
As fronteiras se fecharam com chakra vivo, moldado pelas dezenas de filhos com dons únicos.
E naquele momento… a humanidade perdeu o último elo com os imortais.
—
Hinata, já adulta novamente, caminhava entre os jardins, observando as flores de chakra que só floresciam à noite. Ao lado, Kiba afiava lanças cerimoniais — mais como arte do que como arma.
Ela comentou, com voz serena:
— Foi a escolha certa, não foi?
Naruto, sentada em um trono vivo, com a barriga cheia novamente, respondeu:
— Eles tentaram matar a esperança. A vida.
— Nós não somos mais humanos.
— E não devemos fingir que somos.
—
O Clã Kyūbi floresceu na separação.
Cada filho e filha se tornou uma lenda.
– Uns criaram armas feitas de chakra sólido, moldadas com a mente.
– Outros dominavam músicas que curavam feridas ou despertavam memórias antigas.
– Alguns se tornaram guardiões da floresta viva, podendo conversar com os animais.
– E outros dominavam a criação de criaturas de energia pura.
Eles eram artistas, mestres, guerreiros, sábios.
Livres da pressa.
Livres da morte.
Livres da humanidade.
E em comum, carregavam o sorriso caloroso herdado da mãe.
Uma luz viva. Um sol constante.
—
Com o tempo, histórias surgiram no mundo exterior.
– “Eles desapareceram.”
– “Se tornaram feras.”
– “Talvez estejam dormindo, esperando a hora de dominar tudo.”
Mas nunca atacaram.
Nunca responderam.
Nunca sentiram falta.
—
Naruto sentava todas as noites no alto do Templo de Renascimento.
Ao seu lado, Hinata e Kiba, jovens e belos como no auge da juventude.
Ao redor, seus filhos e netos espirituais.
Todos diferentes. Todos sorridentes.
Ela olhava para o céu.
— Eles nos chamaram de aberrações.
— Mas nós somos a única coisa neste mundo que ainda carrega paz.
Kurama, em sua mente, ronronava em orgulho maternal.
— Minha filha... você não é uma aberração. Você é o próximo passo.
—
Continua…