Primrose ergueu uma sobrancelha, entrando na brincadeira. "Suponho que meu corpo seja repugnante aos seus olhos, Vossa Majestade."
Era culpa dele por ser absolutamente terrível em comunicação. Portanto, Primrose queria que ele sofresse mais com seus pensamentos.
[Não é isso que eu quis dizer, esposa!]
[Eu sou o repugnante, não você!]
Primrose suspirou dramaticamente e abraçou a si mesma, sutilmente empurrando seu decote para frente. "Mas, Vossa Majestade," ela murmurou, virando seu corpo para Edmund. "Se você não me marcar esta noite, todos pensarão que me despreza. O que... pode até ser verdade."
Ela deixou suas palavras pairarem antes de acrescentar: "Eles nunca me reconhecerão como rainha porque seu rei se recusa a marcá-la." Ela encontrou seu olhar, seus olhos dourados brilhando. "Sei que você me odeia, mas... não posso ao menos ter alguma paz neste palácio se eu decidir ficar mais tempo?"
Ela precisava daquela marca.
Se fugir não era uma opção, então ela tinha que encontrar outra maneira de sobreviver aqui. E isso significava garantir que as pessoas no palácio não pudessem continuar olhando para ela com desdém.
Isso significava fazer Edmund marcá-la esta noite.
[Não! Eu não te odeio, esposa!]
[Tenho medo de te machucar...]
[Mas ela está certa. Como posso esperar que eles a reconheçam se eu não a marcar logo?]
[Medo de machucá-la? Vou apenas mordê-la e fugir imediatamente. Isso é seguro, certo?]
Espera... era realmente tão fácil assim fazê-lo fazer isso?!
Se ela soubesse disso, teria forçado ele desde o início em vez de perder um ano inteiro andando por aí com o título humilhante, A Rainha Não Marcada.
Edmund soltou um suspiro baixo. Sua voz de repente soou profunda e rouca, enviando um arrepio pela espinha dela.
"Vire-se," ele ordenou, "e abaixe seu vestido."
Ele queria que ela ficasse nua?
Bem, tudo bem.
Em sua primeira vida, Edmund a havia marcado repentinamente enquanto ela dormia, assustando-a tão gravemente que ela reflexivamente o empurrou para longe.
Ela tinha ficado tão assustada naquela época e chorou — não porque não queria que seu marido a tocasse, mas porque, por um momento, ela pensou que um estranho havia entrado em sua câmara.
Quando percebeu que era Edmund, seu pânico desapareceu. Ela até começou a relaxar, pensando: 'É isso. Finalmente não sou mais virgem.'
Mas então, ele se virou e saiu.
Assim mesmo.
Ele a havia marcado, depois saiu sem nem ao menos olhar para trás, deixando-a intocada.
Desta vez, ela não choraria.
Desta vez, se ele a marcasse, talvez... apenas talvez, ele finalmente tirasse sua virgindade também.
Ela alcançou as alças de sua camisola, deixando-as escorregar pelos ombros. A seda deslizou pelos seus braços, acumulando-se em sua cintura—
Mas antes que pudesse cair completamente, a mão de Edmund subitamente a deteve.
[Não, esposa! Você não pode ficar nua na minha frente!]
Por que não?! Eles eram marido e mulher, não eram?
Seus dedos frios roçaram contra os braços dela enquanto ele a puxava para mais perto, não bruscamente, mas surpreendentemente com gentileza.
[Ela está tremendo... Minhas mãos devem parecer geladas para ela.]
Enquanto Edmund levantava seu cabelo vermelho e se inclinava, sua respiração quente acariciou a nuca dela.
A tensão entre eles era insuportável, seu coração batendo tão forte que parecia que poderia explodir.
Seu marido... mesmo que ele parecesse indiferente a ela em sua primeira vida, Primrose não podia negar que, em algum momento, ela havia se apaixonado por ele.
Ela nem mesmo entendia como isso havia acontecido.
Era como uma força invisível, uma conexão sobre a qual ela não tinha controle.
Ela pensou que havia enterrado esses sentimentos há muito tempo. Mas agora, com ele tão perto, seu coração estava batendo tão alto que ela podia ouvi-lo.
[O coração dela está batendo tão rápido... Ela está com medo de mim?]
[Vamos acabar logo com isso. Não quero fazê-la chorar.]
Será que ele poderia, só uma vez, parar de esperar o pior?
[A pele dela é tão macia.]
Antes que Primrose pudesse se preparar, os dentes afiados do Rei Lycan afundaram em seu pescoço, perfurando sua carne.
A dor insuportável a atingiu imediatamente.
Ela ofegou, seus olhos ardendo com lágrimas não derramadas.
Realmente doía. Tanto que ela podia sentir seu corpo tremendo pela pura intensidade disso.
Parecia que ele queria devorá-la inteira.
Por que os Lycans tinham que fazer algo tão doloroso apenas para reivindicar suas companheiras?
Não poderiam simplesmente assinar uma droga de certidão de casamento?
Ela cerrou a mandíbula, seu corpo estremecendo enquanto uma sensação ardente se espalhava da ferida, queimando através de suas veias.
[Eu machuquei minha esposa...]
[Minha esposa definitivamente vai me odiar depois disso.]
Doía. Deus, como doía.
Era por isso que Edmund a havia marcado enquanto ela dormia em sua primeira vida? Para que ela não tivesse que sentir o quão excruciante era?
"Vossa Majestade, já terminou?" Primrose sibilou.
"Ainda não." Sua voz estava baixa, quase hesitante, antes de seus lábios roçarem contra a pele dela.
A língua de Edmund deslizou sobre a ferida recente, lambendo o sangue com movimentos lentos e deliberados. Sua língua era áspera, mas ele estava... cuidadoso. Quase como se estivesse tentando acalmá-la.
E funcionou.
A dor ardente diminuiu, substituída por uma sensação fria e formigante que se espalhou por sua pele.
Quando ele se afastou, a ferida mal doía.
Será que a saliva dele a curou?
Os Lycans realmente eram diferentes.
[Estou agindo como um animal. Minha esposa deve estar enojada comigo.]
Enojada?
Ele acabou de curá-la, então por que ela estaria enojada?
Antes que ela pudesse processar o que havia acontecido, outra sensação se espalhou pelo seu corpo. Quente, inquieta, ardente.
Era familiar. Familiar demais.
Oh. Oh não.
Ela ainda era virgem, mas isso não significava que ela não conhecia seu próprio corpo.
Essa sensação... isso era tesão.
Se ela, uma humana, já estava tão afetada, então...
E quanto a Edmund?
Os Lycans eram conhecidos por terem desejos muito mais fortes que os humanos, então—
[PORRA! EREÇÃO, FICA BAIXA!]
Sim. Ele definitivamente estava sofrendo mais que ela.
"Vossa Majestade—"
Ela mal conseguiu pronunciar as palavras antes que ele corresse.
Não andou. Não recuou. Disparou.
A porta bateu atrás dele, deixando-a sozinha.
Sozinha, com a sensação pulsante entre suas pernas.
... Ele estava realmente tão aterrorizado de transar com ela?!!!