Capítulo 26

Dormir com Logan é algo que precisa ser enaltecido, porque quando dormi com ele sempre estava com Luca e Carson, o que é maravilhoso, mas em todas essas vezes, eu estava apagada antes mesmo de chegar a dormir, eu nunca reparei quem estava do meu lado, quem acordava comigo, eu era a primeira a dormir e a última a acordar.

Ele gosta de dormir de conchinha. AAAAAAA

Eu não sabia que ele curtia isso e nem que eu ia gostar disso, quer dizer eu já tinha dormido com Carson, mas só uma vez e ele quem tinha acordado antes de mim, então não conta, mas Logan ele estava me abraçando de modo que eu estava praticamente de bruços e estava sendo abraçada por um polvo, e ele era esse polvo, tendo um braço na minha cintura e um onde estava embaixo do meu pescoço onde ele dobrava e encostava em meu ombro, fora nossas pernas entrelaçadas.

Eu achei fofo, mas uma parte minha ficou preocupada também, quer dizer ele estava literalmente em cima de mim e tipo meio que poderia me enforcar também e não é esse jeito que eu imagino ser enforcada, a minha conotação é mais sexual e de preferência com endorfina, serotonina, dopamina, ocitocina que são os neurotransmissores referentes ao prazer correndo pelo meu corpo.

E sem contar que estava muito quente assim, mas também tão gostoso estar em seu abraço. Que confuso!

E ele roncava baixinho em meu ouvido, ressoando bem suave, para muitas pessoas isso era algo que irritava, mas para mim, era algo tão fofinho que eu não conseguia nem imaginar como que podíamos 'implicar' um com o outro, está mais para flerte, mas enfim eu estava muito cadelinha naquele momento para ele. Meu coração está palpitando, a boa notícia era que tinha consulta com minha terapeuta e eu podia falar sobre isso, a má notícia era que não tinha uma resposta para a pergunta que ela me fez, mas pelo menos não ia chegar lá sem nada para discutirmos, só não ia ser sobre o que ela queria que eu falasse, pois não faço ideia do que dizer sobre isso.

-Bom dia princesa. - disse ele no pé do meu ouvido me causando um arrepio gostoso.

-Bom dia príncipe. - disse manhosa.

-Dormiu bem?

-Tão bem que não quero deixar essa cama tão cedo. - disse me espreguiçando.

-Então não deixa. - Ele rosnou baixinho no meu ouvido, me deixando bem boiolinha pela proposta.

-Não podemos, hoje tem aula de Luca e eu já faltei a antiga.

-Verdade, ainda tem o George hoje. - eu jurava que ele tinha revirado os olhos agora.

-Que tal não ficarmos falando sobre ele? - propus.

-Excelente ideia. - Ele disse me virando na cama de modo que ele ficou por cima de mim e eu pude ver seu cabelo bagunçado.

Seus olhos ainda estavam meio sonolentos e ele tinha aquela carinha linda de sono, ficando uma graça e acho que passei muito tempo admirando seu rosto porque seus olhos brilharam em reconhecimento ao que eu estava fazendo e eu fiquei bem sem graça, mas ele decidiu não prolongar esse meu momento de embaraço, algo que agradeci bastante, pois ele se levantou de cima de mim ficando de joelhos na cama, com esse movimento o edredom acabou saindo do meu corpo me deixando nua, ele percorreu os olhos pelo meu corpo em sinal claro de aprovação e isso me deixou muito feliz, ele percorreu as mãos dos meus pés até o topo de minha coxa o que me acendeu de imediato e fiquei esperando o que mais ele iria fazer, mas para minha surpresa, em um movimento rápido ele me puxou em direção a ele e me pegou no colo me levando para o banheiro, fazendo com que eu soltasse um gritinho e ele riu com isso.

