"Com fome? Coma isso sua aberração!!!"
Não sei quem gritou entre a multidão raivosa, mas não fazia diferença, todos repetiam a mesma coisa, várias e várias vezes, enquanto jogavam ou pedras ou lixo encima de mim, pelo menos não eram excrementos. A diferença é que agora não era só direcionada a mim.
"Por favor parem com isso."
Eu já mal me incomodava mais com os insultos, ou com as coisas jogadas em mim ocasionalmente. Nem com a demonstração pública quase semanal onde me colocam no meio da praça e fazem as duas coisas. Mas.
"Ei! Alguém tira logo aquela idiota dali, está estragando a diversão."
"Hunf, se ela quiser ficar junto daquela aberração que fique."
Oque eu não consigo aceitar era oque falavam e jogavam nela. Ela nunca mereceu isso, eu também não... eu acho, mas ela eu tenho certeza que não merecia. Ela sempre foi a mais calma e gentil desses aldeões podres, não só sendo cordial comigo mas ate com quem era cruel com ela, e ainda assim eles aproveitaram da gentileza dela diversas vezes, mesmo agora eles fazem isso.
Eles sabiam que se fizessem uma "demostração de unidade" particularmente mais brutal, ela iria interferir, e eles poderiam aproveitar o sofrimento de dois pelo préco de um, e foi exatamente oque aconteceu. Ninguém dessa aldeia se importava comigo além dela e minha falecida mãe, mas vários aldeia se importava com ela e tentavam dissuadir ela a sair da gente, enquanto outros apenas havidos por mais entretenimento, não ligavam para nada disso.
Seria fácil jogarem as coisas apenas em mim, eu até fiquei em uma posição que deixava mais fácil pra eles acertarem em mim, mas esses deliberadamente jogavam as pedras e lixo nela pelo simples fato de ser mais divertido para eles, principalmente para as garotas, as que nunca gostaram dela.
"...Ei, e que tal tirarmos ela dali logo e levar para um lugar... menos público."
Diferente de antes, eu sabia muito bem quem tinha dito isso. Tavros, um dos meus principais atormentadores.
Enquanto a maioria dos aldeões só seguia o fluxo nos abusos em relação ha mim, com a ideia de um inimigo em comum pra deixar a comunidade unida ou qualquer besteira assim que o chefe de bosta da aldeia tenha começado. Tavros e seus amigos pareciam levar meu tormento não só como um tipo de "atividade de união da comunidade" mas também como um esporte e forma de solucionar pequenos conflitos.
Falta de comida e precisamos decidir quem recebe menos?, aquele que fizeram a aberração se lamuriar mais ganha a maior parte. Quem é o melhor caçador da aldeia?, quem conseguir acertar a aberração de mais longe ganha, pontos extras se ele sangrar.
Contudo mesmo em meio a toda essa dor, humilhação e tormentos constantes que eram minhas vidas diária (se é que se pode chamar de vida), ainda tinha um raio de sol, a jovem que recebia pedradas, lixo e tantos insultos quanto eu, mas ainda com lágrimas nos olhos ela não as deixava cair e continuava pedindo quem parassem de jogar coisas em mim, até mesmo dizendo para jogarem só entre nela.
Uma menina realmente tola, é bem mais fácil você só se juntar há eles contra mim e você pode viver feliz aqui sem muitos problemas, mesmo agora eu tenho certeza que aqueles que se importam com você convenceram todo mundo disso. Mas ainda assim ela continuava teimosmnte na minha frente.
Se ela estava disposta há tanto por mim, eu não poderia deixar que ela sofresse seje lá a humilhação que Tavros e seus aceclas prepararam para ela. Pessoalmente desconfio que essa humilhação pública em especial foi armada por eles para simplesmte terem uma desculpa para poderem abusar dela escondidos enquanto o rato da aldeia continuasse há me apedrejar.
Mesmo que esse não fosse o objetivo, eu não iria aceitar que eles colocassem um dedo nela. Não me importo com os insultos ou a dor que causem em mim, mas não vou tolerar nela, mesmo que eles finalmente decidam dar cabo da minha vida por isso, por finalmente revidar, eu não vou só morrer de cabeça baixa aceitando a humilhação dada há ela.
Minha mãe dizia que nos tempos antigos haviam entidades poderosas conhecidas como deuses que protegiam e ajudam aqueles precisasem e pedissem sua ajuda com afinco e sinceridade. Porém, alguma coisa aconteceu e eles pararam de responder a qualquer coisa e desde que a Corrupção apareceu, as coisas pioraram.
