Capitulo 17 - A Pluma

— Você não sabe nada sobre mim — retrucou ela, tentando soar firme, mas sua voz traiu o nervosismo. Ela deu um passo para trás, mas esbarrou em uma mesa, onde uma pluma preta descansava entre correntes e velas. Eduardo a pegou antes que ela pudesse reagir, segurando-a com dedos leves, como se fosse uma extensão de si mesmo.— Eu sei mais do que você pensa — murmurou ele, a voz baixa, quase hipnótica. Ele deslizou a pluma pelo braço dela, o toque tão leve que era quase insuportável, deixando um rastro de arrepios. — Sei que você sonhou comigo. Sei que você sentiu algo naquele corredor. E sei que, mesmo agora, está lutando contra o que quer.Naomi prendeu a respiração, o calor se espalhando por seu corpo, concentrando-se entre suas coxas. Ela quis negar, quis gritar que ele estava errado, mas a pluma desceu, roçando a curva de sua cintura, subindo até o ombro exposto. — Isso é... errado — disse ela, as palavras frágeis, como se fossem desmoronar. — Tudo isso é errado.Eduardo riu, um som que vibrou em seu peito como um trovão distante. — Errado? — Ele se inclinou, a boca tão perto do ouvido dela que ela sentiu o calor de sua respiração. — Se é tão errado, por que seu corpo está implorando por mais? — A pluma deslizou para baixo, roçando a borda do short jeans, e Naomi sentiu um tremor que a fez cerrar os punhos. Ele estava certo, e isso a aterrorizava. Mas antes que pudesse responder, uma risada familiar cortou o momento.