Capítulo 9: Banimento cura e um Silêncio de um nome

O palco ruía aos poucos.

As ilusões de João, Tati e Caio haviam sido vencidas — com lágrimas, superação e coragem. O feitiço de ódio emocional começava a enfraquecer, tremendo sob a força da verdade que cada um deles enfrentou.

Mas Lucius ainda estava ali, flutuando acima do palco como uma sombra viva, os olhos queimando como brasas.

— "Vocês não entendem…" — ele rugiu — "o ódio é mais honesto que o amor! O amor engana. O amor quebra! Mas o ódio? Ele é puro. É direto. E ele VIVE em todos vocês!"

João ergueu a voz:

— "Não! O ódio que você espalhou foi fabricado. O amor que sentimos é real justamente porque o escolhemos — mesmo quando é difícil."

Lucius gritou em fúria, tentando liberar mais uma onda de escuridão — mas algo o interrompeu:

Um símbolo divino brilhou no chão.

Era um círculo de invocação, surgindo com energia dourada. No centro, Alya, de braços abertos, olhos firmes, cabelos esvoaçantes.

— "Chega, Lucius. Você ultrapassou os limites."

Alya invocou novamente o nome que rompe regras do Céu:

— "Lucian, Juiz do Destino Celestial... venha."

Um trovão cortou o teatro.

O tempo parou.

E da luz surgiu Lucian — imponente, olhos azuis cortantes como lâminas. Em silêncio, ele caminhou em direção a Lucius.

Lucius recuou. Pela primeira vez… ele teve medo.

— "Você não pode me banir de novo! Eu criei meu próprio reino! Eu não estou sob sua jurisdição—"

Lucian estendeu a mão. E um silêncio profundo caiu sobre tudo.

— "Você não pertence a este mundo."

Com um movimento, Lucian abriu um portal — uma fenda em forma de espelho, onde se via apenas ódio espelhado contra si mesmo. Lucius tentou resistir, gritando palavras desconexas, mas sua energia estava enfraquecida… e os heróis já haviam vencido a batalha onde realmente importava: dentro de si.

Lucius foi puxado.

Seu corpo se despedaçou em sombras.

E o portal se fechou com um som seco.

Fim.

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☀️ No dia seguinte…

O céu estava limpo. A cidade… calma.

As pessoas que haviam comido o doce do ódio começaram a se comportar normalmente.

Professores que antes brigavam sem motivo voltaram a sorrir.

Casais separados por raiva inexplicável se reconciliaram.

Amigos voltaram a se falar.

Famílias se reuniram.

A guerra invisível havia terminado.

Na escola, Tati voltou a rir alto nos corredores. João respirava aliviado. Alya caminhava em silêncio, observando tudo como uma sentinela. E Caio…

…procurava por Ruby.

Ele andou por todos os cantos.

Perguntou para colegas.

Foi até o teatro, a sala de música, a biblioteca…

Nada.

Ruby não estava em lugar nenhum.

Era como se nunca tivesse existido.

Até mesmo a cadeira onde ela costumava se sentar… estava vazia e empoeirada.

Sem mochila.

Sem nome na chamada.

Caio ficou parado, sentindo uma angústia que não entendia.

— "Ruby?" — ele chamou uma última vez.

Mas o eco foi sua única resposta.

E naquele silêncio, uma semente de mistério foi plantada novamente.

Quem era Ruby, afinal? E para onde ela foi?