Continente Valora, Região Leste.
Em uma das cidades movimentadas do Círculo Interno, Cidade Crestford, um grupo de jovens rapazes e moças, todos com cerca de quinze anos, permaneciam em pé com uma mistura de seriedade e apreensão estampada em seus rostos.
Armas de vários tipos — espadas, lanças e arcos com aljavas de flechas — estavam penduradas em suas costas enquanto eles encaravam o portal azul cintilante à sua frente.
Homens e mulheres armados em trajes militares formavam um círculo protetor ao redor do portal, montando guarda com vigilância inabalável.
"Nós realmente vamos entrar em uma masmorra desta vez!" exclamou um estudante, com uma mistura de empolgação e nervosismo evidente em sua voz.
"Não posso mentir — também estou nervoso," admitiu outro, movendo-se inquieto.
"Hah! Patético," zombou uma voz confiante. "Não há nada para temer em uma masmorra de despertar. São apenas goblins."
"Fácil para você dizer," murmurou outra pessoa. "Nunca lutei contra um monstro antes. Esta será minha primeira batalha real e, honestamente... é um pouco aterrorizante."
"Não pense demais," interveio outro, seu tom firme e tranquilizador. "Fomos treinados para isso por cinco anos. A academia garantiu que estivéssemos preparados para qualquer coisa que a masmorra possa nos lançar."
"Exatamente," concordou outro com um aceno firme. "Tudo o que temos que fazer é ficar cautelosos e seguir o que aprendemos. Ficaremos bem."
Os estudantes continuaram conversando, suas vozes uma mistura de apreensão e determinação. Alguns estavam visivelmente tensos, segurando suas armas com força, enquanto outros permaneciam eretos com confiança, confiando nos rigorosos ensinamentos da Academia Horizonte.
Entre os estudantes estava um jovem impressionante, seu cabelo prateado fluindo sem esforço, capturando a luz a cada movimento. Seus penetrantes olhos rosa brilhavam com uma intensidade sobrenatural, atraindo atenção mesmo no meio da multidão.
"O quê? Está com medo?" Max riu, olhando para seu amigo trêmulo. Ele vestia uma camisa azul sobre uma camiseta preta, com uma espada firmemente presa à cintura. Uma pequena bolsa estava pendurada em seus ombros nas costas, e um punhal cuidadosamente posicionado descansava ao alcance fácil, completando sua aparência preparada, mas casual.
"Um pouco," admitiu Nevin em voz baixa, seu cabelo preto bagunçado caindo sobre seus olhos caídos. "Mesmo sendo uma masmorra sem classificação, o monstro chefe lá dentro pode variar do nível 3 ao nível 5. E se a sorte não estiver do nosso lado... podemos ter que enfrentar um chefe de nível 5."
"Não se preocupe tanto." Max riu, envolvendo suas mãos ao redor do pescoço de Nevin. "É uma masmorra baseada em goblins, e todos sabemos que eles são os monstros mais fracos que poderíamos encontrar nas masmorras, então não pense muito sobre isso."
Nevin suspirou e assentiu, embora a hesitação permanecesse em seu rosto, clara como o dia
Max balançou a cabeça com leve exasperação, vendo seu melhor amigo tão assustado com algo tão inofensivo quanto uma masmorra sem classificação.
'Será que ele está planejando...?' Um pensamento terrível veio à sua mente, mas ele imediatamente balançou a cabeça. 'Não, com certeza estou pensando demais. Deve ser por causa das masmorras sem classificação.'
Masmorras sem classificação, frequentemente chamadas de Masmorras de Despertar, eram as masmorras mais básicas e fracas conhecidas no mundo. Esses lugares não representavam perigo real, mas eram vitais para todos os jovens de quinze anos, pois entrar em uma era a única maneira de despertar suas classes e começar sua jornada rumo à transcendência.
'Que classe eu vou despertar...' pensou Max, sua empolgação borbulhando sob a superfície. Mas de repente, uma imagem surgiu em sua mente — um rosto familiar, um que ele não via há anos.
'Grande Irmã... Onde você está? Já faz dois anos...' Sua expressão mudou abruptamente, a faísca de alegria em seus olhos se transformando em tristeza.
'Você está em algum tipo de problema?' ele se perguntou, cerrando os punhos com força. 'Mas não se preocupe — logo irei procurar por você. Só deixe eu despertar uma classe primeiro.' Sua expressão ficou séria enquanto ele fortalecia sua determinação.
Cinco anos atrás, pouco antes de sua irmã despertar, seus pais desapareceram sem deixar rastros, deixando Max e sua irmã dependendo um do outro para tudo. Ela havia sido sua âncora, sua guia através da tempestade de incertezas.
Mas dois anos atrás, até mesmo essa âncora foi arrancada quando sua irmã parou de enviar mensagens e desapareceu de sua vida. A última vez que ele a viu parecia uma eternidade atrás.
Desde então, um vazio corrosivo o consumia — uma necessidade de encontrá-la, de descobrir a verdade sobre seus pais. A cada dia, esse objetivo ardia mais forte em seu coração, recusando-se a desaparecer.
