Capítulo 2

-PRIII....

Que ódio desse som, despertador dos infernos. URGGH... Ainda há quem diga que morando em Nova York eu já deveria estar habituada com esses sons inconvenientes, mas definitivamente esquecem que uma coisa são o barulho dos carros, outra bem diferente é o de um despertador que deve ser odiado em todos os lugares do mundo, não é possível.

E com esse bom humor todo levanto para começar meu dia e ir me arrumar para ir à universidade.

Nova York é uma cidade que ninguém dormia, portanto por natureza é bem agitada, além de estar entre as dez cidades mais caras do mundo para se viver, por sorte conto com a ajuda de meus pais para poder me manter aqui, mas também não é como se fosse por um mero capricho meu, eu ganhei uma bolsa de estudos para estudar na NYU, o que é motivo de orgulho para eles, apesar de volta e meia eles deixarem claro que eu poderia ter escolhido outra universidade "melhor" e mais perto de casa, no caso na Itália ou em outros país, mas sendo na Europa, mas eu não podia, eu tinha que sair de perto deles, não dava para continuar, mesmo amando meus pais.

Assim que terminei minha higiene matinal fui me vestir para ir a universidade onde curso administração, escolhi um look bem básico para aquela quinta pela manhã onde teria duas aulas, sendo uma calça jeans preta um pouco justa no meu corpo para delinear minhas curvas e uma blusa gola polo alta preta até o pulso onde coloquei um relógio dourado e um sobretudo até um pouco depois dos meus quadris na cor bege, com relação aos acessórios escolhi um brinco médio e os cabelos apenas penteei com os dedos para dar aquele ar de despreocupada com meu visual, algo que como italiana não poderia faltar, uma botinha também preta de salto médio e minha mochila com meus materiais e estava pronta.

Segui para tomar meu café, algo que eu confesso tinha resistido bastante no início pois lá era costume o uso de cafés gelados, mas com o tempo acabei me acostumando já que estava morando ali há uns dois anos. No caminho encontrei Annelise já estava na bancada preparando nosso café, assim como Isabel já estava com o notebook, para ver sobre estágios. Algo que estávamos em busca, já que poderíamos nos candidatar após concluir o primeiro ano do curso, e já tínhamos estávamos completando dois anos na universidade.

Annelise e Isabel eram minhas colegas de apartamento em Manhattan, em Greenwich Village já que ficava bem perto da NYU. Algo interessante sobre minhas colegas de apartamento que na verdade eram minhas melhores amigas, era que Annelise era alemã e Isabel, espanhola. Muitos achavam que nossas personalidades nada parecidas poderiam causar brigas entre nós, mas na verdade eles só tinham base por parte dos estereótipos que nos rondavam, por exemplo, por ser espanhola muitos acham que ela deveria ser uma mulher de atitude, de temperamento, o que foge muito da realidade, veja bem ela não é uma mosca morta, mas num geral ela é mais séria e fechada com pessoas que não conhecem e então costumam estranhar quando ela não age de forma tão sorridente e simpática. A mesma coisa com Annelise, ela sendo alemã esperam que seja menos afetuosa, mas ela tem um tio que é casado com uma colombiana e, portanto, se identifica muito mais sendo efusiva, diferente de seu irmão mais velho, Petrus, que é um típico alemão, sendo bem "fechado". E claro eu, sendo italiana, as pessoas esperam que eu seja barulhenta, que fale alto, esse tipo de coisa, quando na verdade eu só sou assim quando estou com meus amigos.

É um pouco ofensivo reparar nos olhos deles quando os estereótipos que imaginam não são atendidos, como se fosse culpa nossa e depois sempre a vem a pergunta "mas vocês não fazem isso?". É frustrante.

Mas de qualquer forma, nos conhecíamos desde antes de decidirmos vir para Nova York, pois nossos pais tinham negócios juntos e assim, era comum nos eventos nos vermos e então fizemos amizade, o que foi bem vantajoso para nossas famílias ter essa espontaneidade nos laços afetivos.