Tivemos uma sessão de amassos no banho e eu estava muito ligada para poder deixar isso por isso mesmo, precisava começar o dia bem e já que ele estava ali comigo, que servisse para alguma coisa. Eu era uma vaca quando não podia ter o que queria. E aparentemente bem mimada, mas dane-se eu precisava gozar.

Então o imprensei no box do banheiro e ali comecei a dar um chupão em seu pescoço e arranhei suavemente seus músculos do abdômen e ele ressoou baixinho em sinal de apreço, desci a mão um pouco mais mantendo a outra em um vai e vem lendo por seus músculos e comecei a estimular seu pau que estava já no ponto para mim, mas me surpreendendo ele mudou de posição me prendendo no box.

-Abra as pernas. - Fiz e ele colocou o pau no meio delas. - Agora feche. - Fechei.

Ele começou um vai e vem com o quadril mantendo seu pau ali e eu só conseguia imaginar o quanto gostaria de senti-lo, mas a voz racional da minha mente enviou o pensamento do meu atraso e o fato de o preservativo estar longe e não termos tempo, ele me fazia me esfregar nele de modo que meu clitóris estava latejando, porém ele estava decidido a me levar o mais longe possível pois com uma mão prendeu minhas mãos no topo da minha cabeça e com a outra começou a me enforcar.

ERA DESSE ENFORCAMENTO QUE EU PRECISAVA PARA COMEÇAR BEM O MEU DIA. E SIM, EU FAÇO TERAPIA.

Quando viemos eu senti toda a porra dela no meu peito e adorei isso, mas decidida a brincar com ele um pouquinho mais, soltei seu pau que já estava amolecendo do meio das minhas pernas e me virei para ele e comecei a esfregar meu peito espalhando toda sua porra em mim, como se ele tivesse me marcado, o que fudeu de vez com a porra de sua sanidade, ele me beijou rudemente.

Depois levamos o banho a sério, mas esse foi um ótimo jeito de começar o dia.

Quando chegamos na NYU não estávamos atrasados ainda, de modo que tínhamos cinco minutos para poder chegar na aula e assim o fizemos, meio correndo entre as pessoas, mas chegamos e então meio rindo fomos nos sentar sob os olhos atentos de George que parecia acompanhar cada movimento meu, confesso que isso me dividia entre me deixar desconfortável e me fazer gostar que ele está vendo o que está vendo e para demonstrar isso, tasquei um beijo em Logan.

-Por que? - ele perguntou baixinho.

-Como assim? - fiquei sem entender.

-Só por conta do George ou por outro motivo?

-Pelo mesmo motivo que você me chamou de 'minha princesa' e sabia que George estava por perto e ouviria. - Devolvi.

Ele sorriu de canto depois que viu nos meus olhos alguma coisa que o agradou.

-Então podemos fazer melhor. - Ele me deu um beijo de cinema que me fez desejar não estar com a turma toda por perto. Maldição!

Eu ainda estava me recuperando do beijo quando Luca apareceu e pareceu aprovar onde estava sentada além da companhia, claro que ele percebeu nossos lábios inchados, mas vi também um calor com isso.

Ao que parece essa não vai ser a única vez que meus lábios ficarão inchados.

Dito e certo, ao fim de sua aula ele pediu para que eu fosse até seu gabinete, Logan iria me levar na minha consulta e lá Carson me pegaria e me levaria para o apartamento de Logan. Eu tenho cozinheiros, massagistas, travesseiros, motoristas...do que mais uma garota precisa mesmo?

Ao chegar no gabinete de Luca, ele já fechou a porta me imprensando nela e devorando meus lábios.

-Estava com tanta saudade. - Ele gemeu.

-Faz pouco mais de 24 horas que não nos vemos e já está com saudade?! - provoquei.

-Muita. Você tem muita coisa para compensar senhorita Bernardi.

E como uma boa mulher, eu pagava minhas dívidas.

