Capítulo 39

Naomi estava exausta, mas o sono era um luxo que ela não podia mais se permitir. Cada vez que fechava os olhos, Eduardo estava lá, uma presença que invadia seus sonhos com uma intensidade que a deixava sem fôlego. A biblioteca, o corredor, a mansão — todos os encontros com ele se misturavam em sua mente, uma teia de desejo e confusão que a fazia questionar quem ela era. Ela se sentou na mesa da sala de aula, o caderno aberto à sua frente, tentando se concentrar no trabalho em grupo que a professora de Literatura havia atribuído. Mas, claro, o destino tinha outros planos. Eduardo era seu parceiro.Ele entrou na sala com a habitual arrogância, a jaqueta de couro preta aberta, os cabelos escuros caindo sobre a testa. Seus olhos a encontraram imediatamente, como se fossem atraídos por um ímã, e Naomi sentiu o coração disparar. Ela desviou o olhar, fingindo estudar suas anotações, mas podia sentir a presença dele como um peso no ar.— Então, florzinha, pronta pra trabalhar comigo? — perguntou ele, sentando-se ao lado dela com uma facilidade que a irritava. O apelido, agora familiar, era uma provocação que a fazia querer gritar. Ele se inclinou, os antebraços apoiados na mesa, o cheiro de couro e algo metálico invadindo seus sentidos.