-Já mencionei o quanto é injusto você sair vestida assim como se tivesse saindo de uma capa de revista enquanto nós pobres mortais precisamos lutar muito para ficar minimamente gostosas? E quando digo "nós" quero dizer eu e a minha palidez. - disse Annelise enquanto colocava a mesa para o café na cozinha americana afim de otimizar mais o tempo.

-Deixa de ser dramática Anne, eu apenas escolhi ao acaso. - disse para ela enquanto ajudava a preparar os ovos e o bacon, algo que também nos acostumamos a fazer já que nem sempre tínhamos tempo para preparar algo mais elaborado, por exemplo, eu adorava cappuccino cremoso, Isabel, churros e Annelise, pretzels.

-Você não me engana, Giu. - disse Annelise.

-Você não queimou os ovos dessa vez Anne, que coisa boa, da última vez achei que o cheiro de queimado ficaria impregnado por uma semana. - Provocou Isabel.

-HAHAHA, Belita. Era a primeira vez que cozinhava, esquece isso pelo amor de Deus. - Annelise disse fingindo indignação.

-Alguma notícia do estágio? - perguntei enquanto nos sentávamos para comer.

-Ainda não, eles disseram que o prazo é de três semanas para responderem e como me candidatei há 48 horas então... ainda no prazo. - disse Isabel.

-O meu também, confesso que estou ansiosa por essa independência. - disse para elas.

Concordo, apesar de saber que essa "independência" não paga nem um mês do aluguel desse prédio, nem senão fosse a cobertura a qual moramos. - Apontou Annelise, que também buscava estágio.

Depois de uns segundo de reflexão, Isabel preencheu o silêncio.

-Isso nos faz muito mimadas, não é?

Olhamos ao redor para aquela cozinha totalmente equipada e bem limpa graças a diarista que vinha três vezes na semana.

-Talvez. - Eu disse.

-Possivelmente. - disse Anne.

-Qual as aulas de vocês hoje? - perguntou Isabel afim de dissipar aquela nuvem carregada que nos chamava de "mimadas" em neon.

-Aula de biologia. - disse Annelise.

-Aula de inglês. - disse Isabel.

-Aula de matemática.

Algo incomum, mas que deveria ser levado em conta sobre a NYU, é que no começo da graduação, nos dois primeiros anos funciona mais como uma revisão do que vimos no ensino médio, mas com um nível elevado por ser agora ensino superior, e só depois começamos efetivamente no curso que desejamos. Algo estranho à primeira vista, mas que deveria ser mais incentivado por outras universidades considerando que isso dá aos alunos tempo para decidirem se é naquele curso mesmo que desejam ingressar, além de ter um maior aproveitamento do que não foi possível no passado.

-Quem dera ter aula com aquele homem. - disse Anne.

-Verdade, ele é um gostoso. - Foi Isabel quem me surpreendeu já que normalmente ela nunca diria algo assim.

-Ele é um chato isso sim. Uma verdadeira ressaca.

-Mas é gato. - disse Anne.

-E isso invalida tudo o que disse sobre sua personalidade? - fiquei indignada.

-Se fosse Belita a me dizer isso, eu diria em tom bem condescendente que não podemos ter orgasmos com personalidade, mas se tratando de você fico decepcionada. - disse Anne bem confusa.

-Você sabe que não sou mais virgem não é Anne? - perguntou Isabel.

-Eu sei, mas não é como se sua vida sexual não tivesse às moscas amiga. - disse Anne.

-Vamos voltar para o professor gato de Giu. - disse Isabel tentando mudar de assunto.

-Ok...admite Giu, ele é um gato. - disse Anne.