Eu nunca acreditei em nenhuma desses seres na vida, nenhum ajudou da primeira vez que eles fizeram essa exibição e jogaram pedras para mim enquanto seguravam minha mãe, nenhum deles ajudou quando ela finalmente ficou doente pela falta de comida e morreu na cama de nossa casa. Mas apenas dessa vez, uma única vez eu estou disposto há acreditar neles, afinal é bem provável que eu os vá encontrar agora.
'Então eu peço, com todo meu coração tanto quanto no dia que a minha mãe morreu, pelo menos ajudem essa menina há se salvar, protejam ela quando ninguém mais puder fazer isso e me desculpem pelo que estou prestes há fazer.'
Não sei se era assim que se fazia uma oração, como a mina mãe chamava, um tipo de encantamento para pedir ajuda dos deuses, mas foi o melhor que pude fazer, assim como tentei naquele dia em que ela morreu.
Me levantando tutalemntre do chão da praça e olhando para os aldeões eu pude ver uma pequena fagulha de medo em seus olhos, algo normal eles sempre ficavam com medo quando eu me levantava totalmente ficando com 2,10 herdados do meu maldito pai. Eu preferia não ficar totalmente me pé, principalmente pelo fato de quanto mais medo eles sentiam com mais força seus abusos ficavam, minha mãe dizia que era uma resposta ao seu próprio medo, se eles me dizem ter mais medos deles e me mantivesse abaixado eles não teriam tanto há temer e podiam ter um sendo de controle de lago que não tem realmente.
Eu nunca entendi bem oque ela quis dizer, mas em um mísero resquício de respeito pela aldeia que ainda dava comida para minha mãe e me permitia viver nela, eu geralmente andava mais curvado diminuindo meu tamanho e dando há eles esse sentimento de poder que ela falava. Meu desprezo por essa aldeia só não era maior pela raiva que eu sentia de mim e esse corpo que sempre exigia comida, comida que a minha mãe de bom grado tirava do prato dele para colocar no meu, oque eventualmente levou a sua morte.
Quando um dos aceclas de Tavros (um desgrenhado bêbado que nem percebeu eu me levantar se é que dava para acreditar nisso), estava perto o suficiente para tentar pegar em Bianca, eu estava pronto para agir e para agir e para arcar com oque viesse depois. Porem antes que eu pudesse fazer algo.
*Krrraaaa bommm*
Um fleche de luz apareceu do nada no céu e, na frente de todos, obliterou, o homem não deixando nem cinzas para trás. Todos ficamos atômicos com isso afinal mesmo estando nublado não tinha nenhum sinal de raios ou trovões o dia inteiro, mas antes que alguém pudesse entender alguma coisa.
*Krrraaaa booom*
Outro relâmpago caiu, dessa vez parecendo ter ainda mais força, no meio da multidão mandando alguns feixes de energia pela terra que ainda feriram mais pessoas em volta.
*Kkkrrraaa boom*
*Kkkrrraaa booommm*
*Kkkrrraaa bommm*
Mais três raios em rápida sucessão caíram e mais pessoas ficaram feridas enquanto outras foram diretamente obliteradas.
"MAS QUE MERDA TA ACONTRCENDO, COMO VOCE ETA FAZENDO ISSO!!! SUA CRIA-AAAAHHHHH!!!!!!"
Antes que Tavros pudesse terminar de tentar me acusar, ele começou a gritar e convulsionar de dor logo a frente da praça, seu rosto ficou vermelho e veias negras surgiram no pescoço e se espalhavam pelo reto do corpo. Seus olhos, ouvidos, nariz e boca começaram a sangrar e ele continuou há urrar de dor, deixando os aldeões tão confusos e assustados quanto os relâmpagos.
Quando ele diminuiu os gritos, logo outra pessoa, um de seus asseclas começou há sofrer a mesma coisa, e depois outro, e outro e outro e mais um. Em uma sucessão mais rápida que os relâmpagos os asseclas Tavros estavam todos sofrendo a mesma coisa.
"Aaaahhhhh"
"Aaaahhhhahhhh"
"Uuuuoooiooooohhhhh"
Em alguns lugares da multidão mais gritos podiam ser ouvidos fazendo com que todos ficassem apavorados. Oque estava acontecendo aqui?!.