Ele continuou me beijando daquela forma arrebatadora, como se tentasse segurar um controle que não estava tendo, como se ele quisesse controlar a situação, mas ela estivesse muito descontrolada, minhas mãos seguiram do seu rosto para os seus braços musculosos onde firmei meu aperto e ele pareceu gostar disso pois suas mãos foram direto para os meus seios e começaram a machucar meus mamilos e bom Deus como eu queria ser machucada por aquelas mãos, mas não tínhamos muito tempo, ainda bem que estava muito molhada e ele pareceu perceber isso quando posicionou seu joelho e meu centro e comecei a moer ali, eu podia gozar somente com aquilo, mas Luca estava muito ambicioso, então tirou minha calça branca que usei para entrevista me deixando apenas com o top preto que fui ontem, e o sobretudo preto, ele viu que estava usando a cueca de Logan e abaixou ela o suficiente para ter acesso a mim, eu que não sou boba corri minhas mãos em direção a sua calça e abri só um pouco, o suficiente para seu pênis ficar a mostra e ele fez minha boca salivar, porém tinha que ser rápido então ele tomou a frente e colocou um preservativo, então me suspendeu me fazendo enroscar minhas pernas em sua cintura e entrou em mim com força me fazendo gemer em sua boca, mas ele mal intencionado largou minha boca e atacou os meus seios, ele machucou antes por cima do tecido, agora era minha pele e isso me fazia apertar ele dentro de mim com mais vontade, ele desceu uma mão e começou a acariciar meu clitóris de leve, me fazendo querer gemer alto, mas não o fiz, apenas me entreguei ao orgasmo abafando meus sons em seu pescoço e ele nos meus seios.

Quando acabamos, ele jogou a camisinha fora e começamos a nos vestir e fiz isso pensando que teria que arranjar tempo e voltar para academia, uma hora toda essa maratona de sexo ia cobrar seu preço e eu queria dar o meu melhor para os meus meninos.

Não tinha percebido que o meu horário com a terapeuta era apenas 3 P.M e Logan não poderia mais me levar, então quando ia dizer para ele me deixar em casar para fazer uma mala para deixar algumas coisas na casa dos três, seu celular toca, era Carson, e mediante a impossibilidade de Logan me acompanhar, o mesmo se ofereceu para isso, me dando a ideia de ir comigo às compras e eu aproveitava e já deixava as coisas lá na casa deles, eu sabia que aquela era uma artimanha para me fazer ceder, mas decidi ignorar todos os alertas mentais de que estava muito cedo e fui viver, simplesmente isso, fui viver, eu estava me sentindo bem e de nenhuma forma pressionada por eles, eu sabia que se dissesse para qualquer um deles que não estava bem com alguma coisa, seja no ato sexual ou no relacionamento, eles iriam tentar me entender, iríamos conversar e não haveria pressão para que eu fizesse o que eles queriam, não era nenhum pouco intimidador.

Fomos almoçar e depois fomos as compras.

Fazer compras com Carson era algo muito engraçado.

Ele resmungava toda hora que só estava fazendo isso por minha causa, mas que eu poderia usar as roupas dele quando quisesse, o que arrancava suspiros das vendedoras, mas aí ele acrescentava que seriam roupas dele ou dos rapazes e elas ficavam com uma interrogação no rosto, mas foram muito educadas e não demonstravam que estavam curiosas para saber sobre isso, ele me fez pegar calças, shorts, blusa, vestido, sapatos, tudo de tudo, e quando fui pagar ele se adiantou e pagou por mim, foi um banho de loja.

-Você sabe que eu tenho condições de pagar né? - levantei a sobrancelha.

-E eu de te mimar, não é? - ele estava carregando as sacolas e indo colocar no carro, pois nem isso ele queria que eu fizesse.

Eu sei que o feminismo é sobre a escolha da mulher e tals, mas nada afasta da minha mente que eu não deveria aceitar esses presentes e percebendo a confusão que se instalava em mim, ele depois de colocar as compras no carro, segurou meu rosto em suas mãos.

