Situações estranhas.

Os dois dirigiram calmamente pela estrada, entrando no estacionamento com cuidado. Havia alguns zumbis que ainda se mantinham ali, e eles atropelaram esmagando-os sempre que entravam a sua frente. "Pare!" Veio a voz de Hirano pelo fone do rádio. " Saía e mantenha-se abaixado, os alvos não sabem que os vimos, por isso podem tentar algo." Disse ele, antes de saltar do caminhão e assumir uma postura de tiro com um joelho no chão, Akira fez o mesmo apontando para o lado oposto, enquanto eles varriam o lugar com suas miras em busca de mais zumbis.

"Tudo limpo aqui." Veio a voz de Akira, enquanto Hirano confirmava seu lado limpo também. "Terceiro andar, ultima janela. Três homens ali, talvez mais. Seguiremos em silêncio e mantenha sua guarda o tempo todo." Com as instruções dadas, Hirano correu em direção a entrada do Hotel fechada, provavelmente bloqueada por algo.

As janelas de vidro porem estavam totalmente desobstruídas, abaixando-se ele pegou uma pedra e arremessou contra a janela com força. O ataque fez com que o vidro se estilhaçasse e atraísse a atenção dos homens la em cima. Que olhavam para o posto procurando a fonte do barulho.

De seu angulo de visão, eles não conseguiam encontrar Hirano e Akira, que se abaixavam ao lado das bombas de combustível, e observavam a movimentação dos homens la em cima, observando os homens deixando a janela. Os dois correram rapidamente invadindo o interior do hotel em silêncio.

No quarto, os três homens olhavam em volta com seus cenhos franzidos, eles haviam se instalado aqui quando o surto começou, matando os idiotas que paravam para abastecer e levando suas mulheres e itens. Eles haviam tirado a sorte grande matando dois policiais logo após o surto começar e pegado seus revólveres M37, além disso, o dono desse lugar possuía uma pequena escopeta calibre 12 que eles haviam assumido após atirar o homem para os zumbis.

"O que faremos chefe?'' Perguntou o mais baixo dos três para um homem grande com uma tatuagem de garra de urso no ombro direito. "Matamos um, torturamos o outro e descobrimos se há mais deles, além de roubar suas armas."

Caminhando até uma das garotas que estava nua, o homem a levantou pelo cabelo antes de a empurrar em direção a porta. " Usaremos ela como escudo, soldados não atiram em civis..."

Baseando-se nos veículos, e vislumbres das roupas que Hirano e Akira usavam eles os haviam levado por soldados... Hirano, não sabia disso e não se importaria caso soubesse, caminhando devagar escada acima ele mantinha sua mira, em constante movimento, esquadrinhando os recantos de onde um zumbi poderia saltar, ou um tiro poderia partir. Em suas costas, Akira dava cobertura enquanto copiava seus movimentos, embora ele tivesse se aposentado a dez anos, velhos hábitos eram difíceis de esquecer.

Parando pouco antes do terceiro andar, Hirano apontou para uma janela onde o reflexo de quatro pessoas poderia ser visto. Três homens e uma garota nua estavam ali sendo mantida no lugar pelo maior dos três que apontava uma arma para a cabeça da jovem ajoelhada, analisando a situação era complicado demais, eles precisariam de uma distração ou a jovem morreria.

Hirano, não era um herói. Porem se possível ele não queria matar inocentes, naquele momento a experiência de Akira se mostrou, retirando sua M16, ele pegou uma pistola. "Eu os distraio, você atira daqui." Disse o homem mais velho subindo a escada com a pistola em punho, enquanto Hirano se posicionava, fora de vista dos três.

"Parado aí mesmo, ou juro que mato a garota!" Veio a voz áspera de um homem. "Onde está seu amigo?" Falou ele novamente enquanto Akira mantinha o silêncio deixando o homem nervoso.

"Soltem as armas, ajoelhem-se e coloquem as mãos na cabeça, e vocês podem viver..." Veio a voz gentil de Akira transmitindo um tom calmo que não combinava com a situação.

Aquilo porem não pareceu servir aos três homens, já que o grande homem com a garota refém ergueu sua arma apontando momentaneamente para Akira, em sua raiva. "Quem dia..." Começou o homem com um tom de raiva. "Bang" Veio o som de um tiro depois que a cabeça do homem explodiu como uma melancia.

Akira também não estava parado, erguendo sua pistola ele deu dois tiros no homem da esquerda enquanto o terceiro tentava fugir, Hirano porem já o tinha na mira, com um tiro preciso a perna do homem foi atingida, o derrubando enquanto gemia alto.

Vendo o homem cair, Akira correu em direção a ele dando um tiro em sua cabeça, terminando o trabalho antes de assumir uma postura de tiro, avaliando por novas ameaças. Vendo Akira em guarda, Hirano caminhou até a garota que tinha olhos arregalados antes de se abaixar a frente dela. "A outros aqui? Mais algum bandido?" Virando seus olhos arregalados para ele em estado de choque, a garota balançou a cabeça balbuciando "não mais... homens... garotas... quarto... eles, eles nos..." Balbuciou ela, antes de abraçar Hirano chorando.

Olhando para a garota em seus braços ele já podia imaginar o que aconteceu, seu corpo nu e hematomas contavam a história com cores e detalhes, levantando-se ele a trouxe junto sem soltar seu abraço. "Como você se chama?" Veio a pergunta de Hirano. "Aina..." Respondeu ela em um pequeno suspiro.