-Ele é um perfeito diabinho que adora me espetar com o tridente. Apenas isso. E é sexy. - disse já me levantando e colocando meu prato, copo e talheres na pia. - Melhor eu ir ligando o carro, por que ele odeia atrasos. - Antes fui ao banheiro pata escovar mais uma vez os dentes e depois acabei pegando meus óculos de sol que tinha esquecido.

-Certo, vou lavar a pia, escovar os dentes e já te encontro lá. - disse Isabel. Anne também foi escovar os dentes, afim de adiantar.

Era uma boa sincronia, quando uma fazia o café da manhã e outra ajudava a pôr a mesa, outra lavava os pratos e sempre que tínhamos aula juntas no mesmo dia íamos apenas com um carro, assim não precisaríamos nos preocupar com vagas já que morávamos no mesmo lugar e íamos para o mesmo lugar.

Assim que saio do apartamento em direção ao elevador, encontro com nossa querida vizinha, aqui se faz presente rios de ironia e sarcasmo, ela era uma velha fofoqueira que vivia falando de nossas vidas para os nossos pais quando eles vinham nos visitar. VELHA SAFADA! Ela já esteve internada três vezes por problemas de saúde, mas sempre voltava para nos infernizar. Anne achava que ela era um espírito do mal que tinha como objetivo de resto de vida nos atormentar e olha que ela é a mais cética de nós três.

Mas segui para a garagem depois de dar bom dia aquela infeliz e esperar as meninas que vieram juntas. Annelise, estava com um vestido bem solto até pouco depois dos joelhos e usando um salto agulha com um sobretudo e sua mochila, sempre parecia que ela ia para um desfile de moda, do que à faculdade, ela dizia que aparência vinha em primeiro lugar. Já Isabel estava com seus jeans azul escuro justo, e uma blusa pulôver na cor branca, um cinto e uma bota de cano curto com salto, e sua mochila.

No caminho para a universidade, como sempre o trânsito estava caótico o que me deixava bem irritada, mas como elas já me conheciam, começamos a conversar amenidades para me distrair e assim foi todo o caminho até o campus, até que Anne recebeu uma mensagem em seu celular.

Meninas vocês não vão adivinhar o que aconteceu.

-Se me disser que não vai ter aula nesse caralho de universidade eu vou ficar muito puta. - Esbravejei.

-Não, é sobre Logan. Ele se meteu em uma confusão e quase foi suspenso.

Annelise, caso ainda não tenha percebido, estou dirigindo um Porsche no trânsito infernal de Nova York, e você vem querer falar sobre Logan? Mesmo?

-Ain Giu, não é para tanto vai. - disse Isabel bem curiosa sobre o que houve.

-Ah não? Então conta Anne. Em que tipo de problema o mimadinho se meteu e os seus pais prontamente vieram da Inglaterra para vir resolver? - disse de forma bem sarcástica.

-E que papai hein amiga? - disse Anne balançando as sobrancelhas.

-ANNELISE!!!- Isabela censurou a amiga.

-O que? Vai me dizer que nunca pensou nele dessa forma? - Balançou as sobrancelhas sugestivamente mais uma vez.

- Eu? Não... – Isabel ficou muito sem graça.

-Aham...por que fui eu a gemer o nome dele enquanto me tocava...aah Oliver, você é bom em tudo o que faz...Oliver...Sr.Evans...ooh meu Deus -simulou gemidos sensuais.

Fiquei em choque com aquela informação.

-Isso não...não é o que estão...

-Pensando? - completei para ela.

-Relaxa Belita, mais da metade das garotas já fantasiaram com aquele homem, mas dizem por aí que os pais dele estão para assinar os papéis do divórcio, aliás assinaram ontem senão me engano, só pra você saber. - disse Annelise como se fosse nada.

-Não quero saber, vai dizer ou não no que Logan se meteu? - Perguntou Isabel bem constrangida, mas ainda curiosa.

-Aparentemente, ele derrubou um balde de tinta roxa no professor de educação física.

