Draven.
A manhã ainda era jovem, mas já parecia pesada.
Eu estava sentado atrás da minha mesa, mangas enroladas até os antebraços, caneta pousada sobre o mata-borrão de couro, meus pensamentos presos entre a papelada inacabada e a queimação silenciosa no meu peito que permanecia desde o amanhecer.
Então o telefone fixo tocou.
Seu som estridente cortou o silêncio do meu escritório, afiado como uma lâmina.
Atendi, pressionando o receptor contra minha orelha.
"Alfa Draven falando."
"Alfa," veio a voz, suave mas carregando aquele tom de diplomacia cuidadosa. "Bom dia. É o Prefeito Brackham."
Recostei-me ligeiramente na cadeira, dedos batendo uma vez na mesa.
"Brackham," respondi. "Espero que esteja ligando com boas notícias."
Um momento de silêncio me respondeu.
O tipo de silêncio que não estava vazio, mas carregado de desculpas esperando para serem despejadas.