Céu enegrecido

[Horário Atual: 03:22 da manhã – Céu enegrecido, lua tingida de vermelho sangue]

O silêncio após as batalhas anteriores era quase ensurdecedor.

O ar estava impregnado com o cheiro de cinzas e sangue. Os gritos dos caídos ainda ecoavam pela ilha, mas ali, no centro do mercado negro, restava apenas uma única presença.

No alto da grande torre central, com mais de trinta metros de altura, erguia-se uma figura colossal, envolta em um manto que parecia feito de pele de dragão e correntes de ouro negro. Seus olhos brilhavam como carvões acesos. Sua presença sozinha fazia a terra tremer levemente sob os pés dos guerreiros.

O grande gerenciador do posto de trocas… Drago.

Drago era conhecido por poucos — e temido por todos.

O último dos quatro grandes guardiões do mercado negro. O verdadeiro cérebro por trás das transações, das mortes encomendadas, das armas mágicas espalhadas ilegalmente pelo mundo.

Valéria, Gustavo e Beatriz estavam lado a lado, encarando-o do solo.

O vento soprou forte, levantando a poeira e o sangue seco. Então, a voz de Drago desceu como um trovão dos céus.

Vocês mataram Alice... Louis... Dante...

Vocês desonraram meu legado… Meu império!

ACHAM MESMO QUE PODEM SAIR DAQUI VIVOS?!

Beatriz deu um passo à frente, o rosto sério mesmo com os ferimentos ainda recentes. Suas mãos já pulsavam com energia elétrica azul-celeste, ainda com resquícios da última batalha.

A gente não veio aqui pra sair vivos...

Viemos pra acabar com isso. Com tudo isso. Hoje.

Gustavo girou suas katanas, o brilho roxo das lâminas dançava com o luar.

Drago… seu reinado termina aqui.

Valéria, com seus olhos de águia fixos no topo da torre, ergueu a lança banhada em veneno místico.

Chega de dor. Chega de sangue inocente. Você é o último.

Drago saltou.

Um único salto.

A torre inteira tremeu quando ele caiu diante deles, quebrando o chão em estilhaços.

Seu corpo parecia o de um titã — músculos definidos, escamas surgindo por partes de sua pele, como se seu sangue fosse uma fusão entre homem e dragão. Em sua mão, uma espada colossal feita de ossos e aço, chamada "Executor".

Ele rugiu — um rugido que estilhaçou vidraças da vila ao longe.

Então venham, heróis de ocasião… Mostrem se são dignos de morrer pelas mãos de um deus!

Beatriz, Valéria e Gustavo se entreolharam.

Eles não precisaram falar.

Era o fim. Era tudo ou nada.

E então… a última luta daquela missão começou.