Alta Vigilância

A névoa escura criada pela mulher se dissipou rapidamente depois que ela foi incapacitada, revelando o terraço em sua totalidade mais uma vez.

Os olhos afiados de Leo imediatamente se fixaram em sua oponente, que estava estirada no concreto rachado, contorcendo-se de dor.

Seu rosto se contorcia em agonia, e suas mãos trêmulas agarravam a adaga cravada em sua coluna.

Ela tentava desesperadamente arrancá-la de seu corpo, mas o ângulo em que estava alojada tornava impossível para seus braços reunir a força necessária.

"AGHHH–" ela gritou, seus uivos ecoando pelo terraço e irritando os nervos de Leo.

Um lampejo de irritação cruzou seu rosto enquanto o impulso de acabar com a vida dela imediatamente crescia dentro dele. Mas antes que pudesse agir, um brilho fraco chamou sua atenção.

O cristal de teletransporte dela.

Durante sua queda, o cristal havia escorregado de suas mãos e rolado alguns metros, ficando fora de alcance.

Esse detalhe mudou a dinâmica completamente. Ela não era mais uma ameaça; estava agora à mercê dele.

"Por favor... por favor, não me mate!" ela soluçou, sua voz rouca e trêmula, seus olhos arregalados e cheios de terror alternando entre Leo e Felix.

Leo permaneceu imóvel, sua expressão indecifrável enquanto seu olhar se voltava para Felix. Sem falar, ele gesticulou em direção ao cristal com um aceno de cabeça.

"Esmague-o," disse friamente.

Felix hesitou, seu rosto pálido e seus movimentos incertos. O choque do ataque anterior da mulher ainda o afetava, e o peso das súplicas dela o fazia hesitar ainda mais.

Mas o tom de Leo não deixava espaço para negociação. "FAÇA ISSO," ele ordenou, o comando tirando Felix de seu estupor.

Engolindo em seco, Felix se arrastou em direção ao cristal. Ele lançou um último olhar nervoso para a mulher, que ainda implorava por sua vida, antes de levantar a bota e esmagá-la contra a gema brilhante.

Crack.

O cristal se estilhaçou sob a força, liberando uma luz brilhante e ofuscante que momentaneamente envolveu o terraço.

Os gritos da mulher foram abruptamente interrompidos quando seu corpo se dissolveu em partículas cintilantes, desaparecendo de vista em um instante.

E assim, a dupla havia eliminado mais um oponente.

Por um momento, o silêncio pairou pesado no ar, quebrado apenas pelo som fraco da respiração ofegante de Felix. Ele permaneceu imóvel, olhando fixamente para o local onde a mulher estivera momentos antes.

"Ela veio para cima de mim tão rápido—" Felix murmurou, sua voz mal passando de um sussurro, seus olhos arregalados traindo seu desconforto.

Leo, no entanto, não disse nada. Seu olhar permaneceu fixo no horizonte, seus nós dos dedos embranquecendo enquanto seu aperto se apertava em torno da adaga em sua mão.

Mais uma vez, ele havia escolhido poupar a vida de um oponente destruindo seu cristal de teletransporte. E mais uma vez, o ato deixou um gosto amargo em sua boca.

'Por que eu a poupei?' ele se perguntou, rangendo os dentes enquanto a inquietação agitava seu peito. 'Ela teria me poupado?'

A resposta era clara—ela não teria. Se as posições estivessem invertidas, ela o teria abatido sem hesitação. No entanto, apesar de saber disso, ele havia mostrado misericórdia.

Era uma tentativa consciente de ser diferente dos assassinos ao seu redor? De provar a si mesmo que não era como eles? Ou era simplesmente um ato ingênuo de fraqueza que um dia poderia matá-lo?

'Poupar aqueles que não me poupariam... isso não é misericórdia. É estupidez,' pensou amargamente.

A lógica lhe dizia que a misericórdia não tinha lugar em um teste como este, pois apenas tolos ingênuos e idealistas se agarravam a tais noções em um lugar projetado para recompensar a crueldade.

Mas por mais que quisesse acreditar que não era como os outros aqui, algo profundo dentro dele se rebelava contra essa ideia.

Cada vez que poupava alguém, seu corpo reagia com uma sensação física de desconforto, como se a própria decisão fosse antinatural.

'Sou realmente diferente dos outros? Ou sou apenas mais um assassino fingindo ser algo que não sou?'

A pergunta persistia, pesada e indesejada, enquanto Leo cerrava a mandíbula e afastava os pensamentos.

'Não posso me dar ao luxo de duvidar de mim mesmo. Não aqui. Não agora.'

Por enquanto, a ameaça imediata havia sido tratada, e isso era o que mais importava.

"Volte para sua posição," Leo ordenou secamente, quebrando o silêncio tenso.

Felix piscou, saindo de seu transe. "S-sim, claro," gaguejou, arrastando-se de volta para a escadaria com passos instáveis.

Leo retornou ao seu lugar perto da borda do terraço, seus olhos afiados vasculhando o horizonte escuro em busca de qualquer sinal de movimento.

Apesar dos gritos da mulher e da comoção de sua luta, Leo decidiu permanecer no terraço pelo restante desta fase final.

Pois em vez de uma luta adequada, os gritos da mulher pareciam uma tortura unilateral, que poderia potencialmente afastar outros competidores de se aproximarem do terraço.

Era um risco, mas mover-se novamente, tão tarde no teste, também era, e Leo não desejava correr tal risco.

151 Pares Restantes.

O fim estava se aproximando, e a cada tique do Contador, ficava mais próximo.

Mas até que chegasse, Leo e Felix tinham que permanecer em alerta máximo, pois o teste ainda não havia acabado.