EPISÓDIO 7 – HERANÇA DE SANGUE
Exterior – Entrada da Mansão Ferraz – Manhã
Repórteres se aglomeravam do lado de fora. Câmeras, flashes, microfones. Um carro preto atravessava os portões. A confusão aumentava.
— “Senhor Ferraz, é verdade que a senhorita Isabela não é sua filha legítima?”
— “Ela é mesmo filha de uma Monteiro?”
— “O senhor está enfrentando uma batalha judicial pela herança?”
Alberto desceu do carro com óculos escuros e um terno impecável. Ignorou os repórteres, mas sorriu discretamente ao ver o caos que causou.
Interior – Estúdio de TV – Ao mesmo tempo
Na tela, um apresentador lia a manchete:
— “Bomba no mundo dos empresários! Alberto Ferraz declara publicamente que a jovem Isabela não é sua filha biológica, mas sim herdeira de Helena Monteiro, sua ex-noiva desaparecida há mais de duas décadas. O caso reacende mistérios do passado...”
Interior – Fazenda Monteiro – Sala – Minutos depois
Isabela, Miguel e Verônica assistiam em silêncio.
Isabela desligou a TV, pálida.
— “Ele realmente fez isso. Me expôs para o país inteiro.”
Verônica sentou ao lado dela.
— “Ele quer te destruir publicamente. Se não conseguiu controlar você, quer que o mundo te veja como um escândalo.”
Miguel apertou a mão de Isabela.
— “Você não está sozinha. Vamos responder à altura.”
— “Como, Miguel? Como enfrentamos um império?”
— “Com a verdade. E com coragem.”
Interior – Escritório de Alberto – Mesmo momento
Alberto brindava com um advogado.
— “Agora que tirei o nome Ferraz dela, posso bloquear o acesso a tudo. A fortuna, o sobrenome, os contratos.”
— “Mas senhor, isso pode ser contestado judicialmente. O registro ainda aponta ela como sua herdeira.”
— “Vamos rasgar essa história pela raiz. Ela nunca foi minha filha. Foi uma farsa. Criada por Verônica.”
— “E Miguel Monteiro?”
— “Ele será o próximo. Vou acabar com os dois.”
Interior – Fazenda Monteiro – Quarto de Isabela – Noite
Isabela se olhava no espelho. Pela primeira vez, sentia-se vazia.
— “Se eu não sou Ferraz... quem eu sou?”
Verônica entrou devagar.
— “Você é minha filha. Mesmo que eu não tenha te gerado no ventre.”
— “Você mentiu a vida inteira.”
— “Sim. E me arrependo. Mas tentei te proteger de um homem que destruiu sua mãe.”
Isabela respirou fundo. Uma lágrima escorreu.
— “Então agora me ajude a proteger o que sobrou de mim.”
Interior – Escritório de um advogado – Dia seguinte
Miguel e Isabela estavam sentados em frente ao advogado da família Monteiro.
— “Queremos abrir um processo de reconhecimento de herança.” — disse Miguel.
— “Vocês têm alguma prova concreta de que Isabela é filha de Helena Monteiro?”
Isabela colocou a carta da capela sobre a mesa.
— “Tenho isso. E um teste de DNA que quero realizar.”
O advogado analisou o documento.
— “Isso pode iniciar uma verdadeira guerra judicial.”
Miguel olhou para Isabela.
— “Já estamos em guerra. Só que agora, vamos lutar do lado certo.”
Exterior – Mansão Ferraz – Dias depois
Alberto caminhava pelo jardim quando recebeu uma notificação no celular.
**AÇÃO JUDICIAL: RECONHECIMENTO DE MATERNIDADE – ISABELA MONTEIRO**
Ele leu o nome e estalou os dedos de raiva.
— “Eles querem manchar meu nome nos tribunais?”
— “Eles querem a verdade.” — disse uma voz atrás dele.
Era Verônica.
— “Você perdeu, Alberto. E no fundo, sabe disso.”
— “Você armou isso. Sempre esteve do lado dela.”
— “Sempre estive contra o que você se tornou.”
Alberto se aproximou, olhos em fogo.
— “Vou acabar com todos vocês. Essa guerra não terminou.”
Verônica não recuou.
— “Não. Só começou.”
Interior – Tribunal de Justiça – Semana seguinte
O ambiente era solene. Câmeras do lado de fora. Assentos lotados. Isabela, Miguel, Verônica, Joaquim. Do outro lado, Alberto com três advogados.
O juiz abriu a sessão.
— “Estamos aqui para analisar a ação movida por Isabela Monteiro em reconhecimento de maternidade com Helena Monteiro, e as consequências legais sobre herança, nome e filiação.”
Miguel cochichou:
— “Estamos com você.”
A primeira testemunha foi chamada:
**Dona Leonor**, antiga enfermeira da clínica rural onde Helena deu à luz.
— “Eu vi com meus próprios olhos. Ela teve a menina. Sozinha. Chorava muito. Disse que o pai da criança nunca soube.”
O advogado de Alberto tentou descreditá-la.
— “A senhora tem provas?”
— “Tenho. O diário dela. Guardei por medo. Mas agora... agora quero justiça.”
Ela entregou um caderno surrado.
Interior – Tribunal – Horas depois
O juiz folheava os documentos. O ambiente estava tenso.
— “Com base nos relatos, documentos apresentados, carta escrita pela falecida Helena Monteiro e exames preliminares de DNA... este tribunal reconhece Isabela Monteiro como filha biológica de Helena Monteiro.”
Alberto se levantou, furioso.
— “Isso é um circo!”
O juiz o encarou.
— “E como tal, o senhor acabou de perder a guarda, os direitos de herança e o uso do nome da jovem Isabela. Esta corte recomenda abertura de investigação sobre possível falsidade documental na certidão de nascimento.”
Isabela segurou o choro. Verônica a abraçou forte. Miguel beijou sua testa.
Exterior – Escadaria do tribunal – Pouco depois
Repórteres cercavam Isabela.
— “Senhorita Monteiro, o que tem a dizer?”
Ela parou, respirou fundo e disse:
— “Meu nome é Isabela Monteiro. Filha de Helena. Herdeira de uma história que tentaram apagar. Mas o amor me trouxe até aqui. E ninguém vai me calar mais.”
Miguel segurou sua mão, ao lado dela.
Juntos, desceram os degraus — como se estivessem subindo.
———
PRÓXIMO EPISÓDIO: “A Última Página do Diário”
Isabela recebe o diário completo de Helena, revelando o verdadeiro motivo do desaparecimento da mãe. Enquanto Alberto planeja sua última cartada, um nome do passado ressurge com uma revelação explosiva que pode abalar os Monteiro... e reacender um novo perigo.