Caos e mortes...

Dirigindo pelas ruas, zumbis eram encontrados em momentos aleatórios, na maioria das vezes eles apenas os atropelavam ou os ignoravam, essa era uma missão de exploração e eles já haviam deixado testemunhas de seu poder ao liberar o ônibus.

Acelerando pelas ruas, eles encontraram uma grande torre telefônica, era alta o suficiente para dar-lhes um lugar de observação, porem havia um problema. O lugar era uma armadilha gigante, colocada ali e apenas esperando que entrassem. A frente da torre, um prédio de estacionamento poderia ser utilizado com o mesmo proposito sem os riscos de ficar sem saída. "Para o estacionamento, fiquem em silêncio, e não saiam do carro." Disse Hirano, ao rádio enquanto os dois Humvee aceleravam pelas rampas do estacionamento.

O alto do estacionamento, fornecia uma visão desobstruída de toda a região. Através das miras telescópicas dos rifles e binóculos, eles podiam ver a grande barreira que havia sido feita empilhando veículos para ajudar a conter os zumbis, além da barreira homens armados passeavam com armas em punho.

Olhando para o outro lado onde ficava o bairro de Rei, eles notaram alguma movimentação. Cerca de dois quilômetros e meio dali, vinte pessoas poderiam ser observadas no quintal de uma casa grande, o lugar era cercado por muros de dois metros e meio, uma cerca de arame havia sido improvisada ao redor dele.

No quintal as pessoas se dividiam em três grupos, uma mulher com cabelos laranja curtos e um corpo voluptuoso, estava parada em frente a outras cinco, em estado agitado. "Ali... Aquela é minha mãe..." Veio a voz, sussurrante de Rei, apontando para a mulher que se agitava.

Pela forma como a mulher se movia, e agitava era possível perceber que ela discutia com outras cinco pessoas, enquanto o resto do grupo os observava. "Vamos". Disse Hirano observando a cena, o que quer que tivesse acontecido ou fosse acontecer não seria bom para a mulher que estava em desvantagem.

Antes de sair porem, através de sua visão periférica, Hirano encontrou algo estranho, no horizonte uma sombra se movia em sua direção. Ela ondulava em meio as ruas, cerca de dez quilômetros atrás da área onde o acampamento da J.S.D.F ficava. Olhando a situação todos se assustaram. "O que faremos?" Veio a pergunta de Rika que estava calma, considerando que eles estavam longe da primeira zona de impacto.

" Yuriko, tente contato pelo rádio, informe as pessoas da. J.S.D.F sobre a situação, Saori, Miku, Rei e Saeko. Vocês vêm comigo. Rika, você fica aqui e está no comando das outras garotas, me mantenha atualizado sobre a situação. Estejam prontas para partir em acelerado." Com as ordens dadas, eles partiram rapidamente, deixando o resto da equipe e os dois veículos no alto do estacionamento de onde Rika manteria a vigilância da situação.

O som alto do motor do Humvee logo atraiu a atenção das pessoas que brigavam. Correndo para o interior da casa eles observaram quando um veículo militar parou a sua porta, no teto do veículo um jovem virou uma grande arma em sua direção, o que assustou todos que observavam a cena de dentro. "Eu, Rei, Saeko, vamos até lá e trazer sua mãe de volta, se alguém tentar impedir atire para matar e não hesite, Miku mantenha o motor ligado, Saori suba aqui e fique com a metralhadora, se eles fizerem algo suspeito mate."

Saltando do carro com as M16 em punho, eles caminharam em passos lentos. Suas armas apontadas para as janelas e portas da casa. "Mãe! Sou eu Rei, saia por favor, estou aqui para te buscar!" Gritou Rei enquanto agitação era ouvida através da porta, e vozes exaltadas chegavam até eles.