-Eu gosto de mimar você, ok? Aliás nós três gostamos e isso não te faz menos mulher ou nós mais homens por isso, apenas que gostamos de mimar nossa mulher, está bom? - ele conseguia me derreter quando falava assim bem pertinho de mim. Eles sabem me dobrar direitinho.

-Está bem. - me senti uma menininha falando assim.

-Ótimo, agora vamos comprar lingerie.

-Achei que gostasse de mim nua.

-Amo, mas vou adorar mais ainda ver você experimentando umas. Vamos.

Eu simplesmente revirei os olhos enquanto ele me arrastava de volta para o shopping.

O desgraçado me fez ver quais lingeries eu mais gostava e dava opiniões, mas então eu estava escolhendo e vi umas clientes muito em cima dele para saber sua opinião e mais uma vez, me chame de tóxica, abusiva, o caralho a quatro, mas nenhum dos meus homens não ia ficar dando opiniões de lingerie para elas, nem para nenhuma outra mulher.

Vesti a lingerie mais transparente que tinha, aliás ela não cobria nada e deixava muito pouco para imaginação, então dei um jeito no cabelo para parecer o mais selvagem possível e saí do provador fazendo barulho.

A equação matemática era simples: eu com cabelo selvagem de salto alto + lingerie que não cobria nada + loja lotada + as mulheres vendo que ele era meu = missão cumprida.

-Lindo, o que acha? - disse com a voz rouca e então dei uma voltinha mostrando a calcinha que estava totalmente dentro da minha bunda.

O que eu não contava era que aquelas mulheres estavam acompanhadas de seus maridos, namorados, filhos não sei, mas sei que estavam acompanhadas e acabei atingindo mais do que imaginava pois além de mandar o recado para elas de que ele era meu, cutuquei a onça com vara curta. Quem me dera se essa vara parasse em mim.

Os homens da loja me olhavam como se eu fosse a refeição mais deliciosa do mundo e eles estivessem no deserto há muito tempo, já as mulheres me olhavam com recriminação, não eram elas que estavam muito cheias de mimimi para meu Carson? Pera..eu disse meu Carson?

-Eu não sei se te mato ou se te como agora. Você gosta de confusão hein mulher. - Ele disse já na minha frente e rosnando baixo mas admirando todo meu corpo.

-Por que?

-Você está praticamente nua no meio da loja toda e esses homens estão de olho no que é meu.

-Assim como elas estavam pedindo opinião sobre lingerie ao que é meu. - Rebati.

-Giu, linda, volta pra dentro, por favor. - Ele pediu.

-Tudo bem. - mas voltei rebolando minha bunda o que me rendeu um tapa ardido no meio de todos e eu apenas olhei para trás e sorri meigamente mesmo sentindo a ardência no local, como se dissesse 'você pode fazer melhor que isso'. Eu sou realmente masoquista.

Ele pagou por todas as lingeries que escolhi além da que estava vestindo além de comprar outras peças e colocar junto acho que para fazer com que elas não abrissem a boca sobre o que rolou ali.

Saímos de lá com ele furioso comigo e eu sorrindo abertamente, mas sabendo que aquilo iria me custar muito caro e mal podendo esperar por isso.

Quando chegou a hora da minha consulta Carson já estava mais calmo e nos despedimos.

-Qualquer coisa é só ligar, você sabe ne? - ele disse acariciando minha bochecha.

-Eu sei lindo.

-Diz de novo. - pediu.

-O que?

-Me chama de lindo. - Ele pediu todo dengoso.

-Lindo. - disse pausadamente.

-Estou ansioso para quando você me chamar de 'meu lindo'. - Ele disse sonhador e confesso aquilo me deu frio na barriga.

