Faye Sterling

"Você me odeia," Lily murmurou com lábios trêmulos.

Zayn se inclinou mais perto, sua voz baixa e amarga. "Não. Ódio é muito barato. Eu quero que você sinta o que eu senti. Cada grito. Cada perda."

Ela não recuou. Estava cansada de implorar. Apenas o olhou com olhos cheios de dor silenciosa.

Então por que parecia que seu coração estava se despedaçando?

Lily Brightpaw nasceu filha de um Alfa, mas nunca viveu como uma. Muda desde a infância e incapaz de se transformar, ela foi tratada como uma maldição por sua família. Culpada pela morte de sua mãe e espancada até o silêncio, Lily cresceu sem amor e indesejada. Ela acreditava que a Deusa da Lua lhe enviaria um companheiro que a resgataria, mas estava errada.

Na noite em que seu bando caiu, Lily foi arrastada de um casebre e jogada aos pés de seu novo Alfa, Zayn Knightmoon. Ele era o homem que sua família escravizou. Agora ele é o alfa que governa sobre ela e quer vingança.

Zayn perdeu tudo. Seu pai. Sua companheira. Seu bando. Tudo pelas mãos da família de Lily. Quando percebeu que Lily é sua segunda chance de ter uma companheira, ele a rejeitou sem hesitação e jurou fazê-la sofrer. Mas quanto mais ele a punia, mais via a verdade: Lily não era nada como os monstros que a criaram. Ela também é uma vítima e está quebrada... como ele.

Zayn se viu dividido entre a vingança e um vínculo que nunca pediu. Será que o sofrimento de Lily será suficiente para acalmar os fantasmas de seu passado ou a vingança destruirá os dois?

Acorrentada ao Alfa Inimigo

Ezra voltou para seu assento derrotado. Ele permaneceu em silêncio enquanto o sorriso irônico retornava ao rosto do Rei Alfa.


"Tenho certeza que você entende, Zayn?" Dace disse calmamente, "Se ela concordou livremente, você não tem nada com que se preocupar. Mas se ela falar contra você... Haverá consequências."


Zayn encarou seus olhos sem hesitar. "Não tenho nada a esconder."


O ar na sala estava tenso até que a porta se abriu com um rangido.


"Ela está aqui," anunciou um dos guardas.


Lily entrou na sala, cabeça baixa. Seus ombros estavam curvados como se ela quisesse desaparecer. A sala parecia enorme e silenciosa demais. Seus passos ecoavam no chão de pedra enquanto ela caminhava lentamente para frente.


Ela não precisava olhar para cima para sentir os olhares sobre ela.


"Tragam-na para o centro," disse Dace da cabeceira da mesa.


Um dos guardas deu-lhe um empurrão suave para frente.


Capítulo 50: Um Sacrifício Voluntário