A Consciência Tardia de um Canalha

O som estridente do meu telefone tocando cortou minha rotina matinal. Olhando para a tela, me preparei ao ver o nome de Tanya piscando.

"Como você se atreve?" Sua voz explodiu antes que eu pudesse falar. "Ligar diretamente para o Alistair? Assediá-lo no trabalho?"

Afastei o telefone do ouvido, contando silenciosamente até três. "Se pedir ao meu marido legal para assinar os papéis do divórcio é assédio, então sim, sou culpada."

"Ele já está lidando com estresse suficiente cuidando da Ivy! Você está sendo egoísta e cruel."

A ironia era quase cômica. "Diga ao Alistair para me encontrar no Departamento de Assuntos Civis amanhã às nove. Sem mais desculpas."

"Sua insensível—"

"Adeus, Tanya." Desliguei, cortando o que certamente seria mais uma enxurrada de acusações sobre minha falta de compaixão.

Meu telefone tocou novamente imediatamente. Desta vez, era o número do Alistair. Considerei ignorar, mas decidi contra. Melhor acabar logo com isso.

"O que foi agora?" Atendi secamente.