Depois de um beijo gostoso nos despedimos e ele levou as roupas para os apartamentos onde já tinha dito por alto como seria a divisão de cada coisa, já que tinha também coisa pessoais como hidratante, shampoo, essas coisas eram o suficiente para ter na casa deles, o que me fez desejar que também tivessem coisas deles em minha casa e foi com esse pensamento que subi em direção ao andar de minha consulta.

Cada coisa há seu tempo.

Quando cheguei lá foi a mesma rotina da outra vez, dar meu nome, esperar meu horário, mas ao invés de ficar no celular esperando-a me chamar, resolvi pensar no que diria para ela quando me perguntasse se fiz meu dever de casa, demorei tanto tempo pensando que nem percebi que a hora tinha passado, somente notei quando a recepcionista disse que eu poderia entrar e com o coração na mão entrei na sala e a encontrei na mesma posição de antes.

-Boa tarde Giu. - Ela me saudou.

-Boa tarde Ellen. - Me sentei.

-Então como foram esses dois dias?

-Consegui o estágio que queria, contei aos reitores da universidade sobre meu relacionamento incomum, fui fazer compras depois da aula com um dos meus...o que quer que eles sejam e vou passar esse fim de semana na casa de um deles. - Resumi.

-Fico feliz pelo estágio, mas porque contou aos reitores?

-Não é ilegal o meu relacionamento com Luca, mas se alguém descobrisse poderia querer nos chantagear, então decidimos tomar a frente da situação. Eu achei precipitado, mas mesmo assim o fiz, pois não queria prejudicá-lo, não que ele me pressionasse, nem qualquer um dos outros. - Esclareci.

-Entendo, fez o dever de casa que pedi? - ele já estava com o seu caderno a postos e mesmo sendo apenas a segunda consulta, ele me intimidava.

-Os meus tios são... -Divaguei. - A minha mãe é a irmã mais nova, a mais velha é essa minha tia Bella, minha mãe a acusa de ter sido a favorita de minha avó, enfim talvez a mais velha das brigas entre irmãs, mas elas não são próximas como pode imaginar, apenas para posar para fotos ou aparentar algo. Ela é casada com meu tio Giovanni e ele é ótimo, eles têm uma filha, Luna que tem 21 anos, nós não somos próximas, meus pais nunca incentivaram isso, na voz deles minha prima foi criada com muitos privilégios, dito isso, eles não acham certo que minha prima possa fazer certas coisas, como usar roupa curta, ser muito espontânea, eles dizem que isso é ser vagabunda e outras coisas mais. Uma das razões pelas quais eu só relaxo e posso escolher de fato como ser, o que vestir e afins quando eles não estão por perto.

-Você e seu tio são próximos?

-Sim, mas também não. É difícil explicar, mas vou tentar. Meu tio é maravilhoso, ele é um bom homem, um bom pai, um bom marido e de certa forma eu me ressentia por não ter isso com o meu, no que tange a ser um bom pai, ele me trata como filha, o que é ótimo, mas quando voltava para casa e via que todos os abusos psicológicos que minha mãe me acometia, de ter que ser sempre a melhor nas coisas, e meu pai fingindo não ver , eu me ressentia, então somos próximos, mas aí eu voltava para casa e me causava dor não ter o que minha prima tem.

-Acha que eles percebem isso, digo os seus tios ou até mesmo sua prima?

-Não sei, mas se percebem não comentam pelo menos nunca peguei uma situação como essa.

-E sua prima Luna, acha que ela te contaria?

-Não sei, como já disse não somos próximas.

Ela anotou algo em seu caderno.

-Entendo. E quem é você Giu?

-Eu não sei. Eu pensei nessa pergunta e sinceramente eu não sei.

-O curso que você escolheu.

-Ciências contábeis.

-Sua escolha?

-Meus pais.

-Seu apartamento?

-Meus pais.

-Universidade?

-Eu.

-Por que escolheu ela?