Como eu disse, mimadinho idiota. Aliás ainda estamos falando dele? Que tal falarmos do seu crush, muito mais interessante e quente. - disse na esperança de mudarmos de assunto e também curiosa com a fofoca, Isabel era muito reservada, mesmo com a gente, o que só me fazia imaginar como ela era antes, então raramente tínhamos a oportunidade de saber coisas picantes sobre ela.

-Não sei qual seu problema com ele, ele é legal. - disse Isabel

-Ele é um idiota. - disse entediada.

Logan Evans era mais um dos muitos mauricinhos daquele lugar, era uma surpresa Carter se dar tão bem com ele. Carter e eu tínhamos aula de biologia juntos, Logan e eu vivíamos implicando um com o outro a base de flertes desavergonhados e descabidos, mas ainda assim ele era um idiota.

E assim foi o caminho até a universidade, fofocando.

Assim que estacionei cada um de nós seguiu para o prédio onde teria aula, quando chequei o relógio ainda tinha alguns minutos até a aula começar e era o tempo que faria o percurso para a aula e o melhor de tudo sem precisar correr e arriscar quebrar o solto, pois meu infernal professor odiava atrasos, mas inacreditavelmente odiava mais quando eu me atrasava, isso sem contar na posição onde eu sentava.

NÃO TINHA LUGAR ONDE EU PUDESSE SENTAR QUE O DIABO NÃO SE IRRITASSE.

Assim que cheguei na sala sendo a última a entrar, porém ainda no horário, ouvi.

- Está atrasada senhorita Bernardi!

Fiquei estatelada na porta da sala.

- Não irei esperar o dia todo. - disse o professor Leroy com aquela cara de mau humor dele, já tinha percebido que ele não ia com a minha cara, sempre entortando a boca um pouco quando me via, mas prontamente tomei meu lugar na frente, era o único disponível e ele sempre parecia odiar quando sentava muito na frente ou muito no fundo, sinceramente não sei onde ele gostaria que eu sentasse para melhorar seu humor.

À medida que o professor explicava o assunto, eu me distraia com Luna, que ficava gemendo a cada sílaba que o professor pronunciava, era irritante e muito inadequado.

Felizmente a aula passou rápido e pude ir para o próximo horário, mas não antes dele acabar com minha paz e me pedir para ficar na sala mais um pouco. À medida que os outros estudantes saiam, foi como sempre uma confusão, mas ainda assim deu pra ouvir claramente a Luna dizendo como gostaria que ele pedisse para que ela ficasse mais um pouco nem que fosse para uma bronca.

Algo a saber sobre ela é que mesmo sendo estudantes da mesma universidade e no mesmo curso, italianas e sendo primas, não tínhamos nada haver. Os pais dela eram muito liberais e era esse o argumento de meus pais marcarem em cima comigo, para que não virasse no entender deles uma vadia. Mas o conceito deles de uma vadia era bem distorcido, foi um choque saber que os saltos altos estavam permitidos e que não havia uniforme. Mas apesar disso, nos dávamos bem só não éramos melhores amigas.

- A senhorita está chegando muito atrasada e ...

-Atrasada? Fui a última a entrar, mas meus colegas ainda estavam se sentando em suas carteiras.

- E muito atrevida também, não gosto que me interrompam.

- E eu que me acusem de algo que sabemos que não é bem assim a história. Não é como se tivesse interrompido a sua aula.

- Típico dos riquinhos acharem isso- ele debochou.

- Estou apenas defendendo meu ponto de vista, professor Leroy- falei bem pausadamente, já tinha notado o quanto isso o irrita, mas de novo apenas comigo.

Mas dessa vez algo diferente ocorreu, ele acompanhou o movimento dos meus lábios e passou a língua pelos seus, mas tão rápido quanto esse movimento veio, se foi e ele prontamente se endireitou.