"Tudo bem Aina, fique atrás de mim." Disse ele, caminhando para Akira e lhe entregando seu fuzil, antes que os dois seguissem ao fim do corredor e chutassem a porta. "Kyaaaah!!" Veio o grito de dentro do lugar, enquanto eles entravam.

Outras quatro garotas estavam ali, em estado como Aina. Analisando a situação Hirano caminhou até o banheiro, ainda havia agua corrente, estava fria, mas serviria por enquanto.

"Tudo bem garotas, quem de vocês sabe atirar?" perguntou Hirano, com uma mulher com cerca de trinta anos erguendo a mão. "Otimo, pegue isso!" Disse ele entregando um M37 que ele pegou dos bandidos. "Qual o seu nome, e como sabe atirar?"

'Miko! Eu era segurança em um shopping." Veio a resposta da mulher. "Certo, tomem banho e nos encontrem la embaixo na concessionária em meia hora." Respondeu Hirano.

Deixando as mulheres eles desceram as escadas e foram ao caminhão de carga, antes de ir para a concessionária de caminhões ao lado. O exterior do lugar estava vazio, seu interior porem mostrava cinco zumbis que tentavam sair pelas paredes de vidro temperado.

Erguendo suas armas, eles atiraram nos zumbis através do vidro. Destruído as paredes enquanto matavam os zumbis permitindo acesso ao interior. Todos os caminhões na parte externa do prédio haviam recebido o impacto direto do EMP, os da parte interna do prédio porem deveriam estar bem desde que tivessem suas peças substituídas por novas.

Enquanto Hirano, avaliava o interior do lugar Akira, dirigiu o caminhão Hemmit de carga para onde a oficina de montagem e manutenção da concessionária ficava. Ali, dois Caminhões tratores podiam ser vistos montados, porem sem baterias e alguns acessórios internos.

Além dos dois, outros cinco grandes motores diesel e outras peças podiam ser vistas espalhadas. Estacionando o caminhão ao lado de onde os motores estavam em um suporte, Akira usou um pequeno guindaste hidráulico usado para colocar e remover motores de veículos nesses tipos de oficina. Com menos de vinte minutos ele já havia colocado os cinco motores no caminhão, quando Hirano apareceu com as garotas de antes.

"Há uma prancha de carga, usada para carregar veículos lá atrás, também tem um caminhão tanque estacionado a uns dois quilômetros abaixo." Disse Hirano, avaliando os dois caminhões quase prontos a sua frente. "Podemos voltar depois, nesse momento engataremos a prancha ao nosso caminhão e levar essas duas belezas aqui para que Hayato as coloque para funcionar."

"Bom trabalho, aliás." Disse ele sorrindo, cinquenta minutos depois eles haviam conseguido com a ajuda do guincho elétrico na traseira do Hemmit arrastar os dois caminhões semi-acabados para cima da prancha e estavam a caminho de casa.

Novamente, não havia sinal de sobreviventes ao longo da estrada, o que era estranho. Talvez ele devesse ir para a cidade ao amanhecer e avaliar a situação com uma pequena equipe. Estacionando os veículos em frente a oficina ele observou como Hayato estava coberto de graxa e óleo, enquanto trabalhava abaixo de um caminhão grande.

Akira também estacionou ali, permitindo que as garotas na traseira do caminhão saíssem com olhares assustados. Deixando tudo aqui para Hayato e Akira, ele foi para o interior da mansão com as mulheres o seguindo.

Descendo as escadas para seu abrigo, sons de tiros cadenciados eram ouvidos enquanto as garotas treinavam ali. Shizuka estava sentada com as crianças a seu redor devorando lanches enquanto olhavam para as outras treinando tiros. Chica e Myamoto sendo impressionantes para duas novatas.

"Shizuka, cuide dessas mulheres por favor, elas passaram por momentos difíceis." Disse Hirano chamando a atenção da loura que correu para obedecer ao pedido dele.

Olhando ela sair com as mulheres feridas, ele caminhou até Rika, que avaliava às sete mulheres praticando. Yumi e Aika, não podiam ser vistas, então deveriam estar preparando o jantar a julgar pela noite que se aproximava. "Rika, acredita que posso, leva-las a cidade comigo amanhã?" Perguntou Hirano, olhando as garotas.

"Treinamento real será bom para elas, seus tiros estão sendo constantes principalmente com os fuzis, embora eu só tenha realizado treinamento estacionário, devido à falta de espaço." Respondeu ela pensativa antes de se virar para ele. " Qual motivo de adiantar os planos? Você me disse três dias antes."

Hirano, soltou um suspiro resignado. "Algo está errado, durante todo o tempo em que estávamos lá fora nenhum carro passou." Ele fez uma pausa. "Era de se esperar que pelo menos algumas pessoas tentassem fugir, mas isso não aconteceu."

"Eu você, Saeko, Rei, Miku e Saori, formaremos o grupo de exploração amanhã. Shizuka ficará aqui e cuidara das mulheres que acabei de trazer de volta. Chica, Sakura e Hana, manterão a segurança desse lugar." Partimos as cinco, então não cobre muito delas. " Akira pode ajudar Hayato a montar os caminhões, tenho a sensação que precisamos sair daqui o mais rapido possível."

Com tudo dito, ele subiu para um banho e se preparar para a noite. Algo estava acontecendo na cidade, e ele ainda precisava cumprir sua promessa a Rei de ajudar a encontrar sua mãe. Ele tentaria ajudar, por isso estava levando a garota com eles amanhã. Porem, se sua sensação de crise piorasse eles abandonariam esse lugar. Ela poderia decidir segui-lo ou não a partir de então.