Ouvindo a agitação Hirano franziu o cenho, ele estava sendo atualizado pelo rádio a cada instante por Rika, os zumbis já haviam avançado um quilometro desde que eles saíram do estacionamento." Qual o nome de sua mãe Rei?" Hirano perguntou a garota "Kiriko, Miyamoto Kiriko, respondeu a garota em voz baixa."Acenando-lhe enquanto levava o dedo a boca, Hirano se virou para a casa colocando uma granada em seu lançador. "Ouçam todos vocês, vocês têm um minuto para permitir que Miyamoto Kiriko saia da casa. Se ela não sair ou vocês a ferirem, entrarei aí e matarei todos vocês. Se vocês a matarem, eu arrancarei as pernas e braços de vocês e jogarei a quinhentos metros de uma horda de zumbis." Disse ele em voz alta, nenhuma raiva ou sentimento podia ser sentida ali.

A seu lado as garotas o olharam com expressões diferentes. Rei tinha olhos arregalados, embora estivesse grata a ele. Saeko porem, tinha um sorriso alegre e um certo brilho nos olhos, ela só queria chegar a sua base e montar Hirano... ele estava se tornando o marido perfeito.

No interior da casa um homem grande tinha os olhos arregalados em terror, a pouco tempo ele se preparava para expulsar Miyamoto de seu grupo, e agora pessoa vieram busca-la, com armas em punho. Ele estava prestes a capturá-la como refém, e tentar conseguir algumas armas ou suprimentos que eles tivessem no carro, mas seus sonhos acabaram com aquela ameaça.

Ele havia trabalhado com a polícia antes e convivido com um sargento da unidade de combate a gangues, que tinha o mesmo tom de voz, desinteressado e sem sentimentos. O homem daria um aviso e o cumpriria, não havia misericórdia, tanto que ele recebeu o doce apelido de, o açougueiro de Tokyo.

"Deixem que ela saia, e não façam movimentos bruscos." Disse o homem falando para os outros. "Miyamoto, apenas vá. Não te queríamos aqui antes e agora queremos você ainda menos."

Dando ao homem um olhar resentido Miyamoto Kiriko deixou a casa, a sua frente estava sua filha em uniforme militar completo e com uma arma poderosa em mãos, a seu lado uma jovem linda e um rapaz igualmente, vestidos. "Pacote em mãos se preparem para sair, Rika situação." Falou o rapaz fazendo seus olhos se arregalarem.

"Vamos, eles estão perto de atingir a base de evacuação da J.S.D.F." Disse ele enquanto eles recuavam rápido para o carro com Kiriko os seguindo. Parando ao lado do carro Hirano olhou para a casa por um segundo, fazendo com que os habitantes do lugar tremessem de medo. Se eu fosse vocês, sairia daqui o mais rápido possível, do outro lado do rio uma onda de zumbis ataca a base da J.S.D.F, eles sabem que não podem enfrentar uma horda de zumbis, por isso estão evacuando, eu os aconselho a fazer o mesmo." Logo o carro estava em movimento. Atrás deles, pessoas corriam saindo não apenas daquela casa, mas de algumas outras pedindo por ajuda.

Eles não pararam, não havia como salvar a tantos e mesmo se houvesse, Hirano não o faria, era claro pela forma como a mãe de Rei não havia dito uma única palavra em ajuda a eles, eles não mereciam sua ajuda.

Atrás deles, Rei conversava com sua mãe em voz baixa, apontando para cada pessoa no carro enquanto falava seus nomes e como se conheceram. Hirano porem não prestava atenção, seu corpo estava quente e suor escorria por suas costas. "Acelerem e se encontrem com Shizuka, algo está acontecendo comigo. Olhando para o lado ele notou que Saeko também estava pálida. "Também me sinto mal, disse ela com a voz rouca. Algo queima!"

Através do rádio eles explicaram a situação para Rika, que levou os dois carros para a porta do estacionamento, aguardando por sua chegada, naquele momento porem a voz de Yuriko pode ser ouvida no rádio. "Eles estão mudando, segundo o que sei as primeiras mudanças não afetam o corpo, algumas porem causam febre e dor extremas, felizmente ninguém morreu durante essas condições." Disse ela trazendo calma a todos. "Infelizmente anestésicos e remédios não funcionam, eles vão se debater e gritar de dor."

