Silêncio Depois da Tempestade

Capítulo 7 – O Silêncio Depois da Tempestade

04:57 da manhã

A chuva havia parado.

As nuvens se dissipavam lentamente, dando espaço para os primeiros tons do amanhecer.

O campo de batalha estava em ruínas — o solo corroído pelo ácido, as estruturas ao redor destruídas.

E no centro de tudo… Gustavo.

Estava ajoelhado.

Em seus braços, o corpo de Beatriz.

Frio.

Sem vida.

A transformação da Hidra desfazia-se pouco a pouco.

Sua katana, ainda tremendo ao lado, parecia carregar o peso do mundo.

Foi quando Mike e Natália chegaram correndo.

Cobertos de cortes, ofegantes, mas vivos.

“G-Gustavo?!” — gritou Natália, caindo de joelhos.

“O que aconteceu…?!”

Mike olhou ao redor, sentindo a energia pesada no ar.

O cheiro de ácido e sangue.

“Ele venceu... mas não saiu ileso.”

Julhian surgiu pouco depois, arrastando-se, também machucado.

Assim que viu Beatriz, caiu ao chão.

“N-não... não ela...”

Karina, Kyouran e Serana vieram logo em seguida, carregando o peso de suas próprias batalhas.

Karina estava com o ombro ferido, mas correu até Gustavo.

Kyouran abaixou a cabeça em respeito.

Serana, com as mãos ainda envoltas em energia espiritual, cerrou os punhos.

“Beatriz… ela foi uma de nós. Até o fim.”

O silêncio reinou.

O mundo inteiro parecia ter parado.

Tudo agora era só dor.

Mas então…

Gustavo abriu os olhos.

Lentamente.

Seu olhar estava perdido.

Mas sua mão ainda segurava firme a de Beatriz.

“Ela morreu… protegendo o meu coração.”

Karina tentou conter as lágrimas, mas falhou.

Mike se aproximou.

“Gustavo… a Hidra. Ela disse que poderia trazer Beatriz de volta.”

Todos ficaram em choque.

“O quê?!” — exclamou Julhian.

“Isso é possível?!”

Foi nesse momento que uma névoa verde-clara começou a emanar da espada de Gustavo.

O chão ao redor tremeu levemente.

E então… todos ouviram.

Uma voz grave, sombria, vinda de dentro da mente de Gustavo:

“Garoto… agora começa o verdadeiro teste.

Se quiser reviver quem ama… terá que me seguir até onde nem mesmo os deuses ousam pisar.”

Na lâmina da katana de Gustavo, um símbolo apareceu.

Antigo.

O símbolo da Hidra.

E junto dele… o peso de uma nova missão.

Gustavo olhou para o céu.

O sol começava a nascer.

“Beatriz…

Eu juro que vou te trazer de volta.

Nem que eu precise atravessar o inferno.”

Fim do Capítulo 7 – O Silêncio Depois da Tempestade