- Já está avisada senhorita, não torne a fazer de novo senão quiser ficar de detenção.

Fiquei estática vendo essa mudança súbita, mas decidi fazer o mesmo que ele e sair da sala, mas ao contrário dele que ia para onde quer que fosse condenar um próximo infeliz, eu ia para minha aula de literatura mesmo com raiva dele, mas era apenas essa matéria que pegaria com ele então precisava me acalmar. Como eu era a motorista do dia e tinha duas aulas hoje pela manhã apenas, as meninas sempre resolviam andar um pouco e até fazer umas comprinhas para depois irmos juntas para casa.

Assim que estou saindo da sala para ir para minha aula de literatura esbarro em Logan que estava seguindo o caminho contrário.

- Oooh cuidado gatinha.

- Não me chame de gatinha. - Ele adorava me chamar por esse apelido. IDIOTA!

- Uau, tá naqueles dias, gatinha? - disse ele tão sarcástico.

- Você é tão babaca. - Revirei os olhos.

- Um de nada já serve baby.

- De nada mimadinho. - disse sarcástica.

Os olhos azuis tão limpos, ficaram escuros naquele instante.

- Não me chame de mimadinho.

- Oh não era você quem gostava de apelidos? - Fui irônica.

- Sabe Bernardi? Você é uma verdadeira piranha e aqui não me refiro sobre a sua escolha de roupas ou com quem você fica, mas sim a suas atitudes, você age como se me conhecesse, mas não conhece. Eu posso até ser mimado, mas não uso meu sarcasmo para afastar os outros com minha língua debochada.

Não sei se onde veio essa impetuosidade para rebater o que ele disse, mas disse a ele bem insinuante, ao pé do ouvido.

- Uma língua que você adoraria ter na boca.

Os olhos dele voltaram a ficarem limpos. E até um pouco vidrados.

- Qualquer dia desses podemos resolver isso.

- Vai sonhando, Evans. Sonha!

- Não custa nada não é mesmo? - disse ele sorrindo a mostrando suas covinhas e balançando as sobrancelhas. E segui para minha aula.

A aula de literatura passou sem problemas, na verdade era uma de minhas aulas favoritas já que amava ler os clássicos, então para mim era mais uma diversão do que propriamente uma aula, o que muitos colegas com toda a certeza discordavam. A minha raiva sobre o acontecido com meu professor de matemática tinha sido suavizada pelo flerte desavergonhado de Logan, o que agradeci internamente pois não sei o que seria capaz de fazer se meu sangue siciliano resolvesse aquecer mais que o necessário as minhas veias.

Quando encontrei as meninas, elas estavam com algumas sacolas de compras e prontas para ir para o apartamento, o que seria ótimo se não fosse o trânsito horroroso. Como era costume, elas sempre compravam sanduíches para volta no BK para o caminho de volta ser o menos estressante possível.

-Meninas, vai ter uma festa há 2 horas daqui na casa de um ex aluno daqui o Theo.

- Espera Theo Miller? - perguntei.

- É, o irmão dele Jean, estuda aqui e ele tá liberando a casa. -disse Annelise.

-Sei não...-Isabel sempre era do contra.

- Por favorzinho vai meninas, nunca mais saímos juntas e já tenho o esquema perfeito, as meninas irão nos cobrir, já organizei tudo a Penélope vai dormir lá pra ficar mais real.

-Eu não...- disse Isabel.

-Eu também não acho uma boa ideia Anne. Estou exausta.

-Tudo bem, mas vai ser daqui há duas semanas então vocês terão bastante tempo para pensar. - disse Anne na tentativa de nos persuadir.

Era sempre assim, mas de jeito nenhum que iria para uma festa ainda mais na quinta e duas horas do nosso apartamento, por acaso ela achava que iríamos voando para lá e voltaríamos da mesma forma? Digo e repito, o trânsito ali era meu inferno pessoal.