-Minha avó paterna estava com medo de morrer e não ter o filho por perto então pediu a meu pai que fosse passar um tempo com ela, e ele o fez e eu fiquei pois eles conheciam minhas amigas, sendo uma filha de dois advogados da família a qual possuem vários escritórios pela Europa e aqui mesmo e outra filha de um dos maiores CEO'S da Alemanha e que tem vários negócios espalhados pelo mundo e eu vi nessa oportunidade uma forma de ficar.

-Onde eles estão morando?

-Itália.

-Então, você recusou voltar para o seu país de origem para ficar aqui em Nova York. Muitos comeriam a própria perna por uma oportunidade dessas.

-E depois regurgitariam por ver que meus pais vêm de brinde. - brinquei.

Ela anotou algo em seu caderno.

-George?

-O que tem ele?

-Não o quer por conta de seus pais ou por sua conta?

-Ambos. Eu já não o queria antes, quando ele fez o que fez suas chances foram de zero para abaixo de zero. Valores negativos.

-O que faz nos seus horários livres?

-Eu gosto de pintar, é algo que minha avó materna me ensinou e me cativou e quando estou sentindo demais as minhas emoções é uma ótima válvula de escape.

-Quem você é Giu?

-Eu já disse, eu não sei. - eu disse sem graça. -Me diz você. Quem acha que sou?

-Você é uma mulher que foi negligenciada por aqueles que deveriam amá-la sem te julgar ou impor algo, você é uma pessoa que lida com seus problemas sozinha porque não quer que os outros te vejam de forma vulnerável, você é uma pessoa que tem medo de amar.

-Eu não acredito que paguei a consulta só pra ouvir coisas ruins.

-Você reprimiu suas emoções e agora elas veem em avalanche para você no que tange ao seu relacionamento amoroso principalmente. É uma adolescente no corpo de uma mulher e suas emoções agora querem sair, você passou tempo demais fingindo.

-Eu repito que não paguei a consulta só pra ouvir coisas ruins.

-Por que acha que são coisas ruins?

-Por que não são boas. - Apontei o óbvio.

-Você está vendo as coisas muito preto no branco, onde se não é algo é outra coisa. E as coisas não funcionam assim.

-Seu ponto?

-Meu ponto é que o primeiro passo foi você ter vindo aqui, o que já disse e repito foi algo corajoso e mais ainda por ter levado a sério a consulta, agora o segundo passo é admitir o problema.

-Meus pais são o problema.

-O principal deles. Quando perguntei sobre seus tios, eu queria saber se eles sabiam o que acontecia com você e você confirmou que tudo indicava que eles sabiam, mas ao me dizer você relatou com uma naturalidade, como se tudo bem que eles não tivessem feito nada.

-E o que eles poderiam fazer? Minha mãe já não se dava bem com minha tia e ela iria comprar uma briga atoa.

-Não acha que seja um motivo relevante?

-Não fale como se eu estivesse me desprezando. - Revirei os olhos.

-Você disse isso, eu não.

-E nem precisou. Olha, meus tios tem sua própria família e não podiam ficar se preocupando comigo o tempo todo, eu não estava sendo abusada fisicamente.

-Está naturalizando o abuso psicológico, que sem dúvida é um dos piores abusos em escala, pois o corpo é incomparavelmente mais rápido de se curar. A meu ver, você não está dando a si mesma importância.

-Eu me dou valor sim.

Ela anotou algo em seu caderno.

-Olha só, quer saber? Acabamos por hoje. - Peguei minhas coisas e saí deixando-a ali sozinha.

Ainda faltavam 20 minutos, mas eu estava muito puta para continuar ali.

-Amanhã mesmo horário. Não se preocupe os 20 minutos serão compensados amanhã. - Ela disse quando cheguei na porta.

Então meus amores, como vocês estão? Espero que estejam bem.

Me contem aqui o que vocês estão achando da história, suas teorias.

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