"Por quê?"
A voz de Kael cortou o ar noturno como uma lâmina. Seus olhos—tempestuosos e ilegíveis—fixaram-se em mim com uma intensidade que fez minha pele arrepiar.
"Por que você ficou aliviada em vê-lo vivo?" ele pressionou, dando um passo à frente.
Mantive minha posição, embora cada instinto gritasse para eu correr. "Porque não sou um monstro. Não quero pessoas morrendo por minha causa."
"É só isso?" Seu tom sugeria que não acreditava em mim.
"Sim, é só isso," retruquei. "O que você pensou? Que tenho sentimentos por ele?"
O músculo no maxilar de Kael contraiu. "Você tem?"
"Não! Ele me ajudou a escapar. É só isso."
Kael se aproximou mais, invadindo meu espaço pessoal. Seu cheiro—pinheiro e inverno—envolveu-me, fazendo meu corpo traiçoeiro reagir. Meu coração martelava no peito, mas não inteiramente por medo.
"Você vai vir comigo," ele disse, estendendo a mão para meu braço.