Acelerando o carro eles pararam em frente ao estacionamento onde os outros dois carros já os esperavam, saindo do Humvee, Hirano e Saeko entraram na ambulância sentando nas macas. "Rika, você está no comando, quando chegarmos, coloque tudo nos veículos, junte nosso pessoal e siga as instruções de Yuriko para o lugar seguro que o marido dela preparou. Devemos deixa Tokonosu ainda hoje, no máximo de madrugada." Disse Hirano, antes de se recostar esperando a dor. Não sabendo o que esperar, além da dor eles se decidiram por amarrar os dois as macas com os cintos de segurança. Só deus sabia o que seria dos dois quando isso acabasse.

Enquanto os três carros corriam para a segurança de sua base, o centro de evacuação de Tokonosu a base da J.S.D.F, estava sob ataque. Dezenas de milhares de zumbis se atiravam contra as barricadas feitas de carros enquanto os policiais atiravam sem parar contra eles, do outro lado, ônibus carregados com mulheres crianças e caminhões com alimentos, eram os primeiros a ser evacuados. Era uma corrida contra o tempo e eles estavam perdendo.

Em cima de um trailer, que servia como suporte da barreira. O tenente Yoshida Hiroki observava a situação abaixo se desenrolar. Aos trinta e três anos, ele não esperava terminar aqui. Sua promoção tendo chegado duas semanas antes, sua esposa gravida, seu novo financiamento de um apartamento sendo autorizado.

Nesses três dias porem, tudo mudou, o mundo estava em caos, pessoas morriam a cada instante. Para cada zumbi morto, outros dez apareciam. Atirando para o mar de corpos em movimento, os olhos de Hiroki se arregalaram observando o horizonte.

Ali em meio ao mar de zumbis uma coisa se destacava, não parecia nenhum zumbi que ele tivesse visto antes, grande e inchado seu corpo com três metros de altura era gordo e balançava a cada passo dado. Em seus ombros um zumbi menor com uma grande cabeça emitia ruídos estranhos enquanto seus companheiros continuavam a correr para a barreira.

Abaixando-se o gigante agarrou um carro antes de o girar e lançar em direção a barreira. Saltando para o lado, Hiroki evitou o carro lançado. Quando ele saltou para o lado porem, seus olhos se abriram em terror, não havia apenas um gigante, mas vários deles arremessando coisas enquanto dois deles corriam em direção a parede de carros, saltando do lugar onde estava, ele começou a correr com seus soldados o seguindo.

Era tarde demais no entando, a parede caiu e ondas de zumbis entraram correndo, suas bocas nojentas escancaradas, enquanto eles agarravam qualquer um que fosse lento demais para escapar, a base da J.S.D.F estava acabada ali.

Longe dali, três Humvees aceleravam pelas trilhas sinuosas, na unidade medica, Hirano e Saeko tremiam e gemiam em dor enquanto seus corpos pareciam pegar fogo, suas temperaturas ultrapassando os 40 graus célsius. Levou quarenta minutos para que eles chegassem a seu abrigo, onde a maioria das coisas já havia sido armazenada nos caminhões e estava pronta para transporte.

Duas horas depois, com tudo armazenado um grande trem finalmente deixou a mansão de Hirano. A frente do comboio Takagi Yuriko dirigia um Humvee com uma metralhadora.50, sob comando de Rika. Em seguida os três grandes caminhões militares seguiam, atrás deles vinha Shizuka em sua ambulância, com outros três grandes caminhões tratores acoplados a dois grandes contêineres de carga e um grande tanque cheio de diesel, por último vinha Miku no segundo Humvee com Rei controlando a metralhadora.50.

Seria uma longa viagem para o norte e Yuriko, os guiava por estradas secundarias isoladas, que garantiriam o mínimo de contato com grandes cidades, essa rota havia sido planejada por seu falecido marido e seria uma viagem de três horas se tudo corre-se bem.

Na ambulância, os corpos de Saeko e Hirano passavam por mudanças a cada segundo, os músculos de Hirano eram comprimidos de forma contante, enquanto a seu redor, faíscas elétricas saiam e corriam por sua pele. No caso de Saeko, seu corpo estava não passava por tantas mudanças, ao seu redor porem uma corrente de ar corria visível ao olho nu. Como pequenas laminas, as correntes de ar cortavam as roupas da garota e qualquer coisa que tocassem.

Olhando para os dois deitados, Shizuka e Alice tinham seus olhos arregalados, era a primeira vez que elas viam tais coisas, e seus corações batiam forte em seus peitos.