Os dedos de Primrose se curvaram ao redor da xícara de chá enquanto seu coração tropeçava em si mesmo. As palavras dele eram simples, simples demais, mas a atingiram como uma flecha diretamente no peito.
Não era justo.
Ela não deveria se comover tão facilmente. Deveria ressentir Edmund por tudo o que ele havia feito — ou melhor, tudo o que ele não havia feito — em sua vida passada. Ele a havia negligenciado, feito acreditar que a desprezava.
Mas como ela poderia odiá-lo quando a verdade era tão diferente do que ela pensava?
Não era justo. De jeito nenhum.
Por causa de suas horríveis habilidades de comunicação, o casamento deles havia desmoronado antes mesmo de ter a chance de florescer, despedaçado em inúmeros fragmentos.
Mas... ela também nunca tentou falar com ele. Simplesmente presumiu o pior e deixou o silêncio devorar a ambos.
Foi só agora, olhando para ele, que ela percebeu algo: ele não era o único que havia estragado tudo.