E, portanto, despertar sua classe havia se tornado mais do que um marco para ele — era o primeiro passo para recuperar sua família e descobrir a verdade que o assombrava há anos.
"Todos!"
Naquele momento, um homem de meia-idade com cabelos dourados chegou diante deles. Ele vestia um terno preto e óculos pretos de forma elegante. Era o diretor da Academia Horizonte, Shaun Wanes.
"Estudantes da Academia Horizonte, este é o momento que vocês estavam esperando — o início da sua jornada, o auge de cinco anos de esforço implacável, disciplina e determinação," ele declarou, sua voz ressoando com orgulho e propósito.
"Vocês foram treinados, testados e preparados para este dia. O conhecimento que adquiriram sobre masmorras e seus perigos está gravado em seu próprio ser, então não desperdiçarei palavras com o que vocês já sabem," ele continuou, seu tom tornando-se solene, carregado de significado.
"Mas lembrem-se disto: uma masmorra é um lugar impiedoso, onde a linha entre a glória e a tragédia é fina como uma navalha. Sejam vigilantes, pois o desconhecido espreita em cada sombra, e o imprevisto não espera por ninguém."
Os jovens assentiram, ouvindo o diretor. Embora estivessem um pouco nervosos porque era a primeira vez que entravam em uma masmorra e lutavam contra monstros, eles sabiam que estavam todos bem preparados. O nervosismo era apenas um problema passageiro para eles, que desapareceria assim que entrassem na masmorra.
"Muito bem, então, sigam em frente e conquistem a masmorra," declarou o diretor, apontando para o portal azul cintilante.
"Vamos, Nevin," Max disse a Nevin antes de se dirigir ao portal. Nevin assentiu enquanto o seguia de perto.
Logo eles entraram na masmorra com todos os estudantes da Academia Horizonte e desapareceram da cena.
Assim que Max passou pelo portal, sua cabeça girou por um momento antes de se encontrar em um corredor estreito. Tochas alinhavam as paredes, e um fedor atingiu Max. 'Droga, este lugar é fedorento.'
Olhando ao redor, ele descobriu que não estava sozinho. Havia outros seis estudantes presentes ao seu lado, mas nenhum que ele conhecesse.
Naquele momento, uma luz azul brilhante apareceu em sua visão e uma voz soou em sua cabeça.
[Parabéns a Max Voidwalker por despertar uma classe de Rank SSS — Guardião Dimensional.]
Max congelou, sua respiração presa na garganta enquanto a notificação azul cintilante flutuava diante de seus olhos. 'Classe Rank SSS!' Sua mente girava, as palavras se recusando a afundar. Seu coração batia em seu peito como um tambor de guerra enquanto ele relia a notificação repetidamente, esperando que não fosse algum erro cruel ou engano.
"Isso... isso não pode ser real..." ele sussurrou, sua voz tremendo. Ele sentiu como se o chão tivesse sido arrancado debaixo dele.
De F a SSS, os ranks de classe representavam o espectro de força, potencial e poder neste mundo. F era inútil, D era mediano, e mesmo um Rank A era raro o suficiente para garantir a alguém uma vida inteira de admiração. Mas SSS? Esse era um rank falado em mitos, algo com que a maioria das pessoas nem ousaria sonhar.
Max tinha esperado — rezado — por algo razoável. Um Rank C ou mesmo um Rank D teria sido suficiente para manter suas esperanças vivas. Mas isso? Isso estava além de qualquer coisa que ele poderia ter imaginado.
Ele cambaleou para trás, suas pernas trêmulas, e juntou as mãos, seus dedos tremendo. Sua mente girava enquanto as implicações começavam a afundar.
"Rank SSS... Estou no auge absoluto do potencial... no mundo inteiro." Ele cerrou os punhos com força, seus nós dos dedos embranquecendo enquanto uma onda de exaltação e descrença o percorria.
Para alguém que sempre se preparou para a mediocridade, a realização atingiu como uma onda gigante. Uma classe tão rara significava mais do que força — significava destino. Significava que cada portão que havia sido trancado diante dele agora estava escancarado. Seu caminho não estava apenas livre; era dourado, ofuscante, infinito.
Uma risada nervosa borbulhou em sua garganta, derramando-se no silêncio. "Como... como isso aconteceu comigo?"
Seu choque derreteu-se em um sorriso trêmulo enquanto a gravidade de sua sorte o dominava. Pela primeira vez em sua vida, Max sentiu que o mundo não era apenas indiferente a ele — o mundo o havia escolhido. Havia lhe entregado as chaves para algo extraordinário.
'Sempre me ensinaram a me contentar com o que eu tinha, a encontrar felicidade no que a vida me dava. Mas isso... isso muda tudo', pensou Max, seus punhos se cerrando com uma nova determinação. 'Com uma classe de Rank SSS, contentar-me com qualquer coisa menos que o melhor seria uma desgraça — para mim mesmo e para o potencial que esta classe representa. Não posso desperdiçar este presente. Não vou.'