Darkus
A medida que sol vai indo embora e a noite vai chegando, meu coração vai ficando mais preocupado. Noite passada foi muito tensa.
Não quero me envolver com garota comprometida. Mas não foi tão ruim assim, não quis detalhar muito, mas eu comi um pouco de tudo, exceto o bolo de chocolate.
Eu realmente queria um pouco daquele bolo de chocolate. Só de pensar, me dá água na boca.
Ainda não anoiteceu completamente. Dá tempo de comprar um parecido na loja de bolos aqui perto.
Na rua, é difícil acreditar na besteira que eu quase fiz. Isso tá muito errado. Pelo menos posso dormir em paz que eu não fiz nada.
Já de longe podia sentir o cheiro dos bolos. Me sentia no paraíso. Já na vitrine vi todos os tipos. Mas tinha um de morango que fiquei interessado.
Comprei um grande pedaço. Eu mereço depois de ontem. Perder um relacionamento não é fácil. Eu sei, porque eu quase morri por causa da minha ex.
Mas o pior nem é isso. Pior mesmo é que a atendente é ela. Não é fácil olhar nos olhos dela e sorrir. Mas juntando toda minha coragem eu consegui.
Ver aqueles olhos mais uma vez, seus fios dourados e aquelas curvas. Droga…
A noite caiu. Hoje não tô muito a fim de ficar em casa, coisa rara. Vai o bolo e eu pra um lugar especial.
Mas comer bolo seco é ruim, acho que tem um mercadinho aqui perto. Preciso de umas duas latinhas.
As ruas com pouca movimentação, as luzes da noite são muito boas. Ainda consigo lembrar de como eu esperava Lucy todos os dias pra irmos juntos pra casa.
Voz feminina: Até hoje você não muda de caminho, não?
Conheço essa voz. Meu corpo gelou quando virei para trás. Nem percebi que já era tão tarde.
Darkus: …
Era o horário dela.
Lucy: Nossa que cara de morto é essa?
Darkus: Me lembrei da época que eu te buscava no trabalho.
Lucy: Bom, eu saí agora. Vem comigo.
Cacete… será que eu vou? Depois de todo esse tempo, ainda penso nela a noite. De como éramos felizes juntos, do seu sorriso, da sua risada e de como vivemos momentos juntos.
Caminhando ao seu lado, eu tô feliz e ao mesmo tempo, cheio de perguntas.
Lucy: Como tem passado?
Darkus: Bom… tô jogando e… só. E você?
Lucy: To trabalhando na loja e no tempo livre, tenho postado vários vídeos das minhas novas músicas.
Darkus: Acho isso ótimo. Já que você sempre teve uma voz maravilhosa.
E uma traseira de matar.
Darkus: Vou passar na loja de conveniência, preciso de algo pra acompanhar o bolo.
Lucy: Você não mudou nada, né?
Darkus: Em que sentido?
Lucy: Você sempre gostou de bolo de com acompanhamento.
Darkus: É. Bolo seco é ruim. Mas porque você tá falando disso?
Lucy: Nunca vou me esquecer "daquele bolo".
Sua risada no final não significa boa coisa
Mas enfim, paramos na loja de conveniência. Comprei pra ela duas cervejas e pra mim duas latas de refri de laranja.
Lucy: Valeu pela cerveja.
Darkus: De boa.
Paramos num canto pra beber. Com o cair da noite conversamos um pouco. Descobri que ela ainda tá solteira e sonha em um dia se apresentar.
Darkus: Eu acredito que se você entrasse em alguma competição você ganhava. E não tô falando de concurso de beleza.
Ela terminou a segunda lata e sorriu.
Lucy: Mesmo depois que a gente se separou, voce ainda me elogia.
Darkus: Te disse. A gente pode não ser mais um casal, mas eu ainda serei seu amigo.
Com aqueles olhinhos cansado, de um passo a frente, me abraçou e passa a mão no meu cabelo. Assim como elas sempre fez quando estava triste.
Como ela estava respirando e seu corpo mole o álcool já subiu a cabeça. Fora que ela virou o rosto começou a beijar meu pescoço.
Darkus: Pára Lucy. A gente não namora mais.
Lucy: Jura? Nem percebi.
Odeio quando ela se faz de desentendida. Isso estraga tudo.
Darkus: Sério, para. Você tá bêbada.
Lucy: Que nada. Quem fica bêbada com duas latas de cerveja.
Falou a madame voz mole.
Darkus: Bom, isso eu não sei. Mas o que eu sei que vou te levar pra casa.
Lucy: Humm… danadinho. Então, você quer bolo com leite.
Darkus: Droga Lucy, não faz eu me lembrar disso. Até hoje me lembro desse dia maravilhoso.
Lucy: Você já tem o bolo e o leite.
Darkus: Quero comer na sua casa, pode ser?
Lucy: Claro.
Com ela se apoiando em mim. Caminhamos até em casa. Passos e mais passos até lá. A noite tá ficando mais fria. É melhor eu levar ela pra casa logo.
Mas no meio do caminho veio a minha surpresa.
Lucy: Me carrega? Não aguento mais andar.
Darkus: Saco…
Murmurei. Mas, como ela não é pesada, tá de boa. E um passo de cada vez, me aproximava da casa.
Andava de cabeça baixa, o caminho já sei. Me pergunto quantas vezes eu já carreguei essa garota pra casa.