Naomi não conseguia explicar o impulso que a levou a seguir Eduardo. Era como se uma corda invisível a puxasse, amarrada ao vazio ardente que ele havia deixado em seu peito desde o beijo no corredor. Ela o viu sair da faculdade, uma figura sombria vestida de preto, movendo-se com a graça de um predador pela noite fria. Seus pés a seguiram antes que sua mente pudesse protestar, mantendo distância enquanto ele atravessava ruas escuras até uma mansão gótica, escondida em uma parte esquecida da cidade. Suas torres se erguiam contra o céu como garras, e as janelas escuras pareciam observar, refletindo a lua em fragmentos prateados. Naomi hesitou, o coração disparado, mas o portão de ferro rangeu sob suas mãos, e ela entrou, atravessando um limiar que parecia mais do que físico.O interior da mansão era um assalto aos sentidos. A luz vermelha pulsava como um coração vivo, derramando-se de candelabros pendurados em correntes enferrujadas. O ar era denso, carregado com o perfume de tabaco, uísque e algo mais primal — suor, desejo, talvez sangue. Uma batida eletrônica baixa vibrava no chão, misturando-se a sussurros, risadas e gemidos que ecoavam de cantos sombrios. Naomi congelou na entrada, os olhos arregalados enquanto absorvia o que via. Uma mulher em um espartilho preto, com uma coleira de couro no pescoço, ria enquanto um homem a guiava por uma corrente. Em um sofá de veludo, um homem gemia, a pele brilhando com cera derretida pingada de uma vela. Outra figura, de joelhos, servia como apoio para os saltos agulha de uma mulher cuja expressão era de puro domínio. Mesas ao redor exibiam cordas, chicotes e algemas, reluzindo como joias proibidas.Naomi sentiu o rosto queimar, o short jeans e a camiseta leve de repente a deixando exposta, vulnerável. Ela era virgem, sim, mas não ignorante. Sabia o que era BDSM, pelo menos em teoria, de artigos e conversas sussurradas com amigas. Mas isso... isso era cru, vivo, uma dança de poder e prazer que a chocava e, para sua vergonha, a fascinava. Seu coração batia tão alto que ela temia que todos ali ouvissem. Quis recuar, mas seus pés pareciam pregados ao chão, presos por uma curiosidade que ela não queria admitir.